ESCOLA DE FORMAÇÃO DE FUTUROS CRAQUES DO FUTEBOL / SCHOOL OF EDUCATION TO FUTURE FOOTBALL PLAYER'S.

Sem a totalidade dos direitos econômicos de um jogador sequer, Grêmio faz malabarismos para continuar formando craque.



A categoria de base foi um fator-chave para o Grêmio se reestruturar depois da queda para a segunda divisão, no fim de 2004. Sem dinheiro, o clube deu espaço para a garotada. O time subiu e, de lá para cá, revelou gente como Anderson, Lucas, Carlos Eduardo, Cássio, Rafael Carioca e Douglas Costa, cujas negociações renderam ao clube cerca de 40 milhões de euros. A aposta foi vitoriosa — novos garotos bons de bola surgiram, mas a fonte pode ter secado. Hoje, o Grêmio não detém 100% dos direitos econômicos de nenhum de seus meninos da base.

Para o gerente de futebol, Cícero Souza, trata-se de um reflexo dos novos tempos. “É quase impossível um clube brasileiro ser dono de 100% de seus garotos. Muitas vezes os agentes complicam as negociações, e é preciso ceder para manter um atleta de futuro. Mas, o Grêmio jamais será o acionista minoritário no vínculo dele.”

O dirigente explica que, logo no primeiro contrato profissional, permitido apenas a partir dos 16 anos, o jogador já chega acompanhado de um empresário. Ainda que não exija luvas altas nem salários incompatíveis com a categoria de base, geralmente o representante do atleta (no caso de alguém acima da média) pede parte nos direitos econômicos do jogador. Isso quando o garoto já não chega ao clube fatiado, pertencendo a um grupo de investidores, a um empresário ou até mesmo a times menores (ou de aluguel), parceiros da equipe grande.


“Os direitos econômicos passaram a ser o segredo da nossa negociação. Uma espécie de margem que o clube encontra para discutir propostas”, diz Cícero. “A vantagem do clube grande, formador, é manter os direitos federativos do atleta. Assim, ele só será vendido caso o clube seja ressarcido.”

No projeto tricolor de 2005, iniciado por Rodrigo Caetano (hoje no Vasco) e Júlio Soster (atualmente no Caxias), a meta era contar com pelo menos 50% do time formado em casa até 2011.

Até a Copa do Mundo de 2014, a idéia é ter um time inteiro formado no CT de Eldorado. O atual grupo já conta com 40% de pratas da casa. Mário Fernandes, Fernando, Bruno Collaço, Neuton, Mithyuê, Willian Magrão, Saimon, Bérgson e Maylson são expoentes da nova safra gremista.

Todos passaram por pelo menos duas temporadas na base, com exceção do zagueiro Mário Fernandes — pivô de futsal da Portuguesa até os 18 anos e que logo nos primeiros meses de campo, no São Caetano, foi comprado por Jorge Machado e levado ao Grêmio.

A parceria entre Grêmio e Machado determinou que Mário Fernandes não deixará Porto Alegre por menos de 15 milhões de euros. “Tive sorte em ser encontrado por um grande empresário, que fez um bom contrato para mim em uma grande vitrine como é o Grêmio”, diz Mário Fernandes. José Mourinho já assistiu a jogos e a DVDs do jogador, mas o preço assustou a direção da Internazionale.

O Grêmio tem um plano de remuneração para seus 180 jogadores da base, do sub-12 ao sub-20, que vai da ajuda de custo ao primeiro salário (de 2 800 reais), passando pelo bônus por vezes em que o atleta for convocado para se concentrar com os profissionais. Esses nove jogadores criados no Olímpico recebem entre 15 000 e 40 000 reais — nada que onere demais uma folha de 3,8 milhões de reais, a maior da história do Grêmio. E todos têm a mesma multa rescisória para o exterior: 20 milhões de euros.


E a fábrica tricolor deverá seguir produzindo por muitos anos. Hoje, o clube conta com cinco olheiros que rodam o Brasil atrás de talentos, além de 150 escolinhas credenciadas, do interior gaúcho a Manaus, e mais de 30 clubes parceiros, como o Pão de Açúcar, um dos principais fornecedores de atletas para a base do Grêmio.

Aprovado pelos olheiros, pelos técnicos da base (todos formados em educação física) e pela direção, o novato passa a morar no Olímpico. É obrigado a estudar, recebe apoio psicológico e nutricional, além de dividir um apartamento com cinco atletas da sua idade. Os jogadores com mais de 16 anos, e com contrato, pelo menos duas vezes por ano excursionam pela Europa. Um ganho de experiência para o garoto e uma vitrine para o clube. Os guris já trabalham com o fisiologista do profissional José Leandro, incumbido de corrigir uma eventual dificuldade antes da ascensão ao time principal.

Outra ferramenta é um software, desenvolvido no clube, chamado SGA (Sistema de Gerenciamento de Atletas). Nele são colocadas informações como desempenho do atleta em treinos e jogos, avaliações fisiológicas, passagens pelo departamento médico, salários e contratos, além do currículo de cada garoto. Os treinos e jogos também são filmados e editados pela Central de Dados Digitais (CDD). Hoje, é o próprio Grêmio quem edita os DVDs destinados a empresários e clubes interessados em seus atletas.

