Fechado para as reformas da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã é um
gigante (só parcialmente) adormecido. Todos os dias, 5.500 pessoas, entre
operários e administradores, se locomovem no complexo: um fluxo que funciona 24
horas, com uma cuidadosa autonomia.
Segundo estimativas do IBGE de 2011, 1.473 cidades do Brasil possuem
menos habitantes que o Maracanã, hoje, a cinco meses do final das obras para a
Copa das Confederações. Às sete da manhã, chegam os funcionários do primeiro
expediente. Batem cartão, comem o café da manhã; às 18h, após lanche e almoço,
batem cartão de novo e recebem os plantonistas, que só deixam o local às 5h da
manhã seguinte - quando o ciclo recomeça.
- Servimos, em média, sete mil refeições diariamente no Maracanã. São quatro refeições, e há controle de cada etapa da produção da comida, desde a chegada dos caminhões - explica a nutricionista Jeruza Campos, responsável pelo refeitório.
Para além da alimentação, o Maracanã é funcional. Comporta uma escola de alfabetização para os operários, uma sala de lazer com carteado, totó e TV, um centro de reciclagem, um centro médico e até um gerador elétrico, para garantir o ritmo das obras.
Os escritórios da administração da obra - do consórcio responsável pela reforma - funcionam como uma prefeitura: é onde os funcionários reclamam e se informam; é onde, ainda, há a cartilha com as normas de segurança, a programação da semana - de palestras - e as dicas para evitar, por exemplo, o mosquito da dengue.
- Para chegar na hora, costumo acordar às 4h30m, 5h. De manhã, é rápido chegar. O problema é a volta: saindo às 18h, chego em casa, em Várzea das Moças (Niterói), às vezes às 21h. É jantar, beijar as filhas e dormir - diz o operador de empilhadeira Ronaldo Carvalho.
No apertado cronograma da obra, orçada em R$ 859 milhões, não há espaço para falhas. Os habitantes do Maracanã andam em linha reta por corredores sinalizados - cada setor com as suas minúcias: de vermelho, andam os eletricistas; de azul, pedreiros. Na folga da hora do almoço, uma fila se forma na sombra para cochilar antes da volta ao batente. Pela manhã (sempre no horário), os religiosos fazem círculo e rezam. E a única lacuna que liga o Maior do Mundo ao resto do Rio, além do portão, é o adeus: não há alojamentos no canteiro de obras.
- Às vezes, quando os caras saem, se reúnem para beber uma cerveja na feira (de São Cristóvão, reduto de nordestinos no Rio) - revela Leandro Soares, de 22 anos, que ostenta orgulhoso um capacete amarelo em referência ao Complexo do Alemão, a casa durante a noite. Até porque, ninguém é de ferro.
Flamengo absoluto no canteiro
Na demografia do Maracanã, o Flamengo é absoluto: o consórcio estima que 95% dos funcionários sejam rubro-negros, mas o Campeonato Brasileiro se vê representado por inteiro entre os pilares de concreto: operários paulistas, mineiros, gaúchos e nordestinos - que compõem a imensa maioria. Pipocam camisas de clubes como Cruzeiro, Corinthians, Bahia e Fortaleza, Sport Recife e Santa Cruz.
- Servimos, em média, sete mil refeições diariamente no Maracanã. São quatro refeições, e há controle de cada etapa da produção da comida, desde a chegada dos caminhões - explica a nutricionista Jeruza Campos, responsável pelo refeitório.
Para além da alimentação, o Maracanã é funcional. Comporta uma escola de alfabetização para os operários, uma sala de lazer com carteado, totó e TV, um centro de reciclagem, um centro médico e até um gerador elétrico, para garantir o ritmo das obras.
Os escritórios da administração da obra - do consórcio responsável pela reforma - funcionam como uma prefeitura: é onde os funcionários reclamam e se informam; é onde, ainda, há a cartilha com as normas de segurança, a programação da semana - de palestras - e as dicas para evitar, por exemplo, o mosquito da dengue.
- Para chegar na hora, costumo acordar às 4h30m, 5h. De manhã, é rápido chegar. O problema é a volta: saindo às 18h, chego em casa, em Várzea das Moças (Niterói), às vezes às 21h. É jantar, beijar as filhas e dormir - diz o operador de empilhadeira Ronaldo Carvalho.
No apertado cronograma da obra, orçada em R$ 859 milhões, não há espaço para falhas. Os habitantes do Maracanã andam em linha reta por corredores sinalizados - cada setor com as suas minúcias: de vermelho, andam os eletricistas; de azul, pedreiros. Na folga da hora do almoço, uma fila se forma na sombra para cochilar antes da volta ao batente. Pela manhã (sempre no horário), os religiosos fazem círculo e rezam. E a única lacuna que liga o Maior do Mundo ao resto do Rio, além do portão, é o adeus: não há alojamentos no canteiro de obras.
