Grafite sabe por experiência própria que o futebol não é uma ciência exata. Se a matemática desse as cartas no esporte, não haveria dúvidas de que o atacante do Wolfsburg (ALE) estaria na Seleção. Nos números (confira aqui ), ele faz seus adversários na briga pela Amarelinha comerem poeira – e, ainda assim, não teve sua chance com o técnico Dunga. Mas a esperança continua.
Em entrevista exclusiva ao LANCENET!, Grafite até admitiu certa decepção por não ter sido lembrado. No entanto, ao invés de desânimo, o atacante ganha cada vez mais motivação para buscar seu sonho. A meta é clara: esta na Copa do Mundo de 2010.
Daniel Leal: Na temporada passada foram 35 gols em 31 jogos. Você se considera um dos melhores atacantes do mundo?
Grafite: Fico contente com esses números. Sempre acompanho e vejo o desempenho dos outros atacantes. Pelos números do ano passado e deste ano, estou me mantendo entre os primeiros colocados, no mesmo nível deles, como Eto’o e Ibrahimovic. Não me comparo em nada a eles, só vejo pelos números. Fico feliz, é sinal de um bom trabalho.
D.L.: O Wolfsburg não começou muito bem a temporada, né?
Nos seis primeiros jogos, tivemos adversários muito difíceis, as principais equipes do Alemão. A vitória na estreia da Liga dos Campeões deu motivação e confiança a mais para o grupo. Foi um início conturbado, mas estamos com moral agora.
Thayan Barreto: Até hoje, você só foi chamado para a Seleção uma vez (3 a 0 sobre a Guatemala, em amistoso disputado em 2005). Como você vê isso?
Minha média está boa na Seleção: um jogo e um gol (risos). Mas vou ser sincero com vocês: fiquei numa expectativa muito grande quando terminou a temporada passada, pelo que fiz. Infelizmente a convocação não veio e fiquei um pouco triste, chateado. Mas reconheci que os que estão lá são grandes jogadores, vivem um grande momento. Respeito isso tudo e estou tranquilo, sossegado.
D.L.: Acha que tem chance?
Estou com 30 anos, numa idade boa. Passo por um momento físico, técnico e mental muito bom. Estou adaptado ao futebol europeu. Muitos dizem que o futebol europeu é a base para chegar à Seleção. Espero ainda ser lembrado, trabalho para isso. Tem mais duas ou três convocações até a Copa. Sei que é difícil pela concorrência.
D.L.: Como você vê essa disputa pelo ataque da Seleção?
Todos têm muita qualidade. Tem Nilmar, Luis Fabiano, Robinho... Também o Adriano, que voltou agora. Além do Ronaldo e do Vagner Love. São muitos jogadores bons. Mas estou aí, né? Se o homem precisar e quiser dar uma ligada (risos). Sempre que o Josué vai eu brinco com ele: “fala que estou aqui” (risos).
T.B.: A Seleção já se garantiu na Copa. Acha que há mais chances para testes agora?
Isso é uma perspectiva que se abriu. A Seleção ainda tem dois jogos pelas Eliminatórias. Dizem muito que o Dunga não está com o grupo fechado ainda. Já tem a base, mas restam algumas vagas e é capaz ele fazer algumas experiências. Mas, como não tenho sido convocado, fica mais difícil ainda. Se ele lembrar, ficarei muito feliz, vou com o maior prazer para fazer um bom trabalho.
T.B.: Vai bater aquela ansiedade na convocação de quinta (para os jogos contra Bolívia e Venezuela, pelas Eliminatórias para a Copa-2010)?
Vamos ver. Quero continuar com meu bom trabalho aqui, fazendo gols. Ajudar o Wolfsburg é meu primeiro objetivo. Se o homem lembrar e me chamar, estou aqui (risos).
É isto aí Grafite, o futebol não é nunca foi e nunca será uma ciência exata como muitos “pernas de pau” querem que seja. Continua lutando e fazendo o que você sabe fazer e muito bem, GOLS.
Aqui no Brasil todos esquecem que você passou aqui pelo Santa Cruz, mas nós não esquecemos e estamos torcendo para que tudo de certo em sua vida. Voce merece.
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