Sequela da intervenção do Governo na articulação política, a presidente Dilma Rousseff foi desafiada ontem pela base aliada e sofreu uma série de derrotas na Câmara. Os deputados impediram a votação do projeto de Lei Geral da Copa, prioridade da semana para o governo aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o projeto de lei retirando poderes da presidente na demarcação de terras indígenas, de quilombolas e de preservação ambiental, e ainda convocaram a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
O revés governista aconteceu uma semana depois de Dilma ter feito alteração na coordenação política, trocando os líderes na Câmara e no Senado, com a entrada do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) no lugar de Cândido Vaccarezza (PT-SP) e do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) em substituição a Romero Jucá (PMDB-RR).
O conflito entre a presidente e seus aliados na Câmara se espalhou nas diversas bancadas, conduzido pelo tema do Código Florestal e da permissão de venda de bebidas nos estádios, assunto do projeto da Lei Geral da Copa.
Setores da base condicionaram a votação do projeto da Lei Geral da Copa à votação do Código Florestal, contrariando a estratégia do Palácio do Planalto que não quer tratar da questão ambiental antes da realização da Conferência Rio + 20.
Na Câmara, a contabilidade dos aliados aponta para uma derrota do projeto do Código Florestal votado no Senado, defendido pelo governo, devido às articulações da bancada ruralista. Grande parte da base defende o texto aprovado anteriormente pelos deputados, mais favorável aos produtores que desmataram áreas de forma ilegal. 'Em todas as bancadas existem os que militam na área agrícola e é público e notório que, desde que foi votado aqui, o projeto tem em torno de 400 votos na Câmara', reconheceu Chinaglia.
Os líderes de partidos da base aliada ficaram sem domínio de suas bancadas no plenário. 'Estão todos contaminados pelo Código Florestal. Eu, como governo, não quero perder e, hoje (ontem), a proposta poderia não ter os votos para ganhar. Estou pedindo tempo para não perder', argumentou o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), ao obstruir a votação para derrubar a sessão de ontem.
O peemedebista identificou no plenário uma 'maioria silenciosa' pronta para derrubar o projeto da Lei Geral da Copa, se a proposta chegasse a ser votada.
Pêndulo. 'A instabilidade é total. Tem problema em todas as áreas', avaliou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), considerando que o Código Florestal serviu apenas como cortina de fumaça para o movimento da base contra o governo. Ao observar o plenário, ele brincou: 'A base está fechada. Mas é contra o governo'.
Chinaglia minimizou as dificuldades: 'Estava na contabilidade (não votar o projeto ontem). A base está se comportando bem', disse o petista. Apesar da pressão dos ruralistas, Chinaglia disse que o governo não está trabalhando para fixar uma data de votação do projeto do Código Florestal. 'O que condiciona a votação (do código) é maioria, é acordo. É possível e necessário desvincular as votações', disse o líder.
Ministra convocada. O primeiro movimento de aliados contra o governo foi pela manhã, na Comissão do Trabalho. Apesar da maioria governista, os deputados aprovaram um requerimento da deputada Andrea Zito (PSDB) convocando a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para explicar os cortes no Orçamento que atingiram as emendas e o impacto e as consequências desse contingenciamento para a administração pública. 'A convocação pode ter ocorrido por falta de acompanhamento', reconheceu Chinaglia.
Rebelados da base já tinham ameaçado convocar novamente o ministro Guido Mantega (Fazenda) para falar sobre a crise na Casa da Moeda.
Que o Brasil tem muita coisa em atraso e muita coisa para ser mudado não tenho dúvidas, mas deveria começar pela própria maneira de se votar e de se eleger pessoas que não merecem ser parlamentar, que não tem comprometimento, respeitabilidade e acima de tudo idoneidade. Estamos vendo o Brasil sendo desmoralizado, e a maioria dos deputados entrevistados pensam primeiramente no que é bom para “ele”, para seu interesse pessoal e depois para o “partido”, não pensam um momento sequer no País e em sua missão de ajudar a mudar o Brasil, pois foi pensando nisto que os elegemos.
