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12 de junho de 2009

Futebol Profissional em Pernambuco.

Finalmente tenho como escrever minha experiência na frente de um “CLUBE” (que só tinha o nome e as dívidas) no nosso futebol Pernambucano.

Depois de tentar administrar um Clube de minha cidade natal, GARANHUNS de nome AGA (Associação Garanhuense de Atletismo) que esta/estava no limbo, sem sucesso, na 2ª. Divisão e que permanece até hoje alijado dos esportes. Fora de qualquer competição amadora ou profissional e hoje servindo apenas como alojamento para festas alugada a terceiros.

Fui procurado em minha residência pelo então presidente da Associação Desportiva Vitória. Que falou ter escutado nossa breve proposta pela Radio em que estivemos para convidar o comentarista Ralph de Carvalho e falamos via satélite para todo o Estado; nossos planos para administrar a AGA.

E que estaria pronto a passar-me o comando do Clube??? E que depois vim a descobrir que só existia o nome e um longo rastro de problemas, causas trabalhistas, salários atrasados e dívidas. E além de tudo a falta de honestidade destas pessoas, que faziam o Clube na época.

Eu estava entusiasmado com a ideia de trabalhar (havia recebido minhas credenciais de Agente e achava que somente isso era bastante para poder trabalhar e alcançar o êxito do que aprendi no exterior em termos de O & M) e mostrar que nosso futebol precisa e merece ser “PROFISSIONALIZADO”. Ledo engano, nosso futebol precisa é da polícia e da justiça, para poder sair desta situação, também.

Infelizmente, assumi e cheio de boas intenções, paguei os atrasados da gestão passada, para começarmos bem e havia de tudo, lavadeira, cozinheira, zelador, etc., além dos profissionais da bola, com salários atrasados e para minha surpresa eles não tinham nenhum registro de trabalho para poder estarem disputando uma 1ª. Divisão do futebol Pernambucano. Além de uma sala (que chamavam de Almoxarifado), no próprio estádio Municipal com umas quantas bolas usadas, diga-se de passagem, em péssimo estado e algum material surrado que nem para enxugar o chão serviam e não havia nada mais, como um escritório, com o material administrativo (livros, registros, documentos) tudo estava na casa de outras pessoas sem nenhuma responsabilidade ou comprometimento com o CLUBE, se é que poderíamos chamar isto por este nome.

Estávamos disputando a Copa Pernambuco e assumi no meio, sem saber pra que servia ou qual era a finalidade de fazermos jogos, por exemplo, em Salgueiro e sem condições. Perdemos a classificação (que dei Graças aos Céus) e tratei então de começar a procurar um local para concentração, campo para treinamento, um ônibus para transportar o pessoal, enfim tentar arrumar isto para o Campeonato Pernambucano de 2006 da 1ª. Divisão.

Quando assumi este desafio, tinha já delineado de onde tiraria os recursos para tal empreitada (do meu próprio bolso), pois como Agente sabia onde poderia consegui-lo de volta com correção e juros. Mas a vida tem destas coisas e não foi assim que aconteceu, estava em processo de separação litigiosa e então tive que ao invés de poder dispor de tudo que era de minha propriedade (inclusive o que comprei antes desta união, quando residia e trabalhava nos Estados Unidos), tive que entrar na Justiça para poder dispor apenas de parte destes bens (que ainda estão pendentes de solução, pois nossa justiça anda no lombo de jumento) e o dinheiro acabou sem chegar, tentei conseguir um empréstimo com a FPF, outro engano, lá só entra e quando sai, sai apenas para os 3 grandes Clubes Pernambucanos.

Então para complicar mais ainda o Prefeito da cidade negou-me o Estádio Municipal, tive que partir para Aldeia e alugar um Chácara para ser nosso CT., então a imprensa especializada (se é que podemos chamar disto, aquelas pessoas que falam de futebol quando recebem dinheiro), começou pegando no meu pé, falando que eu estava tirando o Clube da cidade e que não iria cumprir o que havia falado. Como poderia cumprir algo se o próprio Prefeito não nos dava permissão para usarmos o estádio da cidade e não havia outros campos em condições de ser usado, nem sede e muito menos um Centro de Treinamento ou mesmo apenas um local para alojarmos os atletas.

Bem, depois de montarmos nosso Centro de Treinamento em Aldeia, comecei então a contactar os jogadores e a fazer contatos com os Técnicos que gostaria de ter na parte técnica para darmos inicio aos treinamentos. Falei que iria contratar 4 ex-jogadores para cuidarem disso, explicando; 1 para os goleiros, 1 para os zagueiros, 1 para os meio campistas, 1 para os atacantes e mais 1 que seria o Head Coach (como falam em inglês) para definir o “comandante” que viria dos Estados Unidos ajudar-me nesta empreitada e que era o Rildo Menezes, quando falei isto a imprensa caiu em cima de mim chamando-me de louco ou mesmo de mentiroso e tive que pedir ao Rildo que viesse a Recife para confirmar e ele veio, foi no Diário de Pernambuco, na FPF (trouxe até um scoth para o presidente) e na Rádio que sempre me recebeu dignamente, deu entrevistas e voltou para Los Angeles para arrumar sua vinda em definitivo ou até que eu o chama-se.

As coisas apertaram, não recebi o dinheiro que deveria receber (finalmente tenho tudo acertado na Justiça do Tocantins, www.tj-to.com.br na 2ª. Instância, é só entrar com meu nome) mas então, sem dinheiro e sendo um Agente Credenciado FIFA, fui a bola da vez. Meus cheques voltaram, foram em meu CT., e levaram a maioria dos atletas que eu mesmo havia ajudado e pago os atrasados da administração anterior, boicotaram com os uniformes, com os fornecedores e com aqueles que estavam querendo patrocinar nossa ideia, e da Federação o que consegui foi somente o desprezo (depois vim a saber porque era/sou Agente Credenciado ligado a CBF) e pessoas da própria cidade de Vitória de Santo Antão que militam na própria FPF, puxaram meu tapete para ver se conseguiam os atletas de ponta que eu havia trazido (mas não se deram bem, aqueles que tinham contrato comigo voltaram para suas casas e continuam meus amigos até hoje) e um “empresário” já falecido que andava sempre rondando meu empreendimento foi até a cidade para assumir “meu projetoou pelo menos o que diziam que era meu.

E o resto todo o mundo sabe, alguns cheques voltaram, vendi meus carros e até relógios e outros bens pessoais para ver se conseguia pagar a todos, mas infelizmente não consegui e deixei de cumprir algumas obrigações sendo então execrado do futebol Pernambucano, meu nome foi pros órgãos de defesa do consumidor, Serasa, etc. De outro lado o time que formaram montado em cima da espinha que me roubaram, foi embora (pois os Dirigentes do Vitória não cumpriram o que prometeram aos jogadores que me abandonaram e até o nosso Preparador Físico que havia vindo de Minas Gerais e trabalhado com a Seleção Brasileira Sub-17), além de não pagarem os salários, não havia lugar para acomodá-los, não comiam como atletas, não havia transporte, material de treinamento, etc.

E a Desportiva Vitória foi apagada do Futebol Profissional Pernambucano, porque quem deveria ser execrado e cobrado pelo Ministério Publico é/eram os dirigentes que assumiram e não registraram os atletas profissionais, não pagaram os salários, não cumpriram com suas obrigações. Agora vejo que a Federação Pernambucana aceitou o registro de outro “Clube” usando o nome de “Vitória”, as cores, etc., apenas mudaram para “Acadêmica”......para fugir as cobranças judiciais, e outros....

É uma vergonha.

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