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21 de agosto de 2015

São Paulo perde para reservas do Ceará, ouve gritos de 'vergonha' no Morumbi e se complica


"Raça, Raça, Raça". Os gritos ecoavam nas arquibancadas do Morumbi antes mesmo do jogo começar na noite fria desta quarta-feira (20). Pressionado após levar 3 a 0 do Goiás no último sábado, o São Paulo voltou a campo para enfrentar um Ceará lanterna da Série B e sem nove titulares, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Tudo sugeria uma vitória são-paulina e as pazes com a torcida, mas não foi o que aconteceu. Com dois gols de Rafael Costa, os cearenses surpreenderam os vaiados paulistas e venceram por 2 a 1. Pato descontou para o time tricolor.
Agora, o Ceará joga pelo empate no duelo de volta. Mesmo a derrota por 1 a 0 ainda dá vaga nas quartas ao clube alvinegro. O São Paulo, que deixou o gramado sob berros de "vergonha", precisa vencer por dois gols de diferença para seguir adiante na busca pelo título inédito. O confronto decisivo acontece na próxima quarta-feira (26), no Castelão.
Antes de tentar a vaga nas quartas, o clube tricolor volta a pensar no Campeonato Brasileiro e vai até o Rio de Janeiro para enfrentar o Flamengo, no domingo, às 16 horas (de Brasília), no Maracanã.
Assim como fez contra os goianos, Juan Carlos Osorio errou na escalação são-paulina. O técnico tirou Alexandre Pato da ponta esquerda, posição que fez o atacante subir de produção no ano, e o colocou no lado direito, contando com Carlinhos entre os titulares.