- Às vezes, quando os caras saem, se reúnem para beber uma cerveja na feira (de São Cristóvão, reduto de nordestinos no Rio) - revela Leandro Soares, de 22 anos, que ostenta orgulhoso um capacete amarelo em referência ao Complexo do Alemão, a casa durante a noite. Até porque, ninguém é de ferro.
Flamengo absoluto no canteiro
Na demografia do Maracanã, o Flamengo é absoluto: o consórcio estima que 95% dos funcionários sejam rubro-negros, mas o Campeonato Brasileiro se vê representado por inteiro entre os pilares de concreto: operários paulistas, mineiros, gaúchos e nordestinos - que compõem a imensa maioria. Pipocam camisas de clubes como Cruzeiro, Corinthians, Bahia e Fortaleza, Sport Recife e Santa Cruz.
Começaram as obras em cima da hora, então foram forçados a trabalhar
desta forma. Enquanto isto no Qatar e na Rússia, eles já estão começando a
construir suas Arenas e as obras de entorno e de acessibilidade com tempo hábil
para gastar somente a metade dos valores gastos nas construções em nosso País.
Este é o nosso País, um gigante adormecido em “berço esplêndido”, pois
dinheiro não falta, falta planejamento profissional e transparência nos negócios.
Fonte: Linkedin, Ricardo Gomes. Foto: divulgação.
Comentário Final: Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto
Queiroz Junior.
Closed for the reforms of
the 2014 World Cup, Maracana is a giant (only partly) asleep. Every day, 5,500
people, including workers and managers, they move in the complex: a stream that
runs 24 hours, with careful autonomy.
According to IBGE estimates
from 2011, 1473 cities in Brazil have fewer inhabitants than Maracanã today to
five months of the end of the works for the Confederations Cup. At seven in the
morning, get the first-time employees. Beat card, eat breakfast; 18h after
snack and lunch, hit card and receive new physicians, who only leave the place
at 5am the next morning - when the cycle begins again.
- Serve on average, seven
thousand meals daily at the Maracanã stadium. Four meals, and no control of
every stage of food production, from the arrival of trucks - explains
nutritionist Jeruza Campos, head of the cafeteria.
Apart from food, the
Maracana is functional. Holds a literacy school for the workers, a recreation
room with card games and others games, and TV geek, a recycling center, a
medical center and even an electric generator to ensure the pace of
construction.
The administration offices
of the work - the consortium responsible for reform - function as a city: it is
where employees complain and inform, which is still there with the playbook
safety standards, the schedule of the week - lectures - and tips to avoid, for
example, the dengue mosquito.
- To be on time, I usually
wake up at 4:30, 5h. In the morning, is fast arriving. The problem is the back,
leaving at 18h, get home in Lowland Young Women (Niterói), sometimes to 21pm. Its
dinner, bed and kissing his daughters - says the forklift operator Ronaldo
Carvalho.
In the tight construction
schedule, budgeted at Reais $ 859 million, there is no room for failure. The
inhabitants of the Maracana stadium walk straight through corridors flagged -
each sector with its minutiae: red, walking electricians, blue, bricklayers. At
the lunch break, a queue forms to doze in the shade before the stop back. In
the morning (always on time), the religious make circle and pray. And the only
gap that connects the rest of the World's Largest River, beyond the gate, its
goodbye: no accommodation at the jobsite.
- Sometimes, when guys go
out, get together for a beer at the fair (São Cristovão at northeastern
stronghold in Rio) - reveals Leandro Soares, 22, proud bearing a yellow helmet
in reference to the Alemão Complex, his house overnight. Because, no one is made
from iron.
Flamengo absolute in bed
Demographics Maracanã,
Flamengo is absolute: the consortium estimates that 95% of employees are
Rossoneri but the Brazilian Championship sees represented by integer between
concrete pillars: paulistas workers, miners, gauchos and Northeastern - that
make up the overwhelming majority. Backfire shirts as clubs Cruzeiro,
Corinthians, Bahia and Fortaleza, Recife Sport and Santa Cruz.
Began construction in the
nick of time, and then were forced to work in this way. Meanwhile in Qatar and
Russia, they are already starting to build their works of Arenas and
surroundings and accessibility with enough time to spend only half the amount spent
in construction in our country
This is our country, a
sleeping giant in "splendor" because money does not lack, lack
professional planning and transparency in business.
Source: Linkedin, Ricardo Gomes. Photo: publicity.
Final Comment: Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and Roberto
Roberto Queiroz Junior.
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