21 de abril de 2010
Copa 2014: oportunidade de mudar os péssimos gramados brasileiros.
Confira artigo de Arthur Melo sobre gramados esportivos de alto desempenho.
Arthur Jorge P. B. de Melo é consultor de gramados esportivos e articulista do Portal 2014.
Neste artigo, desvenda os mitos em torno do custo dos gramados de alto desempenho e defende que a Copa 2014 seja o vetor de uma mudança de mentalidade de dirigentes, jogadores e treinadores.
Seja pela TV ou acompanhando os jogos ao vivo, todos sabem reconhecer um péssimo gramado. Os montinhos artilheiros, as áreas carecas e as poças de lama são grandes vilões do bom espetáculo de futebol.
Tanto por fatores culturais quanto pela leniência das instituições responsáveis pelo futebol brasileiro, os gramados em condições sofríveis proliferam nos estádios do país e parecem uma verdadeira praga continental. Mesmo nas Eliminatórias da Copa 2010, no jogo entre Uruguai e Brasil disputado em Montevidéu, o gramado prejudicou nitidamente a partida apesar da chuva de gols da seleção, que venceu por 4 a 0.
A Copa do Mundo de 2014 deve ser um marco para virar esse jogo e incutir na consciência de dirigentes, atletas e treinadores uma cultura que privilegie gramados que contribuam com o bom espetáculo. O gramado é o insumo básico do futebol. É onde se treina e se joga. É onde os jogadores passam de 75% a 80% da sua vida de atleta.
Muitos dos nossos estádios foram erguidos há mais de 20 anos, com campos construídos em solos argilosos e com uma tecnologia atualmente defasada. Hoje, priorizamos o bom projeto. E num país continental como o Brasil, isso significa estudos complexos das diversas características regionais para adaptar o gramado ao clima e ao regime de chuvas. O projeto do campo deve ser feito em conjunto com o projeto do estádio, já que fatores como a cobertura e a inclinação das arquibancadas, por exemplo, afetarão para sempre a qualidade do gramado.
Um componente imprescindível para um bom campo de futebol é o Topsoil. A um só tempo, este solo preparado serve de substrato arenoso, permite uma boa drenagem e dá ao sistema radicular da grama as condições ideais para o seu desenvolvimento. Outro fator de alto desempenho é um bom sistema de irrigação, que deve ser escamoteável (recolhida sob a grama) e automatizado. Desse modo, a rega do campo é eletronicamente programada, homogênea e evita excessos ou desperdícios.
A drenagem, por sua vez, tem duas componentes principais: a superficial e a subsuperficial. A primeira é constituída pelos caimentos do terreno que retiram o excesso de água da faixa central do campo, onde há a maior concentração de pisoteio.
Já a drenagem subsuperficial é instalada abaixo do Topsoil e conduz a água a um ponto de escoamento através de tubos.
Custos:
A exigência de estudos meticulosos e de insumos de última geração pode levar a crer que os gramados de alto desempenho têm custos proibitivos de construção e manutenção. No entanto, levando em conta a movimentação financeira em torno do futebol – e especialmente de uma Copa do Mundo – a realidade é a inversa.
Alguns estádios da Copa apresentam orçamento entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.
Para a construção de um gramado “top de linha” se gasta cerca de R$ 1,3 milhão (R$ 130/m2 de área construída, aproximadamente). Portanto, estamos falando de algo em torno de 0,3% do custo de um estádio, aplicados em uma área nobre, onde se desenvolve todo o espetáculo.
Assim, não há como aceitar desculpas para que não se construam bons gramados para a Copa de 2014, e para que não se siga o mesmo caminho nos estádios onde se disputam os campeonatos regionais e nacionais. Muitos clubes brasileiros gastam com um mês de salários o que não investem em muitos anos com a manutenção dos seus campos.
Esquecem, com isso, que as comissões técnicas e os jogadores dependem de gramados esportivos de boa qualidade para desenvolver o seu trabalho.
Não acredito que todos os clubes do país devam ter gramados com padrão de Copa do Mundo. Mas que as comissões técnicas, jogadores e entidades (sindicatos e federações, principalmente) têm que exigir melhores condições de trabalho e melhores palcos verdes, disso não há dúvida.
Fonte: Portal 2014.
Estamos vendo que o autor deste artigo fala em gramado “Top de Linha”, igual aos dos melhores estádios Europeus o que não é o caso de gramados que poderiam ser recuperados e melhorados em campos ou clubes do nosso futebol do interior de Pernambuco e até da própria Ilha do Retiro.
Existe hoje no mercado uma empresa que está revolucionando a instalação de gramados, você prepara a drenagem e o sistema de irrigação (que pode ser manual ou automático) e compra a grama com sua colocação, que é feita rapidamente. Consegue-se assim, ter um custo infinitamente menor que este citado acima, não se terá um gramado de 1º mundo mais certamente que teremos um gramado de 1ª linha para o que temos hoje.
Já tivemos a oportunidade de fazer este orçamento para o gramado do Clube SETE DE SETEMBRO da Cidade de Garanhuns,clube que estava na 1ª Divisão do futebol profissional de Pernambuco; acabou de ser rebaixado, justamente por não ter um profissional do futebol na sua gestão e seus dirigentes amadores não tem a competência necessária para administrar o clube, falta de recursos é apenas um dos elementos necessários para se administrar, o maior problema mesmo, é a falta de conhecimento do futebol como um todo.
Então, o custo de mudança do gramado, com a retirada do antigo e uma arrumação em sua terraplanagem, já que aqui no Agreste Pernambucano a drenagem é altamente satisfatória, solo poroso e devido a longas estiagens não se faz necessário a instalações de canos, dutos de cimento, etc., apenas, pedras e britas, com uma areia grossa e depois o subestrato (topsoil) para receber a grama.
E tudo isto não passa dos 50.000 reais. O que é uma quantia irrisória comparados aos custos de atletas machucados e ao mal futebol praticado nestas praças sem condições.
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