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29 de outubro de 2013

Clubes Franceses confirmam greve contra os planos de 'super imposto'


Os clubes franceses da Ligue 1 e Ligue 2, primeira e segunda divisão do campeonato nacional, convocaram uma greve, nesta quinta-feira, que afetará a rodada do fim de semana de 29 de novembro a 2 de dezembro. A paralisação será realizada como forma de protesto contra a proposta do ‘super imposto’ do governo francês.
A reunião da União dos Clubes de Futebol Profissional (UCPF) teve representantes dos clubes abordando a questão e elaborando a campanha chamada ‘Futebol em Perigo – Todos Juntos’. A Ministra do Esporte da França Valerie Fourneyron declarou na semana passada que os clubes da Ligue 1 e Ligue 2 não seriam apoiados pela população francesa em caso de greve contra a proposta.
O governo do Presidente François Hollande tem procurado introduzir uma taxa de imposto de 75% aplicável aos que tiverem ganhos superiores a 1 milhão de euros ao ano.
Esta nova taxa é vista como uma forma de ajudar a fraca economia francesa, mas a Liga de Futebol da França (LFP), que deu total apoio à greve, e os clubes de futebol manifestaram insistentemente suas preocupações em relação ao efeito do imposto nos jogadores, e que isso poderia causar uma fuga de talentos do futebol francês.
Jean Pierre Louvel, Presidente da UCPF, afirmou: “O que nós queremos, como parte do ‘Futebol em Perigo-Todos Juntos’ é abrir o palco para todos os fãs, amantes do futebol, as pessoas que são parte da rotina diária do futebol. Isto é para os torcedores, jogadores amadores, associações, voluntários, educadores, treinadores e funcionários, todos aqueles que irão suportar o peso deste imposto injusto.
É o papel social do futebol que será afetados em consequência desta medida. Esta é uma oportunidade para a silenciosa maioria do futebol francês expressar sua opinião.”
Representantes dos clubes irão se reunir com Hollande na próxima semana para discutir uma solução para o atual momento. Louvel não afasta a possibilidade de que ações futuras sejam organizadas após o final de semana da greve. A UCPF afirmou que o imposto deve custar ao futebol profissional 44 milhões de euros por ano.
A União ainda acrescentou que 50 milhões de euros já são perdidos anualmente em direitos de imagem coletivo e o futebol francês doa cerca de 130 milhões de euros por ano para esportes amadores. Uma primeira leitura da proposta de aumento da taxa foi aprovada pelo Parlamento Francês, que deve ser votada entre o final de novembro e começo de dezembro.
Enquanto o aumento de imposto deve ter maior impacto em clubes como o Paris Saint-Germain e A.S Monaco, espera-se que os custos aos jogadores sejam compensados pelos seus proprietários, do Qatar e da Rússia, respectivamente. Em vez disso, é provável que o impacto maior recaia sobre os clubes que são adversários diretos dos dois milionários do futebol francês.
O Presidente do Saint Etienne, Bernard Caizzo, afirmou à agência de notícias Associated Press: “A maioria dos clubes não fazem dinheiro”. Eles perdem dinheiro. Então, como é possível que os clubes paguem este imposto quando eles não têm dinheiro sobrando? Este é o grande ponto.
Ao invés de jogadores pagando os impostos, eles querem os clubes pagando. O futebol francês é o que tem maior carga tributária da Europa. Quando ganhamos 100 euros, pagamos 70 euros. Não é a Inglaterra, a Alemanha, a Itália nem a Espanha. Muitos clubes não conseguirão suportar isso e podem desaparecer.”
Fiz um comentário anterior, onde usei de sarcasmo, com esta situação de clubes pagarem “impostos”, até movido pelo que acontece nos bastidores do futebol e em nosso futebol, e que todos sabem como se fazem as coisas, sempre saindo uma boa parte por baixo da mesa e para a conta de dirigentes mal intencionados. Posso até dar um palpite, porque não colocar a Receita Federal de cada País na parada, para investigar todas as transações á fundo, ao invés de simplesmente tentar punir o futebol, até porque, não se iludam, quem faz hoje irá continuar fazendo (desviando o dinheiro do futebol).
E se depender da FIFA e de seus organismos, todos nós sabemos que não resolve não se chega a nenhum lugar. Infelizmente.

Fonte: Soccerex. Comentário: Roberto Queiroz.

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