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10 de março de 2011

EXCLUSIVE: FIFA makes countries spending and keeps the profit, "says journalist-candidate/EXCLUSIVO: "FIFA faz países gastarem e fica com o lucro", al


Grant Wahl, que lançou candidatura à presidência da FIFA, manifesta preocupação com os rumos da organização da Copa de 2014 no Brasil.

O jornalista Grant Wahl tem 37 anos e viu apenas dois presidentes no comando da FIFA: o atual, Joseph Blatter, no cargo desde 1998, e seu antecessor, João Havelange, que ficou 24 anos à frente da entidade máxima do futebol mundial.

Insatisfeito com a postura de Blatter no comando da organização decidiu fazer barulho e lançar sua candidatura como opositor do suíço, na eleição programada para junho.

Oficialmente, Wahl precisaria apenas da indicação de uma federação filiada à FIFA para concorrer. A candidatura tem uma boa dose de escárnio, mas, como admite o próprio jornalista da Sports Illustrated, levanta questões que o mundo do futebol precisa discutir.

Em sua plataforma de governo, Wahl defende o uso de vídeo para tirar dúvidas sobre bolas na linha do gol. Também quer que os árbitros sejam obrigados a explicar publicamente suas decisões em campo, e promete acabar com o limite de árbitros por país na Copa do Mundo, para que estejam nela os melhores em absoluto. Pede ainda que a regra seja mudada para acabar com o cartão amarelo para jogadores que tiram a camisa na comemoração de gols.

Sobre questões administrativas, o "candidato" promete limitar o número de mandatos a dois de quatro anos, e ainda tornar públicos todos os documentos oficiais da FIFA. E quer uma mulher no cargo de secretária-geral.

São reflexões importantes, que fazem acreditar em uma preocupação genuína com a melhora dos rumos do futebol, e não em uma tentativa de autopromoção. De qualquer maneira, Wahl tem sido bastante procurado para declarações - recentemente falou ao colega Rodrigo Bueno, na Folha de S.Paulo.

Nesta entrevista ao blog, Grant Wahl aborda outro tema delicado quando o assunto é FIFA: a organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e a farra de dinheiro público nas obras nos estádios. "A FIFA faz os países gastarem dinheiro e embolsa o lucro", lembra.

Blog: As questões envolvendo a FIFA serão imensas no Brasil pelos próximos anos, por causa da Copa de 2014. O que devemos temer?

Grant Wahl: Acho que o Brasil deveria se preocupar com a quantidade de dinheiro que está sendo gasta em estádios para a Copa do Mundo. Os orçamentos já foram excedidos em grandes somas, e a chance de corrupção é enorme. Sugiro que quem se importa com o Brasil 2014 leia esta matéria (em inglês).

Blog: Há um tema controverso envolvendo estádios novos ou reformados para a Copa. O estádio do Morumbi foi rejeitado sob bases políticas, e agora se espera o uso de dinheiro público na construção do estádio do Corinthians, para que ele esteja apto a receber o jogo de abertura. Muitos brasileiros sentem que as exigências da FIFA quanto aos estádios são exageradas. O Maracanã será praticamente reconstruído, mesmo depois de uma grande reforma para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Qual é sua opinião a respeito?

GW: A exemplo do que aconteceu na África do Sul, eu me preocupo com o dinheiro público em excesso usado nos estádios de Copa do Mundo, quando poderia ser investido na educação, no combate à pobreza e na segurança para o país. A FIFA permite que os países gastem seu dinheiro na Copa do Mundo, e então ela própria embolsa uma enorme quantia, como o US$ 1,2 bilhão de lucro com a Copa da África do Sul em 2010.

Blog: O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, espera um dia concorrer à presidência da FIFA. Ele está no cargo desde 1989 e se comporta como dono do futebol brasileiro. Teixeira, genro de João Havelange, transformou a Seleção Brasileira num fenômeno de marketing, com grandes contratos publicitários, mas a organização do futebol de clubes ainda é muito pobre, especialmente nas divisões inferiores. Qual é a imagem internacional de Teixeira?

GW: Teixeira é conhecido como um homem poderoso dentro da FIFA. Ele ajudou a transformar a Seleção em uma máquina de dinheiro, mas, sendo um "insider" da FIFA, ele também está sujeito a questões sobre se ele age limpamente na área da política esportiva.

Blog: Você começou uma campanha para a presidência da FIFA. Qual seria sua primeira medida como presidente caso conseguisse?

GW: Eu começaria um "Wikileaks" na FIFA, tornando público cada documento interno, para que possamos decidir o quão limpa ou suja é a FIFA. Também contrataria uma investigação independente na FIFA, usando as diretrizes da Lei Sobre a Prática da Corrupção no Exterior (Foreign Corrupt Practices Act, nos Estados Unidos).

Blog: Você fala sério sobre a candidatura à presidência da FIFA?

GW: Quero que as pessoas tenham senso de humor sobre a minha campanha, porque é incomum para uma pessoa na minha posição concorrer à presidência da FIFA. Mas falo sério sobre as questões levantadas. A FIFA precisa de grandes mudanças, mudanças que não virão de alguém de dentro. Sou absolutamente "de fora".

