RIO DE JANEIRO, 3 Fev (Reuters) - Na Copa do Mundo proposta pelo
Brasil à FIFA havia a previsão de obras ambiciosas de mobilidade urbana que
dariam acesso fácil aos estádios, mas o não cumprimento das promessas nas
cidades-sede colocará muitos torcedores em sistemas de transporte público
deficientes.
Os planos para o Mundial previam projetos de transporte nas
cidades para facilitar o acesso às arenas, onde o padrão FIFA não permite o
acesso dos torcedores de carro, e os deslocamentos entre locais-chave, como
aeroportos e hotéis.
O último levantamento do governo sobre as obras do Mundial, no
entanto, aponta uma redução de quase 30 por cento nos investimentos previstos
em mobilidade urbana entre abril de 2012 e setembro de 2013, uma queda de 11,35
bilhões de reais para 8,02 bilhões. Projetos de metrô e veículo leve sobre
trilhos foram substituídos por simples corredores de ônibus.
Por razões de segurança, a FIFA determina na Copa do Mundo um
raio de isolamento ao redor dos estádios de ao menos 1 quilômetro (em algumas
cidades chegará a 3 km), área em que só entram os carros credenciados. A
orientação das autoridades é que os torcedores utilizem o transporte público
nas 12 cidades-sede do Mundial, apesar das deficiências, ou que enfrentem
caminhadas.
A maioria das cidades-sede terá linhas extras de ônibus e rotas
especiais nos dias de jogos do Mundial, uma maquiagem para a Copa que não
esconde a oportunidade perdida pelo país de deixar um legado justamente na área
que motivou os protestos em massa no ano passado durante a Copa das
Confederações.
"Todos esses projetos estão sendo realizados com o
pensamento equivocado de atendimento à Copa do Mundo. Não serão legados, serão
uma recuperação de demanda passada", disse o professor Paulo Resende,
coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral.
"O Brasil perdeu em não deixar um grande legado",
acrescentou.
Em Manaus, que receberá quatro jogos da Copa, incluindo o
clássico Inglaterra x Itália, não haverá nenhuma obra de mobilidade concluída
para o torneio. Os projetos de BRT (corredor expresso de ônibus) e monotrilho,
previstos inicialmente para serem concluídos em março deste ano, foram
suspensos ou abandonados por problemas ambientais e judiciais que impediram o
término tempo.
No fim do ano passado, Porto Alegre retirou 10 projetos de
mobilidade da matriz de responsabilidade da Copa, documento que lista todas as
obras voltadas para a realização do torneio, porque nenhuma delas ficaria
pronta a tempo. Também foram cortadas obras em Belo Horizonte, Curitiba, Rio de
Janeiro e Recife.
"Isso tudo vai desembocar necessariamente na utilização de
alternativas, de planos B, na área de mobilidade urbana, chegando ao ponto da
decretação de feriados para que os turistas não se exponham ao dia a dia do
brasileiro", acrescentou o professor.
"VERGONHOSO"
Sedes da abertura e da final da Copa, São Paulo e Rio de Janeiro
podem ser consideradas exceções devido à facilidade relativa para se chegar aos
estádios por meio de trem e metrô, mas as duas principais cidades do país
também deixaram de concluir projetos de mobilidade previstos para o Mundial.
O corredor de ônibus saindo do aeroporto internacional carioca
só ficará pronto para os Jogos Olímpicos de 2016, enquanto a capital paulista
não terá mais para o Mundial um monotrilho previsto inicialmente.
Eventuais problemas nos transportes dos torcedores são, desde o
princípio da preparação brasileira, um dos principais pontos de atenção da FIFA,
que cobra das autoridades brasileiras "garantir que os visitantes
internacionais e os fãs de futebol no Brasil tenham uma experiência agradável
durante a Copa do Mundo".
"O transporte é uma de nossas maiores preocupações durante
os preparativos para a Copa do Mundo da FIFA 2014", disse a FIFA em nota
enviada à Reuters.
Sem as obras de mobilidade urbana, as cidades esperam reduzir os
impactos negativos dos problemas no transporte com um número menor de pessoas
nas ruas nos dias de jogos. A maioria das sedes já anunciou que haverá feriado
ou ponto facultativo nas datas das partidas, além de antecipação das férias
escolares para coincidir com o período do Mundial.
A Copa das Confederações, evento-teste para o Mundial realizado
no ano passado em seis cidades do país, deu uma primeira mostra dos problemas.
Forçado a deixar em casa seu meio de transporte favorito, o torcedor brasileiro
se viu, muitas vezes, no meio do caos.
"O problema grave que, se não for melhorado vai ser
vergonhoso para meu Estado particularmente, é a saída dos jogos. Todos os
torcedores têm que ir para uma fila pegar os ônibus de volta para o metrô, e
essa fila levou quase duas horas para chegar na estação", disse o administrador
de empresa Luiz Cádena, de 36 anos, que assistiu ao duelo Itália x Japão em
Recife no ano passado.
"Não tem como escoar tanta gente com essa estrutura de
transportes. É realmente preocupante esse caso. Iremos passar vergonha com essa
situação se não melhorar", acrescentou.
