Genebra, 22 - Ricardo Teixeira pediu sua renúncia da CBF no mesmo dia em que o Tribunal Superior da Suíça tomou a decisão de manter em sigilo os nomes dos cartolas que receberam subornos da empresa de marketing da FIFA, a ISL, e de manter o ex-cartola blindado. Teixeira já vinha manobrando para deixar a CBF em uma situação que pudesse administrar sua queda, repartindo poderes a seus aliados. Mas não deixou o cargo sem a confirmação de que seu nome não seria publicado pela Justiça suíça.
No dia 12 de março, o Tribunal com sede em Lausanne determinou que, enquanto o processo esteja tramitando em relação à ISL, os nomes dos envolvidos não serão divulgados. Hoje, na Suíça, os detalhes dessa revelação serão oficialmente publicados à imprensa mundial e confirmarão que os nomes dos implicados na trama de subornos não serão conhecidos por mais vários meses.
Em 2010, uma corte suíça condenou cartolas por terem recebido subornos da ISL em troca de acordos de transmissão de jogos. Mas, na mesma decisão, ficou estabelecido que os nomes dos envolvidos não seria divulgado, já que eles pagaram de volta parte da propina e acertaram um acordo.
Desde então, a FIFA tem sido pressionada a revelar os nomes dos envolvidos que, segundo a BBC, seriam Teixeira e João Havelange. O Estado apurou que mesmo Teixeira já se preparava para uma defesa, alegando que havia recebido o dinheiro. Mas que os recursos eram para Havelange, seu ex-sogro, e que ele era apenas um 'laranja'. O próprio Havelange pediu demissão de seu cargo no COI, poucos dias antes da entidade julgar o caso. Com isso, o processo foi arquivado.
Quatro jornais suíços e a BBC entraram então com um recurso para ter acesso aos documentos e o caso chegou ao Tribunal Superior da Suíça. No caso dos jornais locais, não é exatamente o nome de Teixeira que interessa, mas a transparência na Justiça do país.
Pressionado, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, retirou sua oposição e indicou que estaria de acordo com a publicação dos documentos. Mas, em dezembro, um recurso foi apresentado por Teixeira e Havelange, freado sua publicação.
A esperança da imprensa suíça era de que o tribunal autorizasse a publicação pelo menos dos nomes dos envolvidos, até que se soubesse o restante do conteúdo dos documentos. Agora, porém, o processo que não tem data para acabar continuará sob sigilo.
Pois é, as maracutaias não acontecem somente aqui, no Brasil, acontece lá também, o que se podia esperar de um País que na segunda guerra mundial fazia armas para quem pagasse melhor. Era um território neutro onde qualquer um poderia ter asilo, independente de credo politico.
Agora sabemos o que se passou verdadeiramente antes, durante e depois do pedido de licença. E certamente as coisas continuarão como dantes no País de Abrantes, onde e de acordo com o tenente coronel Nascimento, do filme Tropa de Elite II este País vai ter que mudar tudo para ser um País decente.
Por Jamil Chade, correspondente, estadao.com.br, Foto: divulgação.
Comentário: Roberto Queiroz de Andrade. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.
Geneva, 22 - Ricardo Teixeira called for his resignation from the CBF in the same day the Supreme Court of Switzerland made the decision to keep secret the names of the moguls who received bribes from FIFA's marketing company, ISL, and keep the former president shielded. Teixeira was already maneuvering to leave the CBF in a situation that could manage its fall, dividing powers to its allies. But, did not leave office without confirmation that his name not be published by the Swiss Justice.
On March 12, the Court based in Lausanne ruled that while the case is being processed in relation to the ISL, the names of those involved will not be disclosed. Today, Switzerland, the details of this revelation will be officially published to the world press and confirm the names of those implicated in the plot of bribes will not be known for several more months.
In 2010 a Swiss court convicted top presidents (João Havelange and Ricardo Teixeira) for receiving bribes from ISL in exchange for agreements to broadcast games. But in that decision, it was agreed that the names of those involved would not be released, since they paid back part of the fee and agreed a deal.
Since then, FIFA has been pressed to reveal the names of those involved, according to the BBC, would be Teixeira and Joao Havelange. The state found that even if Teixeira was getting ready for a defense, saying he had received the money. But the resources were for Havelange, his ex-father “in Law”, and he was just an 'orange'. Havelange himself resigned from his position in the IOC, a few days before the entity deems appropriate. Thus, the case was filed.
Four Swiss newspapers and the BBC then went with a resource for access to documents and the case reached the Supreme Court of Switzerland. In the case of local newspapers, is not exactly the name that matters Teixeira, but transparency in the courts of the country.
Pressed, the FIFA President Joseph Blatter, withdrew his opposition and stated that he would agree with the publication of documents. But in December, an appeal was made by Teixeira and Havelange, slowed its publication.
The hope of the Swiss press was that the court, authorize the publication of at least the names of those involved until they knew the rest of the content of documents. Now, however, the process that has no end date to remain confidential.
Well, the dirty tricks do not happen only here, in Brazil, it happens there too, which could be expected of a country that was in World War II making weapons to best bidder. It was a neutral territory where anyone could have asylum, regardless of political creed.
Now we know what really happened before, during and after the license application. And surely things will continue as before in the country of Abrantes, where and according to Lt. Col. Nascimento of film Tropa de Elite II “this country will have to change everything to be a decent country”.
By Jamil Chad, corresponding estadao.com.br, Photo: publicity.
Comment: Roberto Queiroz de Andrade. Translation: Roberto Queiroz and Roberto Queiroz Junior.
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