Blog: Você acredita que há uma maneira de organizar um método livre de política para escolher as sedes das Copas do Mundo?

GW: Provavelmente não, mas há uma maneira melhor. Acredito que todas as nações que fazem parte da FIFA deveriam votar em escolher as sedes, assim como fazem com o presidente da FIFA.

Blog: O jornalista britânico Andrew Jennings é um crítico feroz das federações esportivas. Ele alertou sobre corrupção envolvendo membros da FIFA antes do escândalo envolvendo venda de votos para as eleições das sedes de 2018 e 2022. Você acredita que as pessoas deveriam dar mais crédito a este tipo de matéria?

GW: Andrew Jennings tem feito um ótimo trabalho investigativo sobre a FIFA ao longo dos anos. As pessoas lhe deram o crédito pelo trabalho feito, creio.

Blog: Você acha que o Sr. Joseph Blatter gosta minimamente de futebol?

GW: Não conversei com ele sobre isso, mas acredito que goste. Não acho que Blatter seja um cara mau, pessoalmente, mas tenho grandes preocupações sobre sua liderança na FIFA.

Blog: Por que você acha que uma mulher seria uma melhor secretária-geral da FIFA, como defende em sua campanha?

GW: Acho importante que as mulheres tenham mais influência na FIFA, assim como ganharam mais influência no Comitê Olímpico Internacional nos últimos anos. Como presidente da FIFA, terei controle sobre a nomeação do secretário-geral, que é o cargo nomeado de maior importância. É necessário haver mais diversidade e igualdade na organização do esporte mais popular do mundo.

Blog: Por que você quer que os árbitros defendam em público suas decisões polêmicas?

GW: Considero importante que os árbitros expliquem decisões polêmicas para que o público não fique no escuro. É uma prática comum nos esportes americanos, como a NFL e a NBA. Transparência é uma coisa boa!

Em primeiro lugar este Jornalista deveria saber o que é o futebol realmente, entendo perfeitamente o que ele fala sobre os árbitros pararem a jogada para explicarem os lances e isto não encaixa no futebol, que é um jogo jogado corrido, não tem paradas, como o “football” norte americano, o basquete e outros. E sobre se usar a tecnologia para “a linha de gol”, esta tecnologia entendo que deverá dentro em pouco ser oficializada.

Além de que a situação do futebol como é visto e jogado de outros Países não se aplica aqui, o futebol aqui é mais que em qualquer lugar, aqui não é somente uma religião é uma maneira de viver além de uma filosofia. Entendo perfeitamente este negócio dele levantar a bandeira para colocar uma mulher no lugar de Secretário Geral da FIFA, mais antes de nada, a pessoa deve saber o que é o jogo de dentro do campo e de fora, burocraticamente para depois se decidir o sexo do candidato.

Entendo também que a transparência é um dos pré-requisitos para qualquer negócio, bem como gostar do que se faz e logicamente a integridade deve fazer parte do currículo desta pessoa que queira abdicar este posto. Acima de tudo está, porém o conhecimento sobre o futebol em todos os cantos da terra, sem isto, seria apenas uma marionete manipulada.

Tenho certeza de que precisamos mudar, mais hoje temos pessoas mais qualificadas e corretamente inseridas no contexto da bola. Franz Beckenbauer, Michel Platini, no meu modesto entender, são entre alguns outros nomes que podem muito bem ser o presidente da FIFA e saberem como podem e devem proceder em sua administração para ter sucesso.


Fonte: ESPN.COM. Leonardo Bertozi. Foto: Divulgação.
Comentário e Tradução: Roberto Queiroz de Andrade.

Grant Wahl, who launched candidacy for president of FIFA, is concerned with the direction of the organization's 2014 World Cup in Brazil.

The journalist Grant Wahl has 37 years and has seen only two presidents in charge of FIFA: the present, Joseph Blatter, in office since 1998, and his predecessor, Joao Havelange, who was 24 years ahead of the governing body of world football. Dissatisfied with the posture of Blatter at the helm of the organization decided to make noise and throw his candidacy as the Swiss opponent in the election scheduled for June.

Officially, Wahl need only indication of an association affiliated to FIFA to compete. The application has a good dose of scorn, but, as he admits himself a journalist for Sports Illustrated, which raises the football world needs to discuss.

In its platform, Wahl advocates the use of video for any questions about balls at the goal line. We also want the arbitrators/referees are required to publicly explain their decisions in the field, and promises to end the limit of referees by country in the World Cup, so they are the best in it at all. It also claims that the rule be changed to eliminate the yellow card for players who take his shirt in celebration of goals.

On administrative matters, "candidate" promises to limit the number of mandates to two of four years, and still make public all official documents of FIFA. And he wants a woman to the post of general secretary.

Are important considerations, they do believe in a genuine concern for the improvement of the direction of the football, not an attempt at self-promotion. Anyway, Wahl has been much sought for declaration - recently spoke to Mr Rodrigo Bueno, the Folha de S. Paulo, newspaper.