Por DENISE MADUEÑO / BRASÍLIA, estadao.com.br. COLABOROU EDUARDO BRESCIANI. Foto: divulgação.
Comentário: Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.
Sequel of government intervention in the political articulation, President Dilma Rousseff was challenged yesterday by the allied base and suffered a series of defeats in the House. The deputies stopped the vote on the bill of Law General Cup, priority of the week for the government to approve the Committee on Constitution and Justice (CCJ) the bill removing the powers of President in the demarcation of indigenous lands, the “Quilombolas” (descendants of Africans slaves) and environmental preservation, and also summoned the Minister of Planning, Miriam Belchior.
The setback ruling came a week after the president Dilma have done change in policy coordination, changing leaders in the House and Senate, with the entry of Mr Arlindo Chinaglia (PT-SP) in place of Candido Vaccarezza (PT-SP) and Senator Eduardo Braga (PMDB-AM) to replace Romero Juca (PMDB-RR).
The conflict between the president and his allies in the House spread in various quarters, driven by the theme of the Forest Code and permit sale of alcohol in the stadiums, the subject of the project of the General Law of the tournament.
Sectors based conditioned the vote on the bill of Law General Cup to the vote of the Forest Code, contrary to the strategy of the Presidential Palace does not want to deal with environmental issues before the Conference Rio + 20.
In the House, accounting Allied points to defeat the project of the Forest Code voted in the Senate, defended by the government due to the joint caucus. Much of the base supports the text approved by MEPs earlier, more favorable to producers who illegally deforested areas. 'On all sides there are those who defend the agricultural area and is well known that, since it was voted on here, the project has about 400 votes in the House', recognized Chinaglia.
The party leaders of the allied base area were without their benches in Parliament. 'They are all contaminated by the Forest Code. I, the government do not want to lose, and today (yesterday), the proposal would not have the votes to win. I am asking not to lose time, "argued the PMDB leader, Eduardo Henrique Alves (RN), while blocking the vote to overturn the previous day.
The PMDB floor identified in a 'silent majority' ready to drop the project of the General Law of the World Cup if the proposal came to a vote.
Pendulum. "the instability is complete. Is that a problem in all areas', said the deputy Julio Delgado (PSB-MG), whereas the Forest Code only served as a smokescreen for the movement of the base against the government. When looking at the floor, he joked: "The base is closed. But it is against the government '.
Chinaglia minimized the difficulties: 'I was in the books (not to vote the project yesterday). The base is behaving well, "said PT. Despite pressure from “ruralistas”, (lands owners) Chinaglia said the government is working to secure a vote on the bill date of the Forestry Code. 'What determines the vote (the Code) is the majority is agreement. It is possible and necessary to relieve the votes, "said the leader.
Minister convened. The first movement of allies against the government was in the morning, the Labor Commission. Despite the government majority, the House approved an application by Mrs Andrea Zito (PSDB) summoning the Minister of Planning, Miriam Belchior, to explain the budget cuts that hit the amendments and the impact and consequences of this contingency for public administration. 'The call may have occurred due to lack of monitoring, "acknowledged Chinaglia.
Rebel base had already threatened to reconvene the Minister Guido Mantega (Finance) to discuss the crisis of the “Money House”.
Brazil has much delayed and much to be changed, no doubt, but should start by our own way of voting and electing people who do not deserve to be parliamentary, which has no commitment with the country, and all are above all respectability and trustworthiness . We see Brazil being demoralized, and most members surveyed think first on what is good for "him" for his personal interest and then to the "party", do not think a moment in the country and its mission to help change Brazil, because it was thought that they was elect.
By DENISE Madueño / BRASILIA, estadao.com.br. Collaborated EDUARDO BRESCIANI. Photo: publicity.
Comment: Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and Roberto Queiroz Junior.
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