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13 de março de 2012

RONALDO DEVE DIRIGIR O “COL” E DILMA SE REUNIRÁ COM BLATTER / RONALDO SHOULD ASSUME “COL” AND DILMA WILL MEET WITH BLATTER.


O Planalto vai receber o presidente da FIFA, Joseph Blatter, na próxima sexta

Brasília - Depois de 23 anos, Ricardo Teixeira não resistiu às pressões e, alegando problemas de saúde, deixou na última segunda-feira a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa. O fato - anunciado inesperadamente pelo sucessor de Teixeira, José Maria Marin - produziu o primeiro efeito colateral no governo. O Planalto vai receber o presidente da FIFA, Joseph Blatter, na próxima sexta. Com a saída de cena de Teixeira, o ex-jogador Ronaldo Nazário passa a ser o principal interlocutor do COL com o governo federal e FIFA.

O ex-jogador, líder da campanha que deu ao Brasil o título da Copa de 2002, desfruta de prestígio com entidades e dirigentes esportivos do mundo todo, é adulado por políticos e recebe informações diárias dos executivos do COL. Na prática, vai exercer função semelhante à de Michel Platini no Mundial de 1998 e de Beckenbauer na Copa da Alemanha de 2006. Os dois ex-jogadores já tomavam decisões sobre o evento.

Para a presidente Dilma, a relação com a CBF e a FIFA é institucional e detalhes de conversas com as entidades devem ser conduzidas pelo Ministério do Esporte. Dilma nunca recebeu Ricardo Teixeira em audiência. Quando ele esteve no Planalto, no início do ano passado, nem mesmo o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci quis se encontrar com o dirigente, repassando a missão para o então ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio.

Dilma já havia sido avisada da iminente saída de Teixeira da CBF. Em outubro do ano passado, quando se reuniu com o secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, em Bruxelas, foi informada por ele da retomada do caso ISL, o maior escândalo de corrupção da história da FIFA, que envolvia o nome de Ricardo Teixeira, e que ele não se sustentaria no cargo, por causa disso. Mais recentemente, a declaração de Valcke de que o Brasil precisa de "um chute no traseiro", por causa dos atrasos para a preparação da Copa, estremeceu as relações com o governo.

A chegada de Dilma ao Planalto foi classificada como um divisor de águas para a relação do primeiro escalão do governo com a CBF. Apesar do governo Dilma ser uma continuidade da administração Lula, e mesmo com a manutenção do Orlando Silva no Ministério do Esporte, houve uma mudança brutal na forma como o Palácio do Planalto se relacionava com a CBF, no tocante à Copa do Mundo. Ricardo Teixeira tinha uma interlocução direta com o Luiz Inácio Lula da Silva, algo que não encontrou mais com a presidente Dilma Rousseff. Além disso, o ex-presidente Lula via o futebol com uma ferramenta da diplomacia, a ponto de sair mundo afora distribuindo camisas de futebol da seleção brasileira.

A presidente Dilma vê esta questão com mais pragmatismo e menos pirotecnia. E, embora não tivesse ligações com a CBF, a presidente era explícita no descontentamento com a manutenção de Ricardo Teixeira no cargo. Por isso mesmo, ao contrário de Lula, Dilma não o recebia nem fazia questão de aparecer em eventos públicos ao lado dele. Embora o governo diga que todo assunto ligado ao tema está oficialmente nas mãos do ministro Aldo Rebelo, na verdade, a saída de Teixeira foi considerada um alívio no Planalto.

Parece-nos muito pouco ou nada, está decisão da presidenta Dilma. Acabamos de escutar um monte de confete sobre o ex-presidente, pelo Marim, que por sua vez não deve durar muito à frente da CBF.

Onde tem poder, dinheiro e chances de se ganhar muito dinheiro sem ter que dar contas ou temer a justiça, não passa sem atrair a atenção de águias, principalmente presidentes de grandes clubes e quem sabe de Federações. Na realidade nós deveríamos ter eleições, na CBF, mas como se passou aqui em Pernambuco, quando seu “dono”, faleceu, a truculência e a falta de caráter prevaleceram e tudo fica como está, ou até pior.

Fonte: Exame.com.br Foto: divulgação.

Comentário: Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.

The Brazilian president will host the FIFA President, Sepp Blatter, next Friday.

Brasilia - After 23 years, Ricardo Teixeira could not resist the pressures and claiming health problems, left last Monday as president of the Brazilian Football Confederation (CBF) and the Local Organising Committee (LOC) Cup. The fact - unexpectedly announced the successor to Teixeira, Jose Maria Marin - produced the first side effect in the government. The “planalto” will host the FIFA President, Sepp Blatter, next Friday. With the departure from the scene of Teixeira, the former player Ronaldo Nazario becomes the main interlocutor of the LOC with the federal government and FIFA.

The former player of the campaign gave to Brazil the 2002 World Cup title, enjoys a reputation with sports organizations and leaders around the world, is flattered by politicians and executives receive daily reports of the COL. In practice, it will perform a similar function to that of Michel Platini in 1998 World Cup and Beckenbauer of Germany, 2006. The two former players have already made decisions about the event.

For the president Dilma, the relationship with the CBF and FIFA's institutional and details of conversations with entities shall be conducted by the Ministry of Sports. Dilma has never received a hearing Ricardo Teixeira. When he was on the plateau at the beginning of last year, even the former minister of the Civil Antonio Palocci declined to meet with the leader, passing the task to the then Minister of Institutional Relations Secretariat, Luiz Sergio.

Dilma had been advised of the imminent departure of Teixeira CBF. In October last year when he met with FIFA Secretary General Jerome Valcke, in Brussels, he was informed by the resumption of the ISL case, the biggest corruption scandal in the history of FIFA, which involved the name of Ricardo Teixeira, and that he would hold the post because of that. More recently, Valcke's statement that Brazil needs a "kick in the ass", because of delays in preparation for the World Cup, shook relations with the government.

The arrival of the Dilma to the plateau (Palácio do Planalto) was classified as a watershed for the relationship of the first echelon of the government with the CBF. Although the government Dilma be a continuation of the Lula administration, and even the maintenance of Orlando Silva at the Ministry of Sport, there was a sudden change in how the Presidential Palace was related to CBF, regarding the World Cup.

Ricardo Teixeira had a direct dialogue with Luiz Inacio Lula da Silva has not found something more with the President Rousseff. In addition, former President Lula saw the football with a tool of diplomacy, the point of handing out world football shirts of the Brazilian team.

The President Dilma see this issue with more pragmatism and less pyrotechnic. And, though he had links with the CBF, the President was explicit in dissatisfaction with the maintenance of Ricardo Teixeira in office. Therefore, unlike Lula, Dilma not received or made a point of appearing at public events beside him. Although the government says that all matters on the topic is officially in the hands of the minister Aldo Rebelo, in fact, Teixeira's departure was considered a relief on the Plateau (Palácio do Planalto, president office).

It seems very little or almost nothing, the decision of President Dilma. We just heard a bunch of confetti to the former president, by the Marim speach, which in turn should not last long in front of the CBF.

Where there is power, money and chances to get big money without having to give an account or fear the justice, attracts the attention of eagles, mostly CEOs of big clubs and federations. In fact, we should have elections in CBF, but as happened here in Pernambuco, when its "owner" died last year, the problems and lack of character prevailed and all is as it was, or even worse.

Source: Exame.com.br Photo: publicity.
Comment: Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and Roberto Queiroz Junior.

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