Páginas

27 de maio de 2015

José Maria Marín e outros dirigentes da FIFA são presos por corrupção

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, numa manobra sem precedentes, coordenada pelo FBI e a agencia tributária, revelou nesta quarta-feira em um tribunal federal do Brooklyn os detalhes de uma ação legal contra nove dirigentes da FIFA, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin (83), e cinco empresários envolvidos em um esquema de corrupção que durou 24 anos. O jornal norte-americano The New York Times adiantou que, na madrugada desta quarta-feira, as autoridades suíças iniciaram uma operação destinada a deter estes dirigentes e extraditá-los para os EUA, onde devem ser julgados por corrupção.

Os agentes suíços detiveram os dirigentes em suas suítes do luxuoso hotel Baur aur Lac, com vistas para os Alpes e o lago Zurique, onde os dirigentes da FIFA se hospedaram para o seu encontro anual que começa na sexta-feira, com uma pauta que inclui a eleição do novo presidente da entidade que organiza o futebol mundial. Os candidatos são Joseph Blatter, atual ocupante do cargo e aspirante a um quinto mandato, e o príncipe jordano Ali bin al Hussein. “Este é um dia triste para o futebol", declarou Bin al Hussein. Depois de pedir as chaves na recepção, os agentes foram às suítes para fazer as detenções. O NYT relata que o cartola costa-riquenho Eduardo Li foi escoltado para fora do hotel por uma porta lateral, após ser autorizado a levar também a sua bagagem, onde se viam adesivos com o logotipo da FIFA.

Os cartolas receberam 47 acusações, entre elas suborno, fraude, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O Ministério Público suíço já investiga o processo de escolha das sedes das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). As autoridades norte-americanas esperam que este caso sirva para marcar um novo "começo" e inicie uma "mudança" nos organismos que comandam este esporte.
Além de Marin, entre os acusados estão Jeffrey Webb e Jack Warner, atual e antigo presidente da CONCACAF, a confederação que representa a FIFA na América do Norte, Central e Caribe. O valor da fraude supera 150 milhões de dólares, através da obtenção de contratos vinculados aos direitos internacionais dos torneios.
Loretta Lynch, que há poucas semanas assumiu como Fiscal General dos EUA, explicou em uma coletiva de impressa que se tratava de trama corrupta com "raízes profundas", que operou de maneira sistemática "durante ao menos duas gerações". Falou que os acusados "abusaram de sua posição de confiança para conseguir milhões de dólares em subornos e através de chantagens". Em sua opinião, esses tipos de ato causaram um dano enorme ao esporte. 
As principais vítimas, indicou, são as jovens ligas dos países em desenvolvimento, que se beneficiam dos lucros gerados pelos direitos do futebol. Também os milhões de seguidores em todo o mundo que sempre apoiaram o futebol. Por isso, acredita que os responsáveis destas práticas devem ser agora submetidos à Justiça e espera que a ação legal mande uma clara mensagem. Também pediu a FIFA que faça uma supervisão "mais honesta".
Finalmente temos uma ação de respeito acontecendo, agora vamos ver a lama que foi jogada debaixo do tapete ser mostrada. Isto é apenas a ponta de um iceberg maior do que aquele que afundou o Titanic.

Nenhum comentário:

Postar um comentário