Na realidade, iremos passar um grande mico, mesmo decretando
feriado nos dias de jogos, pois, já vivemos num caos diário, transporte público
no Brasil é uma coisa que não existe, o que existe é um transporte caótico e
ruim que transporta o povo como se fosse lixo. Já estou tratando de procurar
outro País para assistir a Copa do Mundo de meu País, em um bar qualquer em um
dos Países da América Central, sai mais barato, é mais cômodo e certamente
muito mais seguro.
Fontes: Pedro Fonseca (Reuters). Foto: Reuters. Tradução:
Roberto Queiroz. Comentário: Roberto Queiroz.
RIO
DE JANEIRO, Feb 3 ( Reuters ) - At the World Cup bid to FIFA in Brazil was the
prediction of ambitious works of urban mobility that would give easy access to
the stadiums, but not the fulfillment of the promises in the host cities will
put fans in many systems deficient public transportation.
Plans
for the World Cup predicted transportation projects in cities to facilitate
access to the arenas, where the FIFA standard does not allow access by fans car,
and offsets between key locations such as airports and hotels.
The
last government survey on the works of the World, however, shows a reduction of
almost 30 percent in planned investments in urban mobility between April 2012
and September 2013, a fall of R $ 11.35 billion of reais to 8.02 billion.
Projects subway and light rail were replaced by simple bus lanes.
For
security reasons, the FIFA World Cup planning, determining a radius of
insulation around the stadiums of at least 1 km ( in some cities reach 3 miles),
an area where only enter the certified car. The orientation of the authorities
is that fans use public transportation in the 12 host cities of the World Cup,
despite the shortcomings, or facing hikes.
Most
host cities will have extra bus routes and special routes in the days of games
of the World Cup should be holidays for a makeup that does not hide the lost
opportunity for the country to leave a legacy precisely in the area that
prompted mass protests last year during the Confederations Cup.
"All
these projects are being carried out with the wrong thinking of attending the
World Cup. Legacy will not be, will be a recovery of past demand, "said
Professor Paulo Resende, coordinator of the core infrastructure and logistics
of the Foundation Dom Cabral.
"Brazil
lost in not leaving a great legacy," he added.
In
Manaus, which will host four World Cup matches, including the classic England v
Italy, there will be no works mobility done to help the mobility to the
tournament. The BRT projects (express bus corridor) and Monorail, originally
scheduled to be completed in March this year, were suspended or abandoned for
environmental and legal problems that prevented completion time.
Late
last year, Porto Alegre withdrew 10 mobility projects the matrix of accountability
Cup, document that lists all the works aimed at the achievement of the
tournament, because none of them would be ready in time. Works in Belo
Horizonte, Curitiba , Rio de Janeiro and Recife were also cut.
"This
will all necessarily culminate in the use of alternatives, plan B, in the area
of urban mobility to the point of declaration of holidays for tourists who
are not exposed to the daily lives of the Brazilian cities" added the
professor.
"SHAMEFUL"
In
the opened and the final ceremony of the World Cup, at Sao Paulo and Rio de
Janeiro can be considered exceptions, due to the relative ease to get to the
stadium by train and subway, but the two main cities of the country also failed
to complete mobility projects planned for the World Cup too.
The
bus lane coming out of Rio's international airport will only be ready for the
Olympic Games in 2016, while the state capital of São Paulo will have no more
on the World Cup the monorail originally planned .
Any
problems in transport of the fans are from the beginning of Brazil's
preparation, one of the main focuses of FIFA, which charges the Brazilian
authorities to "ensure that international visitors and football fans in
Brazil have a pleasant experience during the World Cup world."
"Transportation
is one of our biggest concerns during preparations for the FIFA World Cup
2014," FIFA said in a statement sent to Reuters.
Without
the works of urban mobility, the cities hope to reduce the negative impacts of
transport problems with a smaller number of people in the streets on match
days. Most of the cities have already announced that there will be holiday or
optional point on the dates of the matches, as well as anticipation of school
holidays to coincide with the World Cup period.
The
Confederations Cup, was a test event for the World Cup held last year in six
cities in the country, and gave a first show of the problems. Forced to leave
at home they favorite means of transport (car), the Brazilian fans have seen,
often in the midst of chaos.
"The
serious problem which, if not improved will be particularly embarrassing for my
state, is the output of the games. All fans have to go to a line to catch the
bus back to the subway, and that line took almost two hours to arriving at the
station, "said a business administrator Luiz Cadena, 36, who watched the
duel Italy x Japan in Recife last year.
"There's
no drain to so many people with this transport structure. It's really a
disturbing case.
We have embarrassment with this situation if is not improving,"
he added.
In
fact, we should have a monkey business, even decreeing holiday on match days
because, as we live and need a public transport, is a chaos in Brazil every day,
is something that does not exist, there is a peoples carries as if it were
trash. I'm already trying to find another country to watch the World Cup of my
country, in a bar in any one of the Central American countries, is cheaper, is
more comfortable and certainly much safer.
Sources:
Peter Fonseca (Reuters). Photo: Reuters. Translation: Roberto Queiroz. Comment: Roberto Queiroz.
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