O Globo
RIO - Se você tivesse poder para mudar uma coisa no futebol brasileiro em 2010, qual escolheria?
Eis as opções: a arbitragem, que andou tendo muitos problemas este ano; o calendário, para adequá-lo ao europeu, com temporada começando em agosto e terminando em junho; a fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro, alterando dos pontos corridos para o mata-mata a partir das quartas-de-final; o sistema de venda de ingressos, para limitar a ação de cambistas, reduzirem as filas e acabar com os tumultos; e funcionamento das torcidas organizadas, forçando-as à extinção por lei, para evitar episódios como o de Curitiba, quando torcedores do Coritiba invadiram o gramado do Estádio Couto Pereira e promoveram desordem e quebra-quebra.
Em 2009, os árbitros de futebol estiveram mais uma vez na berlinda. No segundo semestre, especialmente, durante o Brasileirão, foram muitos os erros de arbitragem e jogos importantes tiveram seus resultados influenciados por equívocos cometidos pelos homens do apito. Muito se fala sobre a necessidade de profissionalização dos árbitros, para que eles tenham treinamento mais eficaz. Há quem defenda até que os árbitros, assim como jogadores e técnicos, quando cometem atos de indisciplina ou falta de decoro esportivo, sejam submetidos a julgamentos em tribunais e passíveis de suspensão por erros graves. O debate é polêmico. O que parece estar mais perto do consenso é a idéia de que a arbitragem brasileira precisa melhorar.
Outra discussão que tomou conta do futebol no Brasil em 2009 foi o calendário. Muitos dirigentes reclamam de ter seus times esfacelados no meio do Brasileirão devido à janela de transferências para a Europa, em fim de julho. Tem gente que defende que o calendário brasileiro deve se adequar ao europeu, o que facilitaria, segundo esse argumento, até as convocações da seleção brasileira.
O próprio Campeonato Brasileiro, aliás, chegou ao fim em meio a uma polêmica que não é nova, mas que ganhou força este ano. O sistema de pontos corridos, adotado em 2003, está na berlinda. Defendido no passado por muitos dos que hoje não o querem, ele passou de justo a injusto na avaliação dos críticos. O argumento a favor é de que premia o time mais regular, com melhor campanha em toda a competição. O argumento contrário é de que provocam situações como a de um clube que disputa títulos enfrentar nas rodadas finais adversários já sem interesse no campeonato e que escalariam reservas ou fariam "corpo mole". O mata-mata teria a vantagem também, na opinião de seus entusiastas, de atrair mais público e mais audiência na TV, já que teria um números maior de partidas decisivas.
A questão da venda de ingressos entrou na pauta na reta final do Campeonato Brasileiro. As enormes filas para os jogos do Flamengo, por exemplo, com torcedores tendo que acampar na porta do Maracanã e se enfrentando aos empurrões para conseguir suas entradas levantaram a questão. Precisa ser mesmo tão difícil comprar ingresso para partidas importantes e atrativas? A presidente eleita do clube, Patrícia Amorim, prometeu incluir o assunto na pauta de mudanças que quer promover a partir de sua gestão. Mas há quem diga que venda de ingressos na internet não funciona e que, apesar de deficiente, o sistema atual é o melhor que tem.
Por fim, a pancadaria entre a torcida do Coritiba e policiais militares, após o jogo que rebaixou o clube para a Série B (empate em 1 a 1 com o Fluminense), mostrou o vandalismo de que são capazes integrantes de torcidas organizadas. O secretário de segurança pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, ao comentar o episódio, disse que é preciso extinguir essas torcidas. E o tema voltou mais uma vez à baila no encerramento de 2009.
Vamos comentar algumas idéias nossas sobre a “profissionalização” do futebol brasileiro. Ao invés de simplesmente falarmos sobre o que deve mudar em torno dos acontecimentos neste ano de 2009.
a) Acho que a unificação do calendário Brasileiro ao calendário Europeu já se faz necessário e concordo nesta premissa, não podemos estar à parte do futebol mundial.
b) Sobre a formula de disputa do Campeonato Brasileiro, acho que deve ser este mesmo de pontos corridos que premia quem melhor se preparou e quem é mais profissional. Este negócio de colocar os finalistas numa loteria premiando a falcatrua, a virada de mesa não condiz com a moralização do futebol, e com sua estabilização, veja que o Campeonato de 2009 se decidiu na última partida, tanto ao Campeão quanto nos rebaixados (salvo, exceção do amadorismo da direção do Sport Clube do Recife), além de que, o público veio junto e a emoção.
c) À venda de ingressos; pela internet é lógico que tudo quando começa tem suas desvantagens, mas este é o caminho. Logicamente que existem outras opções como a de vendê-lo em outros locais, bancas de revistas, etc., e no próprio clube diariamente (e isto é possível quando se tem o calendário do futebol conhecido, ou seja, “pontos corridos”) seu calendário divulgado com tempo do departamento de marketing planejar suas vendas, captar rcursos, etc.
d) Torcida organizada, é muito complicado, mas com uma legislação penal atual que penalize realmente o infrator, e imdiatamente tirando-o do campo por 1 a 2 anos, como se fez no Campeonato Inglês, é este o caminho. Além é lógico, da própria Polícia se preparar melhor e os próprios clubes se adequarem a modernidade atual, cameras, seguranças, melhores instalações, respeito ao Código do Torcedor.
e) Sobre os juízes, precisamos realmente “profissionalizar” esta categoria.
f) Transferência de jogadores no meio do Campeonato, o que pode mudar isto, não vai ser a adequação ao Campeonato Europeu mais sim na “profissionalização” do dirigente em ter pessoas competentes, com conhecimento para fazer os contratos, alinhando os valores internacionalmente, seguindo as determinações da FIFA, fazendo seus contratos de trabalho com os atletas, dentro da realidade mundial com tempo e idade batendo, e isto já é um bom começo. Comprometer a gestão do dirigente ao próprio bolso, fez errado, pague do seu próprio patrimônio e se fizer certo, receba bonificações de acordo com o sucesso de seu trabalho.
g) Para mim precisamos reforçar as divisões de base, desde suas instalações, seu "modus operante" e sua maneira de ser dirigida. Hoje se ver que os clubes do sul e sudeste vem ao Nordeste fazer "peneiras", quando os próprios clubes nordestinos vão buscar possiveis valores em outros lugares, tudo errado e mau planejado.
Logicamente que não seriam somente estes tópicos que mudariam o futebol Brasileiro, mas já seria um começo bem promissor.
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