Sugestão
de federações estaduais da CBF anularia todo o processo de estruturação da
Série C nacional.
A Série C do Campeonato Brasileiro foi,
por muitos anos, um monstrengo difícil de entender. Dezenas de clubes,
classificação confusa, e para grande parcela dos participantes uma experiência
que não durava mais de seis partidas, deixando um enorme vazio no calendário.
Com a criação da Série D, a CBF conseguiu, tardiamente, mostrar um plano de estruturação da Série C: enxugar e dar a ela um formato de campeonato, para garantir uma temporada cheia aos participantes.
Financeiramente ainda não é viável repetir o formato de pontos corridos adotado nas duas principais divisões, mas para 2012 foi dado um passo importante: serão dois grupos de 10 equipes, com jogos de ida e volta, transmissão pela TV e despesas de viagens cobertas. Equipes importantes, como Santa Cruz e Fortaleza, se beneficiam enormemente. Não apenas pelo dinheiro, mas pelo lado esportivo: em um campeonato longo, há mais espaço para premiar quem se organiza e se planeja.
Nesta segunda-feira, boa parte das federações estaduais pediu à CBF que reconsidere a existência da Série D, alegando que ela é deficitária e desanima possíveis investimentos nos clubes que sonham com uma vaga na primeira divisão nacional.
A ideia de alguns é voltar a inchar a Série C, ignorando o fato de que ela era exatamente o que se tornou hoje a D. Ou seja, seria um absurdo retrocesso. Em vez de melhorar seus Estaduais cada vez menos interessantes, querem rebaixar o futebol nacional.
Estruturar-se para chegar e permanecer em uma terceira divisão estável (e não mais deficitária) pode ser muito mais interessante em longo prazo do que passar apenas uma temporada na Série B sem capacidade técnica e financeira para tal. O tombo é maior.
É difícil acreditar que as federações querem mesmo defender os interesses dos clubes filiados. Tais instituições, nas figuras de seus eternos presidentes, sobrevivem das migalhas políticas e financeiras que a CBF sempre lhes ofereceu.
José Maria Marin, disposto a tudo para sustentar o poder que caiu em seu colo, tem uma decisão importante nas mãos, mas é impossível não temer que ele tome a decisão política.
Em 2002, quando os clubes tiveram o poder de organizar as ligas regionais, as federações abriram o berreiro e recuperaram seus enfadonhos estaduais. Se pensassem mesmo no melhor para os clubes, nunca teriam matado o lucrativo Campeonato do Nordeste, por exemplo.
Melhorar a Série D, e não acabar com ela, é o caminho. Por que não transformar os Estaduais na própria Série D? Os clubes teriam calendário espalhado ao longo do ano e fariam parte da pirâmide de acesso/descenso do Campeonato Brasileiro - mesmo assim, poderiam manter a participação dos grandes, entrando apenas nas fases finais, para um máximo de 6 a 8 datas.
Ficaria para trás o problema de determinados clubes que acabam a temporada em maio. Teríamos datas de sobra para pré-temporada, pausas em datas FIFA e tudo aquilo que faz falta para nosso futebol ter uma cara mais profissional.
Difícil é o sistema feudal das federações estaduais se curvarem.
Com a criação da Série D, a CBF conseguiu, tardiamente, mostrar um plano de estruturação da Série C: enxugar e dar a ela um formato de campeonato, para garantir uma temporada cheia aos participantes.
Financeiramente ainda não é viável repetir o formato de pontos corridos adotado nas duas principais divisões, mas para 2012 foi dado um passo importante: serão dois grupos de 10 equipes, com jogos de ida e volta, transmissão pela TV e despesas de viagens cobertas. Equipes importantes, como Santa Cruz e Fortaleza, se beneficiam enormemente. Não apenas pelo dinheiro, mas pelo lado esportivo: em um campeonato longo, há mais espaço para premiar quem se organiza e se planeja.
Nesta segunda-feira, boa parte das federações estaduais pediu à CBF que reconsidere a existência da Série D, alegando que ela é deficitária e desanima possíveis investimentos nos clubes que sonham com uma vaga na primeira divisão nacional.
A ideia de alguns é voltar a inchar a Série C, ignorando o fato de que ela era exatamente o que se tornou hoje a D. Ou seja, seria um absurdo retrocesso. Em vez de melhorar seus Estaduais cada vez menos interessantes, querem rebaixar o futebol nacional.
