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26 de dezembro de 2009

A revolução dos técnicos.



















Técnico de futebol está deixando de ser artigo "descartável" no Brasil. É comum ver clubes apostando na permanência de seus comandantes. O intervalo entre as temporadas 2009/2010 está comprovando a tese, como também a mudança no perfil profissional procurado pelas equipes. Apostar na "nova geração" está na moda. Treinadores que ganharam destaque pelos resultados recentes e têm no próximo ano a oportunidade de entrar de vez no primeiro escalão do futebol nacional.







Primeiro, a estabilidade. Dos 20 clubes que vão disputar a Série A no próximo ano, 11 mantiveram os treinadores. Permanência nem sempre atrelada ao desempenho do time. Exemplos de Palmeiras, Goiás e São Paulo. Mesmo sem alcançar os objetivos planejados - no caso de Muricy nem mesmo o "prêmio de consolação" -, o trio decidiu bancar a permanência dos treinadores. A oportunidade, especificamente para Muricy e Ricardo, de desenvolver o trabalho desde o início da temporada.

Condição que para Adilson Batista e Mano Menezes, é privilégio. Os dois são os ícones da "revolução dos treinadores". Estão no comando de Cruzeiro e Corinthians, respectivamente, há duas temporadas. Mantiveram-se nos cargos com títulos, mas também enfrentaram períodos de pressão. Especialmente Batista. Neste ano, ele perdeu a Libertadores em pleno Mineirão para o Estudiantes-ARG. Foi mantido no cargo mesmo com os protestos da torcida. Conseguiu recolocar o time celeste nos eixos e classificá-lo novamente à Libertadores.

Adilson e Mano Menezes são expoentes também da renovação natural no quadro de técnicos. Apareceu no cenário nacional na época em que os nomes badalados eram Antônio Lopes, campeão pelo Corinthians em 2005, Paulo Autuori e Vanderlei Luxemburgo. Época em surgiam também Dorival Júnior, Ney Franco e Vágner Mancini. Figuras que começam a ocupar lugares antes ocupados por Geninho, Emerson Leão e Ivo Wortman.







Prestígio maior que resultados - Andrade, 52 anos. Campeão da Série A pelo Flamengo. Vai permanecer no clube na próxima temporada. Salário: R$ 150 mil. Dorival Júnior, 47 anos. Campeão da Série B pelo Vasco. Em 2010, comandará o Santos. Salário: R$ 300 mil. Vanderlei Luxemburgo, 57 anos. Demitido do Palmeiras, conseguiu apenas uma classificação para a Sul-Americana à frente do Santos. Vai comandar o Atlético-MG no próximo ano. Salário: R$ 500 mil.

As estatísticas e cifras mostram que prestígio e currículo ainda contam - e muito! - no futebol brasileiro. Os dois maiores salários atualmente pertencem a treinadores que frustraram a torcida em 2009. Assim como Luxemburgo, Muricy ganhou R$ 500 mil mensais do Palmeiras para classificar o time para a Sul-Americana - o time era o favorito ao título e na última rodada perdeu até a vaga na Libertadores. Muricy vai continuar no Palmeiras em 2010, com o mesmo salário.

O caso de Muricy, no entanto, merece ressalvas. O treinador está um degrau acima de todos os demais em atividade no Brasil. Vinha em constante ascensão desde a época do Náutico, 2001, tendo chegado ao tricampeonato brasileiro pelo São Paulo em 2006, 2007 e 2008. Portanto, 2010 será a chance para Muricy mostrar que o ano que está se encerrando foi apenas uma exceção em sua vitoriosa carreira. E que merece ganhar cada centavo dos R$ 500 mil mensais que recebe.







Dança dos técnicos (clubes da Série A)

Permanecem

Atlético-GO: Artur Neto assumiu o time durante a Série B, garantiu o acesso e acertou a sua permanência.

Atlético-PR: Antônio Lopes conseguiu livrar o Furacão do rebaixamento e começou planejamento para 2010.

Botafogo: Estevam Soares trocou o Barueri pelo alvinegro durante a temporada e evitou o rebaixamento.

Corinthians: Mano Menezes conquistou o acesso em 2008, a Copa do Brasil em 2009 e comanda o time na Libertadores 2010.

Cruzeiro: Adilson Batista perdeu a Libertadores, mas conseguiu reconduzir o time à competição no Brasileiro.

Flamengo: Andrade sonhava com R$ 250 mil mensais em 2010, vai receber R$ 150 mil após difícil negociação.

Fluminense: Cuca fez o milagre de evitar o rebaixamento e anuncia títulos para a próxima temporada.

Goiás: Hélio dos Anjos perdeu o rumo do time na Série A, mas inicia a temporada 2010 à frente do Esmeraldino.

Guarani: Vadão conduziu o Bugre à Série A e renovou contrato logo após o final da competição.

Palmeiras: Muricy Ramalho perdeu o título e a Libertadores, mas seguirá no comando ganhando R$ 500 mil por mês.

São Paulo: Ricardo Gomes continua no cargo, mesmo deixando o título da Série A escapar.

Mudaram

Atlético-MG: Vanderlei Luxemburgo é aposta - bastante alta, diga-se - do Galo para voltar a conquistar títulos.

Avaí: Péricles Chamusca assume o lugar de Silas com a missão de manter o time em crescimento.

Barueri: Vinícius Eutrópio substitui Luís Carlos Goiano, que não aceitou a proposta do time para renovar contrato.

Ceará: Renê Simões substitui PC Gusmão, que não aceitou a proposta do Vovô para permanecer.

Grêmio: Silas assume o time após temporada marcada pela intervenção do interino Marcelo Rospide.

Internacional: Jorge Fossati, argentino, substituiu Mário Sérgio, que assumiu o time na reta final da Série A.

Santos: Dorival Júnior não aceitou proposta para ficar no Vasco e acertou com o Peixe por R$ 300 mil mensais.

Vasco: Vágner Mancini vai comandar uma equipe do Rio de Janeiro pela primeira vez na carreira.

Vitória: Ricardo Silva, auxiliar técnico em 2009, está efetivado no cargo por enquanto pela diretoria rubro-negra.







Diário de Pernambuco.







Existem muitos outros “novos” Técnicos no Brasil, esperando uma oportunidade, que infelizmente não vem. Acontece o mesmo com os jogadores falta coragem aos nossos dirigentes de darem oportunidades, o Brasil é um celeiro.







Até quando vamos ter um futebol feito com tanta falta de competência, que significa “falta de coragem”, onde vamos parar com tanta falta de conhecimento, que significa “falta de competência”, quando vamos parar com os problemas de caixa que significa “falta de honestidade”, quando vamos ter um futebol transparente.

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