Novo sistema para transações vai combater a lavagem de dinheiro e a propriedade de jogadores na mão de terceiros.
Um dirigente de um clube da América Central se mostrou surpreso quando foi informado que, para vender um jogador ao exterior, o montante da transferência agora precisa ser depositado em uma conta bancária.
- Por que é necessária uma conta bancária? Posso colocar o dinheiro em uma caixa-forte - disse. A discussão, que foi relatada por um funcionário da FIFA, foi uma de muitas reuniões com dirigentes de clubes da América Latina. A resposta incrédula do dirigente mostra a contrariedade contra o novo sistema de transferência eletrônica da entidade, que vai combater a lavagem de dinheiro e a propriedade de jogadores na mão de terceiros.
Tradicionalmente, as transferências internacionais de jogadores acontecem através do envio de faxes entre as confederações nacionais de futebol envolvidas - um sistema que, segundo a FIFA, está aberto a todo o tipo de abuso.
- Até agora, as transações eram gerenciadas em papel. Um modelo que já tem 100 anos e que torna impossível manter um registro de tudo o que acontece. Tivemos casos de transferências imaginárias de jogadores que não existiam que tinham sido inventados, basicamente, havia de tudo. Esse tipo de transação era uma prática com - disse Mark Goddard, gerente geral do novo Sistema de Transferência (TMS, da sigla em inglês).
Segundo Goddard, a FIFA vai ser capaz de seguir de maneira muito mais atenta ao que acontece no mercado internacional de transferências com o TMS instalado.
Agora, a transação só é completada quando o clube comprador e o clube vendedor informam ao sistema todos os dados da negociação, incluindo o montante, o salário do jogador, o agente ou advogado responsável, e a duração do contrato. O dinheiro deve ser transferido de uma conta bancária para outra.
Uma das maiores mudanças do novo sistema será evitar que terceiros - como empresas ou agentes de fundo de pensões, sejam donos de jogadores, prática muito comum, especialmente na América do Sul.
Caso Tevez ajudou a criar o sistema.
A discussão sobre terceiros como proprietários de jogadores ganhou relevância quando o West Ham comprou o atacante argentino Carlos Tevez, que jogava pelo Corinthians.
O time foi multado em 5,5 milhões de libras (aproximadamente R$ 14 milhões) em abril de 2007 pelos dirigentes do Campeonato Inglês que afirmaram que o clube londrino violou as regras ao fazer negócio com o jogador mesmo sabendo que os direitos sobre o passe dele eram de uma empresa privada.
No entanto, a multa não envolveu corte de pontos no Campeonato Inglês daquele ano. Ameaçado de rebaixamento até a última rodada, o West Ham se salvou com a vitória de 1 a 0, gol de Tevez, sobre o Manchester United. O Sheffield United, que acabou rebaixado no lugar do clube, entrou com um processo contra o West Ham. Posteriormente, os dois times chegaram a um acordo.
- Estão claro nas regulamentações que terceiros não podem ser donos de jogadores de futebol. Tudo o que havia nesse sentido vai acabar - disse Goddard. O gerente disse, também, que o sistema vai eliminar as discussões sobre pagamentos, especialmente para clubes formadores, e se o acordo foi finalizado dentro do período de transferências.
Fonte: agências de notícias Nyon, Suíça e Central Globo de noticias.
Parece que finalmente a FIFA está dando sinais de que as regras do jogo serão cumpridas de acordo com sua determinação e que o Agente Credenciado será ao invés de extinto, fortalecido. Aliás, não fazia sentido a FIFA investir em formar Agentes ao redor do Mundo e depois simplesmente terminar com eles.
Faz-se necessário que as Federações em todos os Países do mundo tomem uma atitude única em determinar que as regras do jogo sejam as da FIFA. Somente assim teremos condições de acabar com os desmandos no futebol profissional brasileiro e com isto teremos finalmente um sistema que deverá beneficiar o clube e o jogador profissional.
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