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14 de setembro de 2009

Apostas online, a liberalização do mercado.

A Bwin Entertainment AG (empresa de apostas online Austriaca) perdeu na semna passada o processo colocado pela Santa Casa no Tribunal Europeu de Justiça, impedindo a casa de apostas online de operar em Portugal e conseqüentemente de patrocinar clubes ou competições. O processo foi originado quando há 4 anos atrás a Bwin patrocinou a Liga Portuguesa de Futebol através de um contrato com a duração de 4 anos, no valor total de 10 milhões de Euros (2 milhões de Euros por temporada), que viria a terminar um ano depois.

O Tribunal considerou que a legalização da casa de apostas em Portugal, poderia ter uma influencia direta e indireta em alguns resultados de jogos, uma vez que a empresa não tem uma fiscalização tão rigorosa por parte do estado como tem a Santa Casa, detentora do monopólio de apostas em Portugal.

O mesmo aconteceu em França, onde o Olympique de Lyon assinou este ano um contrato de patrocínio nas camisolas com a Betclic (empresa de apostas online Francesa), tendo sido obrigado a retirar o nome da empresa dos seus equipamentos, uma vez que a liberalização do mercado de apostas online em França, que está previsto acontecerem durante a temporada de 2009/2010, ainda não foi aprovada pelo governo Francês. Em 2006 tinha sucedido o primeiro caso, quando Toulouse foi impedido de colocar nas suas camisas a marca 888.com e o Mônaco foi obrigado a retirar a publicidade estática que tinha perto do gramado por fazer alusão a casas de apostas online.

Também em 2006 a Bundesliga viveu o mesmo problema, mais uma vez com os mesmos intervenientes, Bwin e governo alemão. Em causa estava o patrocínio na camisa do Werder Bremen e Munique 1860, numa altura em que a Bwin gastava por ano 56 milhões de Euros em patrocínios. Em 2007 o Estugarda desafiou de novo a proibição de estampar em suas camisas as casas de apostas online nos jogos da Bundesliga, quando um tribunal administrativo local decidiu que o clube podia colocar a marca da Bwin nas camisas juntamente com o patrocínio de outra empresa.

São inúmeros por toda a Europa os casos que envolvem jogadores e casas de apostas na tentativa de falsear resultados, no entanto se as casas de aposta forem fortemente fiscalizadas pelos governos, não existe razão para os clubes estarem perdendo milhões de Euros em patrocínios. Resta saber se mais uma vez os governos de alguns países vão continuar a alhear-se das problemáticas que envolvem o futebol profissional e se no Brasil teríamos uma “fiscalização” confiável.

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