Apesar da estrutura para formar e manter talentos, nem sempre é possível evitar a saída de algum jogador da base. Nesta temporada, dois garotos bandearam para o Internacional: o volante Lucas Severo, de 15 anos (mesmo sem idade para assinar contrato profissional), e o centroavante Alex Sandro, 20.

Ainda que a direção gremista não admita, a perda de Lucas foi bastante sentida. Tratado como grande promessa, ele teria ido para o rival com luvas de 270 000 reais. “Negociávamos com o Lucas, quando fomos surpreendidos com a mãe dele nos dizendo que havia outro interessado. Ele não voltou, e soubemos que ia para o Internacional”, afirma Cícero.



Sobre Alex Sandro, o Grêmio alega que os números do SGA apontavam uma queda de rendimento. O cartola conta que existia um “pacto de não agressão com o Inter para as categorias de base”, que foi descumprido. “Não digo que terá represália, mas haverá desdobramentos”, diz o dirigente. No ano passado, o ex-ponteiro do clube Éder Aleixo levou cinco jogadores seus da base gremista para a colorada.

Mas houve quem fizesse o caminho inverso. Uma das estrelas em ascensão do clube veio do Beira-Rio: Bérgson. O atacante chegou ainda nos infantis. Alegando não receber chances no Inter, ele pediu a seu empresário, Efraim Mendonça, para sair. Mendonça então foi bater no Olímpico e hoje Bérgson é um dos xodós da torcida. “Eu não era escalado nunca e sabia que poderia ser titular. Ainda não tinha contrato, o que facilitou a saída. Estou feliz e numa grande vitrine”, diz o atacante.

Com a gurizada fatiada ou não, o Grêmio segue firme no seu intento de contar, nas próximas temporadas, com um time inteiro feito em sua casa.

Fonte: PLACAR, Fotos: Edison Vara.
Tradução: Roberto Queiroz de Andrade.
Comentário: Roberto Queiroz de Andrade.

Finalmente temos um clube de ponta começando a vislumbrar uma luz no fim do túnel com departamento estruturado e tentando ser aquilo que deve ser e que a FIFA exige.

Ainda existem senões e melhoramentos, mais já é um grande e importante passo para ser realmente um formador de craques, além de que ainda estamos engatinhando, é bom se calçar as sandálias da modéstia, porque isto se tem na Europa há muito tempo e muito melhor.

Infelizmente temos declarações errôneas sobre o que é um Agente Credenciado e um empresário e até o que é uma empresa patrocinadora do clube e outra que não patrocina, que quer apenas ganhar dinheiro e usa o clube como se fosse a Bolsa de Valores garantindo seu investimento com a participação em “direitos econômicos” de alguns atletas, prejudicando com isto o Clube.

Como falei antes, isto se deve a falta de conhecimento e de informações, sobre o que pode, o que não pode e o que deve ser feito pela instituição para está sempre abaixo de normas do Ministério do Trabalho, do Ministério dos Esportes e da Constituição Federal, que com suas Leis, determinam como deve ser esta relação de clube/atleta/investidores/patrocinadores/agentes credenciados e por fim “empresários”, além é claro, das normas da FIFA (International Boarding).

Faz-se necessário que procurem tomar conhecimento das regras para que não percam grandes estrelas, ganhem dinheiro, e tenham um futebol competitivo, realmente profissional e também que estejam fazendo o certo, quando na realidade não estejam enveredando por caminhos errados, por exemplo; entregando o patrimônio do clube a outros que só trazem prejuízo a instituição; e a única penalizada pela incompetência dos dirigentes que passam é o clube , seus torcedores, seus sócios, o futebol brasileiro e seu sucessor; que sempre herdará uma empresa mal administrada e sem caixa (cash flow).English.

English.

Without all the economic rights of a player even, Grêmio juggles to continue forming crack.

The base category was a key factor for the Guild to restructure after falling to the second division in late 2004. Without money, the club made room for the kids. The team went up and, since then, said people like Anderson, Lucas, Carlos Eduardo, Dio, and Rafael Carioca Douglas Costa, whose negotiations have yielded to the club about 40 million. The bet was victorious - new boys came good ball, but the source may have dried. Today, the Guild does not hold 100% of the economic rights to any of his boys from the base.

For the football manager, Cicero Souza, this is a reflection of changing times. "It's almost impossible for a Brazilian club to own 100% of their kids. Often agents complicate the negotiations, and we must give in to an athlete's future. But the Guild will never be the minority in his bond. "

The manager explains that the very first professional contract and is only permitted from the age of 16, the player now comes accompanied by a businessman. Yet that does not require gloves or high wages incompatible with the basic categories, generally representative of the athlete (in case someone above average) seeks part in economic rights of the player. That when the boy comes to the club no longer sliced, belonging to a group of investors, an entrepreneur or even the smaller teams (or rent), team great.

