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2 de agosto de 2009

A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO DO ATLETA NO CLUBE.

Assisti a um programa da TV. GAZETA em que estavam o Paulo “SILAS” (atual Técnico do AVAÍ) e o Edmilson, ex-campeão mundial e atual jogador do Palmeiras onde entre outras coisas se falava sobre o que este atleta, experiente, e já pensando em aposentadoria iria fazer depois que parasse. E o Edmilson tocou num assunto por demais interessante e que eu mesmo já tive oportunidade de por em prática quando montei meu próprio Centro de Treinamento em Aldeia, por ocasião em que “pensei” ter assumido um time que disputaria a 1ª. Divisão do Futebol Profissional Pernambucano.

Eu planejei todo o trabalho que deveria fazer em curto, médio e longo prazo, para que pudesse ter êxito nesta empreitada. E uma das primeiras coisas que visualizei era que precisaria ter além dos Técnicos, também professores, para “educar” nossos jogadores profissionais que (estou falando em geral) não tem esta preparação em seus clubes.

Teria ex-árbitros, que dariam “aulas” e não as famosas palestras somente, ensinando parte de seus conhecimentos aos mesmos, além de atitudes que deveriam tomar frente a situações diversas por ocasião do jogo. Situações que são às vezes ridículas ou até constrangedoras, como este exemplo de hoje no Maracanã, o Wagner saiu de campo para trocar o calção que foi rasgado numa disputa mais acirrada, e o fez ali mesmo, na beira do gramado, defronte a quase 50 mil pessoas, ficando de sunga por alguns segundos e levou um cartão amarelo, como já havia recebido outro cartão amarelo, foi expulso do jogo e acabou prejudicando o Náutico, possivelmente sem saber “porque”. Prejudicando o clube que até aquele momento levava vantagem no placar e teve que recuar para se defender, om um jogador a menos.

Então, se perguntarmos a ele quantas aulas ele teve quando era dos juniores ou mesmo do profissional sobre isto, veremos que responderá “nenhuma”, com toda certeza. Nossos dirigentes pensam que já se nasce sabendo das regras, das atitudes que se deve ou pode ter e até porque estes mesmo dirigentes em 99% dos casos (o Roberto Dinamte é quase uma exceção, porque agora, os jogadores que foram ao exterior, ganharam uma nova mentalidade, se educaram e enxergam as coiss "quase" como os profissionais gestores, então, Rivaldo, Juninho Paulista, roberto Carlos e outros, estão entrando firme em parcerias para administrarem alguns clubes profissionais brasileiros, mesmo ainda precisando estudarem ou mesmo, contratarem que tem o conhecimet especifico isto já é um avanço) nunca estiveram numa roubada como esta. Falei com Valdomiro Matias e com o Elias Coelho para que agendássemos suas idas a Aldeia para dar aulas, mas infelizmente meu projeto não foi adiante.

Também, falei sobre termos um “professor” para a zaga, que foi o Lúcio Surubim, este sim, chegou a dar as aulas em nosso CT., outro para o meio de campo que deveria ter sido o Zé do Carmo, mais outro professor para o ataque que seria o Luis Carlos, logicamente que o professor dos goleiros seria meu amigo Flávio (ex-goleiro do Sport e Campeão Brasileiro em 1987) e ainda o Técnico Cabeça (Head Coach) que seria o Rildo Menezes, logicamente que teríamos um coordenador para discutirmos quais os atletas que estariam em melhores condições para compor o time, qual o esquema para jogarmos e estudarmos o time adversário propondo então a estratégia a ser tomada e que jogaria naquele dia (seria meu querido amigo) o Prof. Galba Araújo, que não está mais entre nós, deixando muitas saudades e memórias.

Teríamos um(a) professora de dicção e postura, jornalista e radialista para os atletas saberem se conduzir em entrevistas, até hoje me pergunto porque não fazem isto com o CIRO, ou o LESSA é uma pena, ver os rapazes serem entrevistados, mas não são somente eles que necessitam de orientação, outros, como os Técnicos Interinos de nosso futebol, que claudicam enormemente nas palavras.

Depois de tudo isto colocado, não poderia deixar de falar na aprendizagem da língua internacional do futebol, da FIFA e dos negócios internacionais. Teríamos aulas para o inglês também.

Então o Edmilson tem um Instituto chamado “Edmilson” que trabalha com 400 a 500 crianças, de se próprio bolso, ensinando; balé; informática; tênis; carpintaria e futebol também, ente outros. E sobre a educação no clube que estavamos falando, ele somente veio aprender quando foi jogar na França, onde tinha que levar seu material (chuteiras, caneleiras, toalha, etc.) e depois de jogar, limpar e guardar, além de colocar o material do clube dentro de um baú, nos vestiários do clube só depois é que iria embora, ninguém fazia disso por ele.

Quando estava em concentrações, tinha que acordar na hora do desjejum (aqui no Brasil o jogador acorda meio dia) e cumprimentar todos os companheiros de time (mesmo que não quisesse ou até não gostasse deste ou daquele sujeito), ou até msmo não quisesse tomar o café matinal é uma determinação da gestão profissional de futebol do clube. E então foi mais além, falou que o jogador que sai do Brasil para jogar no exterior e pensa que vai levar a mesma vida que leva aqui, que vai viver com os mesmos modos e atitudes que tem aqui, volta com 6 meses, aliás, temos muitos exemplos disso.

Quem sai do Brasil, encontra uma vida completamente diferente da nossa, daquilo que pensamos ser o certo e principalmente se você é jogador de futebol que vem de uma família humilde (como foi o caso do Edmilson) e de tantos outros. O que é aqui, pode não ser na França, na Itália, ou no Golfo, Ásia, etc.

Portanto, educar é preciso, mesmo nos clubes, ou melhor, dizendo, principalmente nos Clubes “profissionais” do futebol brasileiro.

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