Páginas

2 de março de 2012

CARNAVAL ACABA E BRIGA PELO PODER NA CBF CONTINUA / CARNAVAL ENDS AND IN THE CBF THE POWER STRUGGLE.


Ricardo Teixeira prepara retoma as atividades, mas federações voltam a discutir uma possível sucessão.

SÃO PAULO - Com o fim do carnaval, a luta pelo comando do futebol brasileiro está recomeçando. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, reluta em pedir licença ou afastamento e prepara-se para reassumir a entidade. Enquanto isso, presidentes de federações estaduais que se animaram com a possibilidade de Teixeira sair ainda acreditam que isso possa ocorrer e articulam para uma "tomada de poder''.


Alvo de várias suspeitas de irregularidades, Teixeira se sentiu fortalecido após receber o apoio de presidentes de federações, como a Paulista e a Sergipana, e de governadores de 8 dos 12 Estados que terão jogos da Copa do Mundo de 2014.


Decidiu ficar no comando da CBF - e também do COL, Comitê Organizador Local da Copa -, pelo menos por mais algum tempo. Marcou, até mesmo, uma assembleia para a próxima quarta-feira, dia 29, exatamente a data que as federações haviam combinado de se encontrar.


A iniciativa da CBF pegou de surpresa o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Novelletto Neto. "Ele marcou uma assembleia no mesmo dia e horário da nossa. Vamos ver o que vai dizer. A reunião será na sede da CBF. É estranho, nunca ocorreu lá'', disse Novelletto ontem ao Estado.

Pode ser que Teixeira diga palavras duras aos presidentes. Pelo menos para aqueles que, quando começaram a pipocar notícias sobre sua renúncia, passaram a conversar sobre a sucessão - com a intenção principal de não deixar um paulista, José Maria Marin, o vice-presidente mais velho dos cinco que a CBF tem (79 anos), assumir o cargo, como determina o estatuto da entidade.

O dirigente gaúcho não quis se aprofundar sobre a possibilidade de Teixeira vir a se licenciar a curto prazo, ou mesmo renunciar ao cargo. Mas deixou claro que o nome de Marin não agrada a muita gente. "Eu gosto dele, sou amigo, mas há uma rejeição a São Paulo'', admitiu.

Marin não é exatamente o problema. O que causa calafrios é a possibilidade de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista e padrinho do ex-governador paulista, ganhar poderes na entidade.

O estatuto da CBF que está em vigor diz que, em caso de licença, Ricardo Teixeira tem o poder de indicar entre os cinco vices aquele que ficará em seu lugar e, se houver renúncia (e, portanto, vacância de poder), o vice mais velho (Marin) assume.

Novelletto diz que os presidentes de federações não concordam que Marin deva assumir em caso de renúncia e pregam que é preciso convocar eleições. "Isso valia para o mandato de quatro anos do Ricardo, mas ele fica até 2015 por causa da Copa. Aceitamos prorrogar o mandato que iria até dezembro do ano passado por isso (o Mundial). Mas não vale para colocar o Marin em caso de renúncia'', disse. "Essa condição terminou em dezembro.''

A assembleia do dia 29 vai reunir os presidentes das 27 federações. Se vencer a tese de que uma renúncia de Teixeira obriga à marcação de eleições e se o presidente de fato sair, os 20 mandatários de clubes da Primeira Divisão também terão direito a voto.

Novelletto garante não pensar em ser candidato. "Seria em 2015, quando o Ricardo falou que iria sair. Mas se ele ficar mais 30 anos no comando, terá o meu apoio.''

É simplesmente uma vergonha este tipo de procedimento e este tipo de “renovação”, se que se pode chamar isto, assim. E o futebol brasileiro continua descendo a ladeira, até quando, não sabemos.

ALMIR LEITE - O Estado de São Paulo Foto: Divulgação.

Comentário: Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.


Ricardo Teixeira prepares resumption of activities, but again federations try to discuss a possible succession.


SAO PAULO - With the end of the carnaval, the struggle for control of Brazilian football is starting. The president of the CBF, Ricardo Teixeira, is reluctant to ask permission or removal and prepares to resume entity. Meanwhile, presidents of state federations that got excited about the possibility of Teixeira leaving and still believe that this may occur and to articulate a "power grab.''

Target of several alleged irregularities, Teixeira felt strengthened after receiving the support of presidents of federations such as Sao Paulo and Sergipe, and eight governors of 12 states that have games of World Cup 2014.

He decided to stay in control of CBF - and also the LOC, World Cup Local Organising Committee - at least for some time. Set up, a meeting for next Wednesday, the 29th, the exact date that the federations had agreed to meet.

The initiative of the CBF surprised Gaucho Federation president, Francisco Neto Novelletto. "He scored a meeting on the same day and time of ours. Let's see what you mean. The meeting will be at the headquarters of CBF. It's weird, never happened there,'' said State Novelletto yesterday.

It may be that harsh words to say Teixeira presidents. At least for those who, when they started popping news about his resignation, began to talk about succession - with the main intention of not leaving a Sao Paulo, Jose Maria Marin, vice president oldest of five that have CBF (79 years), taking office as determined by the status of the entity?

The gaucho leader did not want to delve into the possibility of Teixeira eventually graduating in the short term, or even resign. But he made clear that the name of Marin does not please many people. "I like it, I'm a friend, but there is a rejection of in São Paulo,'' he admitted.

Marin is not exactly the problem. What causes chills is the possibility of Marco Polo Del Nero, president of the Paulista Federation and godfather of former Sao Paulo governor, gaining power in the entity.

The status of CBF that is in effect says that in case of license, Ricardo Teixeira has the power to appoint among the five deputies who will be in place, and if resignation (and therefore avoidance of power), the vice older (Marin) takes over.

Novelletto says the presidents of the federations do not agree that Marin should take in case of resignation and preach that you must call elections. "This was true for the term of four years of Ricardo, but it is because of the 2015 World Cup. We accept that it would extend the mandate until December of last year so it (the World Cup). But not worth to put the case in Marin resignation,'' he said. "This condition ended in December.''

The meeting on the 29th will bring together the presidents of the 27 federations. If you win the argument that a waiver of Teixeira requires the marking of elections and the president actually go out, the 20 representatives of the First Division clubs will also be entitled to vote.

Novelletto guarantees not to think about being a candidate. "It would be in 2015, when Ricardo said he would leave. But if he is over 30 years in charge, will have my support.''


It's just a shame this type of procedure and this type of "renewal" if you can call it so. And Brazilian football continues down the hill, even when we do not know.

ALMIR LEITE - O Estado de S.Paulo Photo: Disclosure.
Comment: Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and

Nenhum comentário:

Postar um comentário