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22 de junho de 2010

Gigante centenário está acordando / Centennial giant is waking up.


Um gigante começa a acordar. Com uma camisa de tradição centenária, que não cabe em apenas um campo de futebol. É uma história que salta para as arquibancadas celestiais, com uma das torcidas mais fanáticas do mundo, por mais que esse público tão ávido pelo futebol quanto o nosso não passe dos 3,4 milhões de pessoas. Mas é um povo que cresceu com o lastro de títulos e feitos incríveis.

Um vizinho de respeito, esquecido há décadas na Copa do Mundo. A magra vitória de ontem sobre o México, por 1 x 0, em Rustemburgo, pode ter sido um pequeno dado para a estatística do Mundial, mas para o Uruguai significou o retorno da dignidade de um país que conta com duas Taças Jules Rimet em sua galeria em Montevidéu. Campeão do mundo em 1930 e 1950. No primeiro, a honra de também ter sido o primeiro anfitrião. No segundo, o ato como protagonista de uma das maiores (senão a maior) vitórias do futebol em todos os tempos, o Maracanazo.

Tudo isso está gravado na era dos filmes em preto e branco. Mas passou e, infelizmente, o pequeno e aguerrido país - cujo território é apenas 62% da área do Rio do Grande do Sul - parou no tempo. Gerações inteiras sumiram dos gramados. Nasazzi e Scarone (anos 30), Obdúlio Varela e Ghiggia (anos 50), Mazurkiewicz e Ancheta (anos 70), De León e Francescoli (anos 80). Nomes que ainda são guardados na memória dos torcedores de Peñarol e Nacional, clubes que polarizam as torcidas na capital.

A Copa da África do Sul pode ser o ponto de partida para a mística da Celeste Olímpica, já famosa antes do bicampeonato mundial por causa das duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. Não por acaso, o escudo da Asociación Uruguya de Fútbol (AUF) tem quatro estrelas. Para eles, um "tetracampeonato mundial". Se o resto do mundo não pensa assim, azar o do mundo costuma dizer os moradores da República Oriental do Uruguai.

A liderança do grupo A da Copa de 2010, com um futebol aplicado e um sistema tático bem postado em campo - sem levar um só gol até aqui-foi um alento para uma seleção conhecida apenas pela garra nos últimos anos. Um perfil que não era mais suficiente erguer novos troféus. O último foi a Copa América de 1995, em casa. Mas mesmo lá as Batalhas do Río de La Plata já não são mais a favor da Celeste. Nos últimos dois jogos contra os rivais Brasil e Argentina no estádio Centenário, pelas Eliminatórias, foram duas derrotas. A Seleção, sem pena alguma, cravou 4 x 0 nos uruguaios.

O técnico Oscar Tabárez, o mesmo do Mundial de 1990, teve que segurar as rédeas de um grupo vencido pelo limite técnico. Aos poucos, a situação mudou. O Uruguai foi o último dos 32 países a garantir a vaga para a primeira edição africana. No sufoco, é claro. Isso não se discute. Foi num empate com a modesta Costa Rica em 1 x 1, na repescagem, em 18 de novembro do ano passado. Depois, a consciência de que era preciso evoluir. Agora, a classificação do Uruguai às oitavas não tornou a seleção favorita ao título. Longe disso. O tri ainda é um devaneio. Mesmo para os hinchas.

Mas o time do zagueiro Lugano e dos atacantes Diego Forlán e Luis Suarez levantou a poeira dos livros amarelados com a história do Uruguai. Para que todos enxerguem que aquela camisa celeste tem um peso grande, e que uma nova geração também quer ser marcada como vencedora. Neste momento, se tem alguém consciente de tudo isso (não duvide) é Jung Moo Huh, técnico da Coreia do Sul, adversário da "batalha" das oitavas de final.

Parabéns a celeste faz tempo que estive em Montevidéu, e como aprecio a famosa parrillada de costelas, e tomar um chimarrão verdadeiro, pretendo aparecer brevemente para visitar os amigos.

Fonte: Diário de Pernambuco, Cassio Zirpoli.
Tradução: Roberto Queiroz de Andrade.


A giant starts to wake up. Shirt with a century-old tradition, which not only fits on a football field.

It's a story that jumps to the heavenly bleachers with one of the most fanatical fans in the world, much as this audience so eager for football as ours does not pass the 3.4 million people. But it is a nation that grew with the ballast of titles and amazing feats.

A neighbor of respect, forgotten for decades in the World Cup. The narrow victory over Mexico yesterday, for an x 0 in Rustemburgo, may have been a little given to the statistics of the World, but for Uruguay meant the return of the dignity of a country which has two Cup Jules Rimet trophy in his gallery in Montevideo. World champion in 1930 and 1950. At first, the honor of also being the first host. In the second, act as a protagonist of one of the largest (if not the largest) football victories of all time, the Maracanazo.

All this is recorded in the era of movies in black and white. But now and unfortunately, the small and embattled country - whose territory is only 62% of the area of Rio Grande do Sul - stopped in time. Whole generations have disappeared from lawns. Nasazzi and Scarone (30 years), and Ghiggia Obdulio Varela (50), Mazurkiewicz and Ancheta (70), De Leon and Francescoli (80). Names that are still stored in the memory of fans Peñarol and Nacional, which polarize the fans clubs in the capital.

The World Cup in South Africa may be the starting point for the mystique of Celeste Olimpica, already famous before the world championship because of the two gold medals at the Olympics in 1924 and 1928. Not coincidentally, the shield of Uruguay Association de Football (AUF) has four stars. For them, a "fourth championship world." If the world does not think so, shame on the world say the residents of the Eastern Republic of Uruguay.

The leadership of the group A of the 2010 World Cup, football with an applied and a tactical system and posted on the field - without a single goal so far-has been an inspiration for a team known only by the grab in recent years. A profile that was no longer sufficient to lift the new trophy. The latter was the Copa America 1995, at home. But even there the Battles of the Río de la Plata are no longer in favor of Celeste. In the last two games against rivals Brazil and Argentina at the Centenario stadium, the qualifiers were two defeats. The squad, without any penalty, nailed 4 x 0 in Uruguay.

Coach Oscar Tabarez, the same as the 1990 World Cup, had to hold the reins of a group won by technical limit. Gradually, the situation changed. Uruguay was the last of 32 countries to secure a place for the first edition of Africa. In the struggle, of course. That is incontestable. It was a draw with the modest Costa Rica in 1 x 1 in the playoffs on November 18 last year. Then the realization that we had to evolve. Now, the classifications of Uruguay to the second round not become the favorite team to the title. Far from it. The tri is still a daydream. Even for Hinche.

But the team's defender Lugano and strikers Diego Forlan and Luis Suarez raised yellow dust from the books with the history of Uruguay. For all people to see that this heavenly shirt has a large weight and that a new generation also wants to be marked as winners. Right now, if someone is aware of all this (no doubt) is Huh Jung Moo, coach of South Korea, an opponent of the "battle" of eighth-finals.

Congratulations to the National squad call CELESTE a long time I was in Montevideo, and how I appreciate the famous parrillada of ribs, and take a true mate, I intend to appear briefly to visit friends and have nice dinner.


Source: Diario de Pernambuco, Cassio Zirpoli.
Translation: Roberto Queiroz de Andrade.

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