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26 de setembro de 2014

Inter 'estoura' contas em R$ 50 milhões para sair da fila


Na fila desde 1979, o Inter faz sacrifícios e ‘estoura' as suas contas para se manter na perseguição ao Cruzeiro e voltar a comemorar o título brasileiro. O clube, que tinha previsto reduzir em R$ 23 milhões os gastos com o futebol nesta temporada, não conseguiu cumprir a meta e teve de encaminhar ao seu Conselho Deliberativo, no último mês, um pedido para suplementação orçamentária de R$ 59,3 milhões.

Ao contrário de diminuir os seus custos para R$ 161,3 milhões, a equipe colorada prevê desembolsar R$ 211,9 milhões.
Com uma folha salarial de cerca de R$ 10 milhões no ano passado - R$ 1 milhão somente com atletas emprestados -, o time não cortou as suas despesas com atletas como esperava e teve de se desdobrar para segurar o chileno Aranguiz na última janela de transferências.

A saída encontrada foi recorrer ao empresário Delcir Sonda, tradicional parceiro que se encontrava afastado do clube, para comprar os direitos econômicos do meio-campo e ainda negociar uma de suas revelações, o meia-atacante Otávio, com o Porto. Outra de suas promessas, Valdivia também esteve perto de deixar o Beira Rio.

"Quando o orçamento foi fechado ainda em 2012, foi feito bem abaixo de nossa realidade. O Aranguiz, por exemplo, não foi um negócio feito com os recursos do clube, mas com o de um parceiro, o Sonda. O Inter é um time formador de atletas, receita sempre importante, essa última janela tivemos um assédio muito grande em cima de Sasha, Claudio Wick e Aranguiz, principalmente. Fizemos um esforço enorme para que continuassem e a resposta está sendo boa, seguimos na cola do Cruzeiro e tentaremos alcançá-lo", explica o vice de futebol Marcelo Medeiros ao ESPN.com.br.

"Nesse ano, ainda tivemos uma realidade de arrecadação com o Beira Rio limitada por causa da Copa e os testes de pré-temporada. A projeção para a temporada que vem estando na Libertadores, aumento de sócios e de presença de público nos deixa bem tranquilos", prossegue.

Aos seus conselheiros, a diretoria do Inter explicou na ocasião que o novo orçamento seria necessário por conta de gastos com amortização de dívidas, direitos de imagem e comissões na transação de atletas.

Esse é um dos pontos que gera polêmica em seu conselho fiscal.

Conforme mostrado pela reportagem, uma sindicância foi instaurada recentemente para investigar o suposto pagamento indevido de comissões no contrato com a Nike, ainda em 2011. Os conselheiros não entendem por que a diretoria recorreu a uma empresa terceirizada - no caso, ligada ao agente Gilmar Veloz - para fechar o acordo. Outros negócios do time que obedeceram a mesma prática também são alvos de críticas,

No pedido enviado ao Conselho Deliberativo dentro do prazo previsto em estatuto para solicitação, o clube argumentava com o crescimento de 2,4% superior à receita prevista inicialmente no plano orçamentário.

Depois de um breve período de crise, em que se especulou até mesmo a demissão do técnico Abel Braga, o Inter chegou a quatro sem perder nesta quarta-feira, ao vencer o Criciúma por 3 a 0, e assumiu o segundo lugar no Brasileiro, com 44 pontos. A equipe está agora a oito do primeiro colocado Cruzeiro.

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