In this interview to the blog, Grant Wahl covers another sensitive issue when it comes to FIFA: the organization of the 2014 World Cup in Brazil, and the spree of public money on stadiums in the works. "FIFA is the country spending money and pocketing the money," he recalls.

Blog: The issues surrounding the FIFA will be immense in Brazil for years because of the 2014 World Cup. What do we fear?

Grant Wahl: I think Brazil should worry about the amount of money being spent on stadiums for the World Cup. The budgets have been exceeded by large amounts, and the chance of corruption is enormous. I suggest that anyone who cares to read this regard Brazil 2014 (in English).

Blog: There is a controversial issue involving new or renovated stadiums for the World Cup. The Morumbi stadium was rejected on political grounds, and is now expected to use public money to build the stadium for Corinthians, so he is able to receive the opening match. Many Brazilians feel that the requirements of FIFA and the stadiums are exaggerated. The Maracana will be virtually rebuilt, even after a major reform to the Pan American Games 2007. What is your opinion?

GW: As has happened in South Africa, I worry about too much public money used in the stages of the World Cup, when it could be invested in education, combating poverty and security to the country. FIFA allows countries to spend their money on the World Cup itself and then pocketed a huge amount, like $ 1.2 billion in profit from the World Cup in South Africa in 2010.

Blog: The president of the CBF, Ricardo Teixeira, hopes to one day run for the presidency of FIFA. He has been in office since 1989 and acts as master of Brazilian football. Teixeira, son in law of Joao Havelange, the Brazilian team became a marketing phenomenon, with large advertising contracts, but the organization of club football is still very poor, especially in lower divisions. What is the international image of Teixeira?

GW: Teixeira is known as a powerful man within FIFA. He helped transform the selection into a cash machine, but being an insider of FIFA, he is also subject to questions about whether he acts neatly in the area of sports policy.

Blog: You started a campaign for the presidency of FIFA. What would be his first act as president if he won?

GW: I would start a "Wikileaks" FIFA, making public every internal document, so we can decide how clean or dirty is FIFA. Also hire an independent investigation into FIFA, using the guidelines of the Law on the Foreign Corrupt Practice (Foreign Corrupt Practices Act in the U.S.).

Blog: Are you serious about running for president of FIFA?

GW: I want people to have a sense of humor about my campaign, because it's unusual for someone in my position to run for president of FIFA. But I'm serious about the issues raised. FIFA needs major changes, changes that will not come from someone inside. I am totally "outside".

Blog: Do you believe there is a way to organize a free method to choose the political headquarters of the World Cup?

GW: Probably not, but there is a better way. I believe that all nations of FIFA should vote to choose the seats as they do with the president of FIFA.

Blog: British journalist Andrew Jennings is a fierce critic of the football sports federations. He warned of corruption involving members of FIFA before the scandal involving the sale of votes for the election of the venues for 2018 and 2022. You believe that people should give more credence to this kind of matter?

GW: Andrew Jennings has done a great investigative work on FIFA over the years. The people gave him credit for the work done, I believe.

Blog: Do you think Mr. Joseph Blatter minimally likes football?

GW: I have not talked to him about it, but I feel like. I do not think Blatter is a bad guy personally, but I have great concerns about his leadership in FIFA.

Blog: Why do you think a woman would be a better general secretary of FIFA, as advocated in his campaign?

GW: I find it important that women have more influence in FIFA, and gained more influence in the International Olympic Committee in recent years. As president of FIFA, will have control over the appointment of the Secretary-General who is appointed the position of greatest importance. Need for more diversity and equality in the organization's most popular sport in the world.

Blog: Why do you want the judges to defend their controversial decisions in public?

GW: I think it important that the referees explain controversial decisions to the public would not stand in the dark. It is a common practice in American sports like NFL and NBA. Transparency is a good thing!

Firstly this journalist should know what football really is, I totally understand what he talks about it also the referees stop play to explain the moves and it does not fit in football, which is running a game played, has not stopped, as North American football, basketball and others. What about using technology to "the goal line," I understand that this technology will soon be made official.

Besides the situation of football as it is viewed and played from other countries does not apply here, football is more here than anywhere else, here is not only a religion is a way of life. I fully understand this business of him raising the flag to put a woman in the post of Secretary General of FIFA, before anything, someone should know what's inside game and outside of the field, bureaucratically.

I also believe that transparency is a prerequisite for any business, and like what it does and of course the integrity of the curriculum should be part of this person who wants to relinquish the post. Above all it is, however, knowledge of football in all corners of the earth, without it would just be a puppet manipulated.

I'm sure football need to change; but we have more people today qualified and properly placed in the context of the ball. Franz Beckenbauer, Michel Platini, are among a few other names that may very well be the president of FIFA and know how they can do to and should proceed in his administration to be succefull.


Source: ESPN.COM. Leonardo Bertozo. Photo: Publicity.
Commentary and Translation: Roberto Queiroz de Andrade.

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