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17 de outubro de 2014

Davi contra Golias: Cianorte derrota CBF e pode faturar R$ 10 milhões


Uma das novelas mais longas do futebol brasileiro teve novo capítulo nesta semana. Na briga que trava com a CBF desde o começo de 2013, o Cianorte bateu a entidade no Tribunal de Justiça do Paraná e deverá ter direito agora a uma indenização que pode chegar a R$ 10 milhões por não ter sido incluído na Série C desta temporada em prejuízo calculado a partir de sua inatividade forçada, pagamento a atletas e perda de patrocínios.
Ainda cabe recurso por parte da confederação.
O conflito entre as duas partes se desenrola desde o primeiro semestre do ano passado.
Conforme mostrado pela reportagem na época, em documento encaminhado em 26 de outubro de 2012 (veja abaixo), o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, assegurava a presença do clube do Norte do Paraná na edição seguinte da Série D. Uma reviravolta, no entanto, fez com que a entidade voltasse atrás em seu comunicado e deixasse o time de fora da competição, frustrando tudo que havia sido investido pensando em um calendário cheio.
Ainda inconformado com a situação, o Cianorte recorreu posteriormente ao Estatuto do Torcedor para contestar a mudança de formato da Série C e a sua redução de 21 para 20 participantes neste ano - um acordo anterior incluiu o Treze-PB -, foi derrotado na Justiça Desportiva, teve uma liminar cassada na Comum e, somente neste mês, conseguiu uma decisão favorável no caso.
O clima ainda é de cautela no time.
"A gente não sabe se fica feliz ou não, não gostamos das coisas nesses termos, mas não havia outra saída. É uma questão agora de entendimento, seguimos sem atividade e não temos mais chance de entrar no campeonato. Além do prejuízo financeiro, tivemos o esportivo. Não estamos aqui para extorquir ninguém, queríamos disputar primeiro a D e depois a C", afirma o gerente de futebol do Cianorte, Adir Kist, ao ESPN.com.br.
No ano passado, ele estimava em R$ 3 milhões o prejuízo pela decisão da CBF de deixá-lo de fora da quarta divisão. Esse valor, claro, foi elevado pela manutenção da situação nesta temporada.
Kist prefere não falar no tamanho da indenização dessa vez.
"Se for te mensurar em valores, é difícil, estamos hoje apenas com a base, tivemos que relocar os jogadores do profissional, perdemos patrocínio, tudo isso num cenário em que tivemos de abortar diversos projetos", completa.

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