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3 de dezembro de 2014

Felipe Ximenes é demitido do Flamengo


Um episódio que se desenhava há alguns meses enfim se confirmou na manhã desta quarta-feira. O diretor de futebol do Flamengo, Felipe Ximenes, foi demitido do cargo pela cúpula rubro-negra. Ximenes não gozava de prestígio no clube e tampouco tinha bom relacionamento com o técnico Vanderlei Luxemburgo e parte do elenco. Rodrigo Caetano, que se desligou do Vasco, é o nome de preferência para ocupar a vaga.
Ximenes chegou ao Flamengo no fim de maio para participar da reestruturação do futebol rubro-negro ao lado do técnico Ney Franco, também recém-contratado. Mas logo em seu primeiro jogo a relação com o elenco começou a se desfazer. No vestiário da partida em que o Flamengo sofreu 3 a 0 para o Cruzeiro apenas no primeiro tempo, ele deu uma sonora bronca nos comandados e o áudio foi captado pelas câmeras da ESPN.
A partir dali a relação começou a ser mais distante com os atletas. Diante da volta ruim do time e da lanterna após a Copa do Mundo, Ximenes viu Ney Franco ser demitido e acompanhou de longe a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Com o novo técnico, o diretor acabou discordando de várias decisões e viu-se ainda mais isolado. A pressão era grande e a diretoria observava o mercado, principalmente de olho em Rodrigo Caetano, então no Vasco, e Alexandre Mattos, do Cruzeiro. Mas com o andamento do time na Copa do Brasil, a situação foi contornada.
No entanto, a desclassificação diante do Atlético-MG de forma impiedosa, com direito a goleada de 4 a 1, fez o próprio Ximenes admitiu a algumas pessoas que o fim do seu ciclo no clube estava próximo. Com a garantia do clube na Série A em 2015 e o início da reformulação de futebol no futebol, o diretor acabou demitido na manhã desta quarta-feira. Ximenes divulgou um comunicado sobre sua saída. Confira abaixo. 
"Ao ser comunicado hoje pelo Clube de Regatas do Flamengo da rescisão prematura do meu contrato de trabalho, após seis meses da minha chegada, deixo o clube com a certeza de ter feito o melhor para que a equipe retomasse o rumo de volta ao lugar que cabe ao Flamengo e sua história dentro do futebol brasileiro.
Encontrei um cenário totalmente adverso: o time sob o comando do segundo treinador no ano, ocupando a 19 posição na tabela do Campeonato Brasileiro e uma forte pressão para contratações durante a parada para a Copa do Mundo.
Desempenhei minha função pautado pelo profissionalismo que rege minha carreira, do qual me orgulho e não abro mão. Liderei a troca de treinadores de forma absolutamente ética, sugeri o nome do substituto e o apresentei à imprensa.
Liderei a rescisão dos contratos de alguns jogadores que o clube considerava não estarem dentro do perfil necessitado pelo Flamengo naquele momento e suportando a pressão externa e interna do clube, estive a frente do processo das duas únicas contratações feitas naquele período, Canteros e Eduardo da Silva, que se revelaram nomes de destaque na recuperação elenco.
Durante esse período, houve trocas de comando, com o cargo de Vice-presidente de Futebol do clube tendo sido ocupado por algumas pessoas, começando por Wallin Vasconcellos, o próprio Eduardo Bandeira, passando por um conselho com seis nomes e culminando com Alexandre Wrobel, que conta com ainda com um Conselho de quatro outros membros. Segui meu trabalho com a mesma lealdade, honestidade e profissionalismo em todas as gestões.
Hoje o Flamengo aparece em 9 lugar na tabela do Brasileiro e se está ainda distante dos times que escreveram a história vitoriosa do clube, também livre de qualquer ameaça de cair para a segunda divisão do futebol brasileiro, temor de todos, quando fui contratado. Mais que isso, está mais organizado para se planejar daqui para frente.
Ao aceitar o convite para ser o Diretor Executivo do futebol do Flamengo acreditava poder colaborar com a profissionalização do clube, uma bandeira da diretoria. Rescindi um contrato pela primeira vez na minha história profissional, com o Esporte Clube Vitória, e mudei para o Rio de Janeiro confiante em um trabalho de longa duração como outros que desenvolvi ao longo de 30 anos de vida dedicada ao esporte e que me rendeu reconhecimento e a convicção de que estava no caminho certo. O futebol brasileiro deve buscar de forma incessante a profissionalização em todos os setores, no cenário atual não cabe mais uma administração sem funções definidas e executadas por pessoas preparadas para cada uma delas.
Lamento não ter podido avançar nesse trabalho e agradeço à direção do Flamengo pelo convite feito. Trabalhar no clube é sempre uma honra para qualquer profissional. Espero que o Flamengo encontre o caminho de grandes conquistas enquanto seguirei minha trilha com disposição para o trabalho, seriedade e ética."
Concordo e assino em baixo, hoje o futebol deve ter pessoas com funções definidas e executadas por pessoas preparadas para cada uma delas, mas, ten-se que levar em conta que importar profissionais de regiões diferentes e que não conhecem as tradições e picuinhas do clube, só levam ao desastre. E além disso uma coisa que não assino em baixo e nem ao menos concordo, e nunca me passou pela cabeça que um executivo de futebol, fosse a vestiários e principalmente "dar broncas" em jogadores (o trabalho dele é burocrático, caçar talentos e trazer negócios favoraveis aos cofres do clube com as transferências - compra e venda), ir ao vestiário é um atestado de burrice e uma amostra de soberba.
#Ficaadica.

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