SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff vai chamar nos próximos dias os governadores dos Estados e os prefeitos... de cidades envolvidas com a Copa do Mundo para uma 'conversinha'. Vai ouvir de quase todos palavras tranquilizadoras sobre o andamento das obras.
Não acreditará, pois terá em mãos relatório encomendado ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que traz observações preocupantes. Vai cobrar, ou melhor, exigir, balanços trimestrais sobre o que está sendo feito.
Dilma tem motivos para estar apreensiva. Na prática, pouco foi feito até agora daquilo que é necessário - ou que foi prometido -, seja no quesito estádios ou em infra-estrutura. Falar em atrasos, porém, causa reações via de regra irritadas, quando não indignadas. 'Está tudo dentro do cronograma'', é a frase que mais se escuta quando se questiona uma autoridade.
Resposta baseada em projetos e processos de licitação em curso. Mas a realidade desmente o discurso.
As arenas são exemplo disso. A maioria das que serão reformadas ainda não superou a etapa da demolição; as que vão ser totalmente erguidas estão em fase de terraplenagem ou de fundações - isso quando nada foi feito até agora, como em São Paulo e em Natal. E há casos de estádios cujos processos de licitação são alvo de órgãos como Ministério Público e Tribunal de Contas.
Apesar disso, até a FIFA já considera que os estádios caminham bem. Pelo menos foi isso que o presidente da entidade, Joseph Blatter, disse na quarta-feira. Talvez o cartola tenha percebido que as arenas são o menor dos problemas.
Mas, na sua política do morde e assopra (há duas semanas, criticara veementemente os atrasos do País), Blatter saiu da rota. Baseado em relatório que diz ter recebido recentemente, elogiou até as obras nos aeroportos. Ou ele não entendeu o que leu ou os autores do relatório foram, digamos, fantasiosos.
Isso porque, no mesmo dia em que Blatter colocou a situação dos aeroportos brasileiros em céu de brigadeiro, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) causou turbulência daquelas capazes de derrubar avião: divulgou estudo dando conta que, dos 13 aeroportos que deveriam ser modernizados, 9 não ficarão prontos até 2014.
O governo reagiu: garantiu que as obras sairão. Para isso, pretende alterar a regra de licitações, a ponto de premiar construtoras que cumpram os prazos.
O Estado fez levantamento de como andam as obras, baseado no que foi prometido e não no que já existe. Estádios e hotéis (estes porque os projetos estão ligados à iniciativa privada) preocupam menos do que aeroportos e projetos de mobilidade urbana. Mas o sinal para o Brasil está amarelo, quase entrando no vermelho.
Acho que já entrou no vermelho e faz tempo. Recém estive em São Lourenço da Mata onde deverá ser erguida a Arena Pernambuco e a cidade da Copa e o descaso é estarrecedor, o que tem lá é brincadeira, apenas alguns caminhões, tirando ou colocando terra, nada na estrada vicinal que deveria estar em obras aceleradas.
Esqueceram que já vamos entrar na temporada das águas e aí tudo deve parar novamente e a culpa será colocada no céu ou mesmo em São Pedro, pois é dele a ordem de enviar chuvas para nosso sertão sofrido.
Fonte: Almir Leite, Estadão. Foto: flickr.com.
Comentário e Tradução: Roberto Queiroz de Andrade.
SAO PAULO - The president Dilma Rousseff will call the next day the state governors and mayors of cities involved with the World Cup for a 'chat'. You will hear from almost any reassurances about the progress of works.
Do not believe because they have at hand report commissioned by Sports Minister Orlando Silva, who brings disturbing observations. Will you charge, or rather require, quarterly statements about what is being done.
Dilma have reason to be apprehensive. In practice, little has been done what is needed - or what was promised - either in stages or item in infrastructure. Talking about delays however because reactions usually irritated, if not outraged. 'Everything's on schedule,’ is the phrase that one hears most when you question authority.
Response based on projects and procurement processes underway. But the reality belies the speech.
The arenas are such examples. Most of that will be reformed not yet surpassed the stage of demolition, those that will be fully erected earthworks are being or foundations - that when nothing was done until now, such as São Paulo and Natal. And there are cases in which the bidding process stages are the target organs such as prosecutors and the Court of Auditors.
Nevertheless, until FIFA has already decided that the stadiums are going well. At least that's what the organization's president Sepp Blatter said on Wednesday.
Perhaps the topper has noticed that the arenas are the least of problems.
But in its policy of bites and blows (two weeks ago, strongly criticized the delays in the country), Blatter left the route. Based on a report that says he has received recently praised by the works at airports. Or he did not understand what they read or the authors of the report were, say, a fantasy.
This is because, on the same day that Blatter put the situation of Brazilian airports in blue skies, the IPEA (Institute of Applied Economic Research) turbulence caused those capable of shooting down aircraft, published a study recognizing that, of the 13 airports that should be modernized , 9 will not be ready until 2014.
The government responded: assurances that the works will come out. For that, you want to change the rule in bids to the point of reward builders who meet the deadlines.
The State made survey of how walking works, based on what was promised and not on what already exists. Stadiums and hotels (because these projects are linked to private) are concerned less than airports and urban mobility projects. But the signal for Brazil's yellow, almost into the red.
I think I went into the red and makes time. Recently I was in São Lourenço da Mata should be constructed where the Arena and the city of Pernambuco Cup and indifference is appalling, what's there is a joke, just a few trucks, removing or putting the land, anything in that country road works should be accelerated.
They forgot that we enter the season as the water and then everything stops again and the blame should be placed in the sky or even in St. Peter, since it is the order to send rain to our hinterland suffered.
Source: Almir Leite, Associated Press. Photo: flickr.com.
Commentary and Translation: Roberto Queiroz de Andrade.
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