Estruturar-se para chegar e permanecer em uma terceira divisão estável (e não mais deficitária) pode ser muito mais interessante em longo prazo do que passar apenas uma temporada na Série B sem capacidade técnica e financeira para tal. O tombo é maior.
É difícil acreditar que as federações querem mesmo defender os interesses dos clubes filiados. Tais instituições, nas figuras de seus eternos presidentes, sobrevivem das migalhas políticas e financeiras que a CBF sempre lhes ofereceu.
José Maria Marin, disposto a tudo para sustentar o poder que caiu em seu colo, tem uma decisão importante nas mãos, mas é impossível não temer que ele tome a decisão política.
Em 2002, quando os clubes tiveram o poder de organizar as ligas regionais, as federações abriram o berreiro e recuperaram seus enfadonhos estaduais. Se pensassem mesmo no melhor para os clubes, nunca teriam matado o lucrativo Campeonato do Nordeste, por exemplo.
Melhorar a Série D, e não acabar com ela, é o caminho. Por que não transformar os Estaduais na própria Série D? Os clubes teriam calendário espalhado ao longo do ano e fariam parte da pirâmide de acesso/descenso do Campeonato Brasileiro - mesmo assim, poderiam manter a participação dos grandes, entrando apenas nas fases finais, para um máximo de 6 a 8 datas.
Ficaria para trás o problema de determinados clubes que acabam a temporada em maio. Teríamos datas de sobra para pré-temporada, pausas em datas FIFA e tudo aquilo que faz falta para nosso futebol ter uma cara mais profissional.
Difícil é o sistema feudal das federações estaduais se curvarem.
Concordo com quase tudo acima exposto, o
problema é que temos um País continental e onde o futebol é ainda o maior
esporte praticado, até pelo seu custo e por qualquer lugar se prestar a um
joguinho. Então vamos por pontos, em primeiro lugar como a CBF nunca se
importou com a administração do futebol brasileiro tanto é que entregou os
campeonatos da Serie A e Serie B a duas instituições que nunca deveriam existir,
na realidade não são reconhecidas pela FIFA como tal, pois somente a CBF é a
representante legal da entidade para administrar o futebol.
Então temos campeonatos que
estão sendo balizado por uma TV que compra seus direitos “exclusivamente”, dita
as condições, negocia separadamente, quebrando assim qualquer tentativa de união
e dita então quem poderá crescer, nivelando por cima o Sul e Sudeste, como se o
Brasil fosse somente isso, esquecendo o resto deste País.
Que os nossos clubes são administrados
por presidentes amadores e estagiários, todos já sabem, que as Federações
Estaduais pertencem a famílias e grupos, ninguém duvida, até a própria CBF,
quem está lá não sai tampouco. O que interessa é saber se isto irá continuar da
maneira que está, porque se for, podem se conscientizar que nosso futuro é
descer mais ainda, pois o fundo do poço está mais distante que pensava.
Temos que ter realmente uma Confederação
Brasileira que administre e normatize o futebol Brasileiro como quem olha para
sua própria família. O Brasil além de comportar uma Serie D, profissional,
organizada e lucrativa, comporta outras mais, só precisa de planejamento,
seriedade e conhecimento, não faz sentido a Alemanha e outros terem 9 divisões
profissionais e o Brasil apenas 4.
Querem acabar com a galinha dos ovos de
ouro sem saber. Temos condições de conseguir recursos para desenvolver mais e
mais o futebol e em todo o País, basta querer, lembram-se daquele inglês que
chegou aqui e pediu apenas 2 anos para administrar nosso futebol e faze-lo o maior,
o mais visto e o mais lucrativo? Eu lembro sim, e sei muito bem do que ele está
falando, e olhem que ele é inglês, um “gringo” que não conhece nossas
necessidades, nossas mesquinharias e nossos problemas, ele só conhece o que
pode fazer, usando o nome e a fama que o Brasil tem, mas tem por enquanto, é o que acho.
Por
Leonardo Bertozzi, blogueiro do ESPN.com.br, espn.com.br, Atualizado:
16/4/2012. Foto: divulgação.
Comentário:
Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.
