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30 de novembro de 2009

Próxima parada: Segundona.


Não precisou acompanhar os resultados das outras partidas. Em nenhum momento da tarde de ontem o Náutico ficou próximo do milagre da sobrevivência na Série A.

Foto: Ricardo Matsukawa/Futura Press. fonte: Diário de Pernambuco.


Aos três minutos do primeiro tempo, já perdia para o Santo André por 1 x 0. Aos 18, o placar estava 2 x 0. O jogo terminou 5 x 3, com a equipe do ABC paulista ainda viva na luta contra o rebaixamento graças às derrotas de Coritiba e Botafogo. Ao Timbu, resta apelar para a "honra" na despedida da primeira divisão contra o Avaí, mergulhar no processo sucessório e iniciar o planejamento para a Segundona.

"Você não é rebaixado por causa de um jogo só. Foi toda uma seqüencia de erros e de chances desperdiçadas. Houve jogos em que a defesa se comportou muito bem e o ataque não funcionou. O resultado contra o Santo André apenas nos colocou matematicamente fora do campeonato. O grupo todo perdeu. O Náutico perdeu"
Geninho - técnico do Náutico

A revolta de Geninho no intervalo com o sistema defensivo era justificada. O Náutico sofreu três gols no primeiro tempo em vacilos inaceitáveis. Como deixar Nunes, um centroavante nato, livre na área em cobrança de falta de Marcelinho Carioca? O que falar da facilidade de Rômulo no contra-ataque do Santo André, do toque entre as pernas de Cláudio Luiz para Wanderley fazer 2 x 0? E como justificar a bobeira do zagueiro quando Marcelinho cobrou lateral e Wanderley venceu na velocidade e fez o terceiro aos 36? Pelo menos, nesse momento, o Náutico já tinha feito um. Por acaso, numa cobrança de falta de Carlinhos Bala, aos 29 minutos.

A bronca de Geninho até melhorou o sistema defensivo do Náutico, mas não adiantou nada. Aos 12 minutos, o frango de Glédson no chute de Rômulo, de longa distância, parecia responder a todas as perguntas. Quatro gols sofridos a partir de erros de uma equipe desatenta, que entrou em campo moralmente rebaixado para enfrentar outra que, de fato, ainda acreditava no milagre.

Somente quando a partida estava praticamente decidida, com 4 x 1 no placar, o Náutico mostrou alguma qualidade e disposição para "vencer". Reação tardia, mais baseada no desespero. Aos 16 minutos, Márcio lançou da defesa. A defesa do Santo André parou e Carlinhos Bala saiu cara a cara com Neneca. Conseguiu desviar a bola para Anderson Lessa empurrar para as redes. O Náutico tentou pressionar, mas esqueceu dos contra-ataques. E Nunes, mais uma vez livre de marcação, ampliou para 5 x 2 aos 29. Apenas para fechar o placar, Nílson marcou mais um para o clube pernambucano aos 34.

"Incaível" - A derrota para o Santo André acabou com o rótulo de incaível, carinhosamente dado pelos torcedores, depois que o time conseguiu manter-se bravamente na elite do futebol brasileiro nos dois últimos anos. Mas não foi por causa do resultado de ontem que o Náutico caiu, mas sim por uma série de fatores acumulados durante a temporada. Um final que já era temido.

Que o diga o ex-presidente Ricardo Valois. Ainda no início da competição, no auge da euforia, o então vice de futebol confessou a alguns: se pudesse, trocaria a vice-liderança momentânea (alcançada na terceira rodada) pela garantia do 16º lugar no final. De fato, permanecer mais um ano na elite seria o céu. Não deu.

Promessa de ano difícil em 2010. A queda de receita será latente. Sem os recursos da Série A, resta superar dificuldades. Aprender com os erros e mirar exemplos de sucesso dentro do próprio clube, para quem sabe repetir o desempenho que culminou no acesso em 2006.

Sem comentários, acho que já está ficando ridiculo nossa opinião acerca de termos um futebol profissional no nosso estado. Não se tem interesse em transparência, competência e honestidade, portanto, este é o caminho.

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