Quase três anos depois, o Flamengo se vê em discussão sobre uma dívida com Adriano, o Imperador, que, na visão do clube, nem deveria existir. Citado judicialmente nesta semana na ação de cobrança do débito, informada pelo ESPN.com.br em janeiro deste ano, o clube buscou informações sobre o assunto e descobriu que a então presidente Patricia Amorim, presidente em 2012, assinou a confissão de uma dívida já prescrita. Corrigido, o valor, inicialmente de R$ 500 mil, chega a exatos R$ 921.130,60.
O episódio ocorreu quando Adriano voltou ao clube em 2012 para tentar retomar a carreira. No dia 21 de agosto, a presidente Patricia Amorim assinou um termo de confissão de dívida no valor de R$ 500 mil, que deveria ser quitado em cinco parcelas. Nenhuma foi paga. A argumentação de Adriano era de que os valores seriam referentes a bonificações à sua passagem entre primeiro de maio de 2009 e 30 de maio de 2010. Mesmo sem comprovações, a confissão foi assinada. Em ações trabalhistas, o Imperador teria até dois anos depois do fim do contrato, em maio de 2010, para reclamar supostos atrasos, o que não foi feito.
Com isso, o prazo prescreveu em maio de 2012. Mesmo com o clube teoricamente livre de qualquer pagamento a Adriano, a presidente Patricia Amorim assinou a confissão da dívida, em 21 de agosto de 2012, atualmente utilizada na ação do Imperador contra o clube. No dia seguinte, dia 22 de agosto de 2012, Adriano assinou um acordo por produtividade com o Flamengo com o mesmo valor da dívida. A empresa que intermediou a negociação, a A10 Sports Assessoria Esportiva, também assinou acordo, no mesmo dia, para receber R$ 100 mil pela intermediação do negócio.
"A confissão de dívida que é anexa à ação é muito pobre. Só fala que são verbas rescisórias do passado. A gente não tem ação trabalhista do Adriano. O prazo de prescrição nesse caso é de dois anos. Mas o pior para a gente é ter sido vendido como um contrato de produtividade. Em um dia foi assinada a confissão de dívida. No dia seguinte, o contrato. Do jeito que foi assinado o documento é uma execução. A gente vai brigar" disse o diretor jurídico do clube, Bernardo Accioly.
De acordo com levantamento do clube, não consta atualmente nenhuma ação trabalhista de Adriano contra o Flamengo. A cobrança atual é feita em vara cível. Adriano, como pessoa física, e a empresa que o representa, a A10 Sports Assessoria Esportiva, entraram com duas ações na 45ª e 47ª Varas Cíveis do Rio de Janeiro em 14 de janeiro deste ano.
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