Vender patrocínios
regionais é um desafio para os detentores de direitos porque eles estão
tentando aumentar o valor daquilo que, historicamente, tem sido apenas acordo
de licenciamento. Algumas equipes somente podem sair em turnê uma ou duas vezes
por temporada e não podem passar em todas as regiões onde possuem patrocinador,
eles precisam ser inteligentes em ativar formas de patrocínio usando ídolos do
passado e programas de responsabilidade social corporativa (CSR), um ativo
disponível naqueles territórios que se elevarem acima do nível de um simples
acordo de licenciamento.
Hoje
em dia, as principais marcas estão buscando valores significativos em direitos.
Se o Manchester United está recebendo 50 milhões de libras por ano da
Chevrolet, então isto mostra que é uma propriedade premium. Mas se a marca se
torna muito acessível em um nível regional, há o risco de que patrocinadores
globais olhem para seu investimento e comecem a questionar o valor que tem.
Detentores
de direitos devem ser claros sobre a importância que os patrocinadores globais
têm em comparação aos regionais. Eles também tem a responsabilidade de executar
esta separação na hora da entrega.
Se falarmos
especificamente de ativos digitais, eles têm que investir em infra-estrutura e
tecnologia para garantir que podem entregar o que estão vendendo. No atual
momento, há uma tendência dos clubes da Premier League Inglesa de terem um
parceiro oficial de apostas na Europa e outro na Ásia.
Então, para os clubes
serem capazes de entregar os resultados aos patrocinadores eles precisam,
antes, serem capazes de entregar um nível correto de posicionamento geográfico
dos visitantes de seu site.
Por exemplo: Se eu
estiver no Reino Unido e acessar o site do Liverpool eu devo ver a marca da
Paddy Power (empresa britânica de apostas), se eu estiver acessando da Ásia,
devo ver a 188Bet, que é o patrocinador oficial para apostas neste continente.
Equipes
menores precisam ser estratégicas e pensar com inteligência neste espaço. Um
clube como o Sunderland, por exemplo, tem mirado o mercado africano, enquanto
outros estão de olho na América do Norte e na Ásia. O patrocinador de camisa do
Sunderland (BFS Group) é uma empresa Sul-Africana de distribuição de alimentos,
e o clube também mantém uma parceria de responsabilidade social corporativa na
África.
Fazer os mesmos negócios
que equipes como Manchester United e Liverpool fazem pode não ser a melhor
estratégia para equipes como o Sunderland. E aqui em nosso País, algum clube
por acaso já pensou nisto? Estamos vendo os clubes Europeus, invadirem a India,
a China, A Russia, o Golfo e do nosso futebol, nada.
Já é tempo de pensarmos
grande e agirmos grandemente neste universo globalizado, ou será que isto só
ficará legado ao futebol jogado dentro do campo. Somos disparado a maior
potência no futebol (nos falta uma medalha de ouro nas Olimpíadas), mas, e dái,
isto não pode impedir de entrarmos nos mercados emergentes do futebol, ou será
que nenhum clube pensou ainda em entrar na China, já pensaram o quanto podem
vender ou captar patrocínios internacionais.
O presidente Fernando
Henrique Cardoso ficou conhecido como o presidente que voava muito, depois,
chegou LULA que até trocou seu transporte, por um mais econômico e mais ágil, e
lá se foi, caminhar pelo mundo e vender a imagem do Brasil. E o nosso futebol
fica acanhado, dormindo em berço esplêndido, pois a própria CBF, vende os
direitos a uma empresa Suiça para promover os jogos de nossa seleção nacional.
Isto sim é pensar
pequeno e se contentar com as migalhas que caem, esquecem que o mundo todo
adora o futebol brasileiro e infelizmente ninguém acorda para isto. Poderia
começar pelos clubes, o Santos de Pelé, este é um dos que poderia está nadando
em dinheiro, vendendo a imagem do Rei e agora do novo príncipe Neymar que
dentro de pouco será o melhor do mundo, será que nenhum assistiu o jogo da
seleção neste domingo e viu um estádio lotado, já pensaram o que deixaram de
ganhar? Sem falar nos sites dos clubes brasileiros, que só vendem camisas.
Esta é a visão de Carl Woodman, Diretor da Sportfive Agency no
Reino Unido e nossa.
Uma versão deste artigo está na edição de outubro da revista
SportBusiness International, a publicação líder na cobertura da indústria do
esporte global.
Fonte: Soccerex. Comentário: Roberto Queiroz.
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