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3 de março de 2015

Diretor do Grêmio: 'STJD é o órgão mais abjeto e nojento do mundo'

Na última sexta-feira, o STJD decidiu arquivar o processo que investigava um de seus auditores, Ricardo Graiche, acusado de postar injúrias racistas em rede social após punir o Grêmio por racismo no ano passado. A resposta do clube não demorou a vir: inconformado, o seu novo diretor jurídico, Nestor Hein, diz que terá de comparecer ao tribunal carregando um prendedor nasal por causa de seu "mau cheiro".
Então vice-presidente tricolor na época, Hein foi um dos mais frustrados com a decisão que acabou excluindo o time da Copa do Brasil. Ele chegou a anunciar que se desligaria do futebol ao fim da última temporada.
Agora em novo cargo, será o responsável por acompanhar os casos da equipe no STJD.
"Vou ter de comparecer com um prendedor nasal em virtude de seu mau cheiro. Não temos força contra o teatro que são aqueles julgamentos. É o órgão mais abjeto e nojento do mundo", desabafa Hein ao ESPN.com.br.
"O Grêmio foi julgado, apedrejado pelas pessoas e viu sua torcida ser estereotipada até mesmo em horário nobre. Agora, fazem isso em uma ação de compadres - ou ‘compadrio', como falam aqui em Porto Alegre. É horrível trabalhar com essa gente, com esse Paulo Schmidt (procurador-geral do STJD), corajoso apenas com os clubes de menor força política, mas, salvo exceções, temos que viver com essas figuras lamentáveis", prossegue.
Ao todo, seis auditores participaram do julgamento de sexta-feira. Três deles absolveram Ricardo Graiche enquanto que outros três votaram por uma advertência. Na avaliação do atual presidente do STJD, Caio César Rocha, os empates nos votos devem favorecer o réu, e assim Graiche foi absolvido.
Ele pediu afastamento do tribunal no ano passado, após toda a repercussão de suas postagens.
A análise é de que o tempo de licença solicitado serviu como punição suficiente para o caso.
"Devemos imaginar o seguinte: na tranquilidade de seu lar, o sujeito mexe com uma criança negra e um homem negro sem estar sendo assediado por ninguém. Teríamos de fazer toda uma reflexão. Mas esse é um tribunal hipócrita", concluiu Nestor Hein.

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