Tip of the state federations CBF nullify the
whole process of structuring the National Series C.
The Series C of the Brazilian Championship
was for many years, a monster hard to understand. Too much clubs,
classification confusing, and for a large portion of the participants an
experience that lasted more than six games, leaving a huge void in the calendar.
With the creation of Series D, CBF has,
belatedly, to show a plan for structuring the Series C: make smaller and give
it a league format, to ensure a season with full participants.
Is not financially feasible to repeat the
format adopted consecutive points in the two main divisions, but in 2012 was an
important step: it will be two groups of 10 teams, with games back and forth,
television broadcast and travel expenses covered. Important teams such as Santa
Cruz and Fortaleza, benefit greatly.
Not just for the money, but the sporty side:
in a league long, there is more room to reward those who organized and planned.
On Monday, much of the state federations
asked the CBF to reconsider the existence of the Series D, arguing that it is
possible deficit and discouraging investment in the clubs who dream of a place
in the national first division.
The idea is certain to swell back to Serie C,
ignoring the fact that it was exactly what today has become a D. That is, it
would be absurd setback. Instead of improving her state less and less
interesting, want to lower the national football.
Structure to reach and remain stable in a
third division (rather than loss) can be much more interesting in the long run
than spending just one season in Serie B has technical and financial capacity
to do so. The inclination is greater.
It's hard to believe that the associations
even want to defend the interests of affiliated clubs. These institutions, in
its eternal figures of presidents, survive on the crumbs and financial policies
that the CBF has always offered them.
Jose Maria Marin, willing and able to sustain
the power that fell into his lap, is an important decision in his hands, but it
is impossible not to fear that he take the political decision.
In 2002, when the clubs had the power to
organize the regional leagues, federations opened the screaming and recovered
their boring state. If they thought it best for the clubs, would never have
killed the lucrative Northeast Championship, for example.
Improving the Series D, not end it, is the
way. Why not transform the State's own Series D? The clubs had spread
throughout the calendar year and would be part of the pyramid access / decline
of the Brazilian Championship - still could maintain the participation of
large, entering only in the final stages, to a maximum of 6 to 8 dates.
I would be behind the problem of certain
clubs that finish the season in May. We would have plenty of dates for
pre-season breaks on FIFA dates and all that is needed for our game to have a
more professional face.
Difficult is the feudal system of the state
federations bow.
I agree with almost everything above, the
problem is we have a continental country where football is still the greatest
sport, even at its cost and anywhere lend itself to a game.
So let's points in the first place as the CBF
never cared for the administration of Brazilian football is so much that he
gave the championships in Serie A and Serie B to two institutions that should
never exist in reality are not recognized as such by the FIFA, because only the
CBF is the legal representative of the entity to administer the football.
So we have real championships which are being
buoyed by a TV buying that their rights, "exclusively," thus, said
the conditions, and negotiates separately, thus breaking the union of any
attempt to the group to get more money, means, better payments and who can then
grow by leveling up the south and southeast, only as if the Brazil was just
that, forgetting the rest of this country.
That our clubs are run by amateurs presidents
and interns, everyone already knows, that the Federations belong to families
and groups, we have no doubt, even the CBF, who's out there either. What
matters is whether this will continue the way it is, because if you can become
aware that our future is going down even more, deep, because the bottom is more
distant than previously thought.
We have to have a real Brazilian
Confederation which will regulate and manage the Brazilian football like
someone who looks for his own family. The Brazil and also include a Serie D,
professional, organized and profitable, involves many more, just needs
planning, professionalism and knowledge, doesn’t makes sense, for example,
Germany and other countries have nine professionals divisions and Brazil only 4
and barely weak.
Do away with the chicken that lays golden
eggs without knowing it. We are able to get resources to develop more and more
our football and around the country, not only in small parts, just want to,
remember that Englishman who came here and asked only for two years to run our
football and make it the biggest, most watched and most profitable? In the
world, I remember that, and I know very well what he is talking about, and look
what he is a
English (foreign), a "gringo" who
does not know our needs, our pettiness and our problems, he just knows what you
can do, using the name and fame of Brazil.
For
Leonardo Bertozzi, blogger ESPN.com.br, espn.com.br, Updated: 4/16/2012. Photo:
publicity.
Comment:
Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and Roberto Queiroz Junior.
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