"The economic rights have become the secret of our negotiation. A kind of margin that the club meets to discuss proposals, "says Cicero."The advantage of the big club, trainer, is to keep the federative rights of the athlete. Thus, it will only be sold if the club will be compensated."

In the project tricolor, 2005, initiated by Rodrigo Caetano (today in Vasco) and Julio Sosta (now in Caxias), the goal was to have at least 50% of the home team formed in 2011.

Until the World Cup 2014, the idea is to have an entire team trained in CT of Eldorado. The current group already has 40% of silverware in the house. Mario Fernandes, Fernando, Bruno Collaço, Neuton, Mithyuê, William Magrão, Saimon, Bergson and Maylson are exponents of the new crop gremista.

All have undergone at least two seasons at the base, with the exception of defender Mario Fernandes - Portuguese futsal pivot up to 18 years and that in the first few months of fieldwork in São Caetano, was bought by Jorge Machado and taken to the Grêmio.

The partnership between Gremio and determined that Mario Machado Fernandes Porto Alegre will not leave for less than 15 million. "I was lucky to be found by a great entrepreneur, who made a good contract for me in a great showcase how the faded," says Mario Fernandes. Jose Mourinho has watched games and DVD player, but the price scared the direction of Internazionale.

The Guild has a compensation plan for its 180 players from the base, the sub-12 sub-20, which will help pay the cost of the first (in 2800 dollars), through bonuses for times when the athlete is summoned to concentrate with the professionals. These nine players created in Olympic receive between 15 000 and 40 000 dollars - nothing too onerous a sheet of 3.8 million reais, the largest in the history of the Guild. And they all have the same fine rescission abroad: 20 million.

And the factory producing tricolor should follow for many years. Today, the club has five scouts who run behind Brazil talents, in addition to 150 small schools accredited in the interior of Rio Grande do Sul to Manaus, Amazonas State, and with partnerships with more than 30 clubs, such as the Sugarloaf Super Market, a leading supplier of athletes to they club school.

Approved by the scouts, the technical base (all trained in physical education) and the direction, the novice comes to live in the Olympic. He is obliged to study, receive psychological support and nutrition, and share an apartment with five athletes of their age.

Players with more than 16 years and under contract at least twice a year touring to Europe to gain experience for the boy and a showcase for the club.

The players have been working with the professional physiologist José Leandro, responsible for correcting any trouble before the rise to the first team.

Another tool is software developed at the club, called SGA (System Management Athletes).

In it are placed information as athlete's performance in drills and games, physiological, passes by the medical department, salaries and contracts, and the curriculum of each boy. Drills and games are also filmed and edited by the Central Digital Data (CDD). Today, it is the Guild who edits the DVDs for entrepreneurs and clubs interested in their athletes.

Although the structure to train and retain talent is not always possible to prevent the departure of a player's base. This season, two boys flocked to the International: the defensive midfielder Lucas Severo, 15 years (even without age to sign a professional contract), and center forward Alex Sandro, 20.

Although the direction gremista not admit the loss of Lucas was sorely felt. Treated as great promise, he would have gone to the rival gloves with 270 000 dollars. "Negotiable with Lucas, we were surprised with his mother telling us that there was another interested party. He did not return, and knew it was going to International, "said Cicero.

About Sandro, the Guild argues that the numbers of SGA indicated a slump in form. The manager says that there was a "non-aggression pact with Inter for the basic categories," which was breached. "I do not mean to be retaliation, but there will be consequences," says the manager. Last year, former club pointer Eder Aleixo led five players from their Football Grêmio Portoalegrense ( called gremista) to the other Internacional FC (called) colored.

But others did the opposite. One of the rising stars of the club came from the Riverside: Bergson. The striker arrived yet in children. Claiming not to receive chances at Inter, he asked his manager, Ephraim Mendoza to exit. Mendonca then was hit in the Olympic and today is one of Bergson (xodó) the crowd. "I was not climbing and never knew it could hold. Still had no contract, which facilitated the exit. I'm happy and a great showcase, "said the striker.

Sliced with the guys or not, the Guild continues strong in its attempt to tell in the coming seasons, with an entire team made in their home.

We finally have a top club getting a glimpse of light at the end of the tunnel with the department trying to be structured and what should be and that FIFA requires. There are still snags and improvements; more is already a big and important step to be really a trainer of star players.

Unfortunately we have erroneous statements about what is an Accredited Agent and a businessman, and even that is a corporate sponsor of the club and one which does not sponsor or just make money and uses the club as if it were the stock exchange and that ensures your investment with participation in "economic rights" of some athletes.

As I said before, this is due to lack of knowledge and information about what you can, what can not and what should be done to the institution is always below standards of the Ministry of Labor, the Ministry of Sports and the Federal Constitution , which with its laws, determine how this relationship should be with a club / athlete / investors / sponsors / accredited agents and finally "entrepreneurs", and of course, the rules of FIFA (International Boarding).

It is necessary to seek to ascertain the rules so that they do not lose big stars, make money and have a really competitive professional football and also they are doing right, when in fact they are embarking on the wrong paths that only bring harm to the institution, who is and who is the only penalized for the incompetence of leaders who pass a way.