Outra característica parecida com o jogo apresentado pelos paulistas no fim de semana foi a grande posse de bola sem conseguir finalizar as jogadas. Em determinado momento, o São Paulo estava com o domínio em 70% do tempo, mas o placar apontava 2 a 0 para os cearenses.
Como se não bastasse o momento complicado, o time tricolor ainda perdeu Luis Fabiano, que deixou a partida no intervalo com dores no joelho. O atacante será avaliado nesta sexta-feira para saber qual é o problema.
O jogo
Os torcedores do São Paulo que foram ao Morumbi fizeram só uma cobrança antes de a partida começar. "Raça! Raça! Raça!", berraram. Juan Carlos Osorio já havia feito a mesma exigência aos seus jogadores dias antes do compromisso contra o Ceará.
Nos primeiros minutos, o São Paulo pareceu disposto a dar uma resposta à torcida e ao comandante colombiano. Desta vez com só dois zagueiros e com Carlinhos na armação ao lado de Paulo Henrique Ganso - e atrás de Alexandre Pato e Luis Fabiano -, a equipe acuou o Ceará com bastante movimentação.
Os espaços para contra-ataques, no entanto, continuaram abertos. Só que o desfalcado Ceará não tinha a precisão nem a velocidade do Goiás para tirar proveito. Por isso, as suas melhores chances para surpreender eram com a bola parada. Foi assim que os visitantes abriram o placar.
Aos 17 minutos, Guilherme Andrade (lateral direito emprestado pelo Corinthians) bateu escanteio, e Wellington Carvalho desviou de cabeça. Rafael Costa ficou sozinho para completar para dentro depois que a defesa do São Paulo avançou, na tentativa de deixá-lo impedido.
O gol do Ceará fez a torcida do São Paulo se impacientar. Longe do setor das organizadas, a irritação era maior. "Vai para a área, Pato, filho da p...!", reclamou um são-paulino, incomodado com o atacante que se dispunha a buscar o jogo. "Thiago Mendes, acerta uma!", gritou em seguida. E o volante errou, para desespero de quem o cobrava: "Vá se f...!".
Embora o ambiente no Morumbi não fosse mais de apoio, o São Paulo ainda conseguiu se reorganizar ofensivamente. Luis Fabiano e Paulo Henrique Ganso entusiasmaram o público com uma cabeçada e com um chute de fora da área, respectivamente, o que levou o time da casa um pouco mais adiante.
Procurando ser útil, o canhoto Carlinhos começou a aparecer mais do lado direito do gramado. Foi de lá que, aos 41 minutos, ele fez um bom cruzamento para Alexandre Pato escorar na segunda trave. A bola chegou a acertar o poste e saiu. Pouco depois, Thiago Mendes alegrou até o seu crítico com uma conclusão de longe, por cima da meta. E Michel Bastos emendou bem em uma sobra na área e parou em grande defesa de Luís Carlos.
A pressão do São Paulo no final do primeiro tempo não foi suficiente para convencer a sua torcida. O time foi para o vestiário sob vaias. E retornou escutando novo clamor por "raça" e com o estreante Wilder no lugar de Luis Fabiano, que acusou dores no intervalo de partida.
Em alguns minutos de segundo tempo, as manifestações isoladas de insatisfação de torcedores do São Paulo se alastraram pelo Morumbi. Ainda mais porque os laterais de Osorio eram pouco produtivos, dificultando o trabalho dos armadores, e em função de uma cabeçada perigosa de Rafael Costa, defendida por Renan Ribeiro.
Osorio resolveu mudar novamente o São Paulo em menos de dez minutos. Trocou Reinaldo, que saiu hostilizado, por Wesley, deslocando Carlinhos do meio para a lateral esquerda. Como o São Paulo voltou a obter oportunidades de gol dessa forma, houve trégua com parte da torcida - apesar de Ganso ter discutido com um grupo de são-paulinos quando se apresentou para uma cobrança de escanteio.
Ficaria pior. Aos 19 minutos, o Ceará enfim aproveitou os espaços oferecidos pelo São Paulo, que se lançava todo ao ataque. Fabinho avançou em velocidade e caiu quando encontrou Luiz Eduardo dentro da área. Pênalti. Rafael Costa bateu no meio do gol e conferiu.
As organizadas, então, desistiram de ficar ao lado do São Paulo. Nem mesmo um gol de Alexandre Pato, que dominou na área e concluiu no canto aos 22, mudou a postura do público. Seguiram-se insultos a Michel Bastos, ao vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, a Osorio e ao restante do time "amarelão" e "sem vergonha", além de idolatria a Diego Lugano, reforço preterido pelo clube.
Os são-paulinos não pertencentes a organizadas ainda tentaram combater as cobranças mais exageradas com cantos amistosos aos jogadores. Mas não havia calma nem mesmo dentro de campo. Luiz Eduardo entrou em atrito com Uillian Correa enquanto a sua equipe tentava (com direito a chute de Wilder no travessão), em vão, ao menos empatar para afastar a crise que se instalava no Morumbi.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 1 X 2 CEARÁ
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 20 de agosto de 2015, quinta-feira
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA)
Assistentes: Fabiano da Silva Ramires (ES) e Bruno Raphael Pires (GO)
Público: 13.015 pessoas
Renda: R$ 309.884,00
Cartões amarelos: Reinaldo, Alexandre Pato, Luiz Eduardo e Wilder (São Paulo); Fabinho, Carlão e Sánchez (Ceará)
Gols: CEARÁ: Rafael Costa, aos 17 minutos do primeiro tempo e aos 20 minutos do segundo tempo; Alexandre Pato, aos 22 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Bruno, Lucão, Luiz Eduardo e Reinaldo (Wesley); Thiago Mendes, Michel Bastos, Paulo Henrique Ganso e Carlinhos; Alexandre Pato e Luis Fabiano (Wilder)
Técnico: Juan Carlos Osorio
CEARÁ: Luís Carlos; Wellington Carvalho, Charles e Gilvan; Guilherme Andrade, João Marcos, Carlão, Uillian Correa e Sánchez; Fabinho e Rafael Costa (Carlos Alberto)
Técnico: Marcelo Cabo
Estamos vendo o São Paulo indo ladeira abaixo, e sabem porque, nenhum jogador quer escutar que seu técnico é mais estrela de que ele. Vejam bem, estão quase todos elogiando o Colombiano, no entanto colocar o pé por ele, ninguém faz, já estamos cansados de ver e saber sobre os bastidores, principalmente porque la estivemos. Além disso, o "Head Coach" tricolor, está se sentindo o próprio, inventando fórmulas (logicamente depois de ver a mídia nacional falando que não existe técnicos brasileiros capacitados), ledo engano, temos sim, só que são emergentes (em sua maioria), e precisam ter chance.
Quem duvida que o Juan Carlos Osório está balançando, quero dizer, está ficando podre, e que se ainda não foi mandado embora, é somente pela razão de ser um técnico estrangeiro e a repercussão no mercado internacional certamente será horrível para o clube. E logicamente porque o presidente do clube foi quem o trouxe e como tem o poder, está mantendo o técnico ainda, até quando não sei, mas, com certeza, não irá muito longe (basta perder no próximo domingo), onde joga contra o Flamengo no Maraca, e contra Paolo e Sheik.

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