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27 de janeiro de 2013

O DONO DOS JOGADORES NO FUTEBOL BRASILEIRO / THE BRAZILIAN PLAYERS' OWNER









Delcir Sonda é dono de parte dos passes de Neymar e Ganso, cuja valorização está acima dos três dígitos. E eles (ainda) nem foram convocados para a Copa (esta reportagem foi feita antes da copa do mundo da Africa) e mostra que quase nada mudou.

Nenhum investidor que tenha aplicado na bolsa de valores, entre fevereiro de 2008 e maio deste ano, ganhou mais dinheiro que Delcir Sonda, o dono da rede Sonda, empresa com 24 supermercados e cinco mil funcionários. Neste período, a maior aplicação do empresário teve valorização de inacreditáveis 1.025% – contra 9% do IBOVESPA.
 
A diferença é que, enquanto o índice da bolsa paulista reúne ações de empresas como PETROBRÁS, BRADESCO ou AmBev, Sonda apostou seu dinheiro em Paulo Henrique de Souza, mais conhecido como Ganso, do Santos Futebol Clube. Sonda pagou 2,2 milhões de euros por 45% do passe do jogador e, hoje, se algum clube europeu quiser tirar o camisa 10 da Vila Belmiro (hoje ele está no São Paulo) mas, terá de pagar 50 milhões de euros em multa por rescisão de contrato. E não é só.

Sonda tem 40% do passe do “menino de ouro” do Santos, Neymar, que custou 3 milhões de euros,  no início de 2008. Hoje, o craque está avaliado em $ 50 milhões de euros. “Agora Neymar é uma unanimidade, mas, quando compramos, diziam que era loucura”, lembra Thiago Ferro, um dos sócios de Delcir Sonda na Delcir Ide Sonda, a DIS, empresa de esportes de Sonda.

Sonda é um apaixonado por futebol – colorado doente e santista roxo – e começou a investir no esporte mais para ajudar o Internacional, time do coração, do que para ganhar dinheiro, segundo dizem pessoas próximas ao empresário. Em 2007, seu Delcir, como é chamado, comprou o passe do meia-atacante Nilmar e o repassou ao Inter. Detalhe: Nilmar acabara de fazer a segunda cirurgia no joelho, estava afastado dos gramados e ninguém apostava um tostão que o craque voltaria a brilhar.

Nilmar foi vendido para o espanhol Villarreal, no ano passado, por 11 milhões de euros, segundo o mercado da bola. Pessoas próximas ao empresário dizem que a família Sonda e os executivos do grupo foram contra e alertaram Sonda sobre “o mundo podre” do futebol. Mas seu Delcir foi adiante e provou que estava no caminho certo quando negociou a venda do zagueiro Breno, então no São Paulo.

Ele pagou R$ 600 mil por 30% do passe do jogador. Oito meses depois, o Bayern de Munique ofereceu e levou o jovem promissor por nada menos que 12 milhões de euros. Hoje, a carteira de investimentos do empresário está recheada de estrelas como Dentinho, Boquita e Bruno César, do Corinthians, ou Tyson, D'Alessandro e Juan, do Internacional de Porto Alegre.

O sucesso do empresário reside no fracasso dos clubes brasileiros. A DIS só encontra espaço porque boa parte dos times de futebol está em uma situação financeira frágil, com dívidas milionárias. Como não têm dinheiro em caixa, só resta aos times recorrerem a nomes como Delcir Sonda ou J.Havilla, dono da Traffic, para preencher o meio de campo e reforçar a defesa.

Por enquanto, a DIS só está em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Saiu do Rio de Janeiro pelo nível de desorganização do futebol local. Antes que a excepcional rentabilidade do mundo da bola desperte a cobiça dos investidores profissionais, é bom dizer que, como todo investimento, os riscos são elevados. “Num minuto o seu craque pode ter um rompimento do ligamento cruzado. Aí, esqueça”, diz Thiago.

E mais: esqueça o curto prazo. “A gente brinca que está colhendo agora a safra de 1991, que é exatamente o ano de nascimento dos nossos craques.” Desde que entraram na sociedade, Thiago e Guilherme Miranda, dois jovens formados em administração pela Fundação Getulio Vargas, trataram de mudar o perfil da carteira da DIS.

Primeiro reduziram a média de idade, que hoje está entre 16 e 18 anos, depois enxugaram o portfólio de quase 100 atletas para não mais que 60 atualmente. Além dos sócios, a DIS conta com uma equipe de 15 profissionais – apenas três deles cuidam da área operacional da empresa e os demais viajam pelo Brasil acompanhando torneios das categorias de base dos grandes clubes.

O foco são os times do Sul e não é por acaso.
 “Os jogadores do Sul têm mais potencial de venda pelo porte físico, pelo aspecto cultural, incluindo aí a possibilidade de obterem passaporte europeu”, explica Thiago, para completar em seguida: “Claro que há exceções. O Paulo Henrique é do Norte e quando chegou era bem franzino. O talento é o primeiro quesito avaliado.”

Quem acompanha nossos comentários agora sabe a diferença entre um Agente Credenciado e um “empresário” ou uma empresa de investimento em jogadores. Quem usa seu capital para aplicar em futebol comprando e vendendo direitos federativos (que pertencem ao clube, dono de seu contrato) de jogadores e enche os bolsos.

Lógico que com a permissão dos dirigentes, dá muitíssimo bem, porque é muito complicada a relação entre as atuais regras da FIFA e dos órgãos federais que regulam o mercado e as instituições brasileiras que foram formadas há muito tempo. Não tendo proprietário, são instituições sem fins lucrativos, empresas, sem começo, meio e fim, desatualizadas com a legislação vigente, onde qualquer um torcedor ou não, pode entrar, fazer lobby e dentro de pouco tempo, virar presidente e deixar tudo que fez errado, para o próximo, ou então, entrar e espertamente, virar dono do pedaço.

E com a noticia de que a FIFA deixará o mercado aberto, descredenciando os “seus” agentes, que nunca foram legalizados no Brasil pela CBF, deverá deixar ainda mais o futebol a mercê dos que só pensam em se dar bem, pouco importando se é as custas de um ser humano e de sua vida. O mercado que já é uma selva de pedra deve virá um Deus nos acuda, até porque depois destes dados, quem irá querer aplicar na bolsa de valores, no ouro, ou mesmo na poupança.

Vamos ver como deve ficar e estou começando a pensar que perdi tempo, querendo fazer a coisa certa, ou seja, receber apenas 10% pelo meu trabalho de desenvolver uma carreira, sem nunca ter entrado nesta de comprar e vender. Além de que, tanto os técnicos agenciados quanto os atletas, na hora que estão empregados nos esquecem e quando recebem seus salários, fica complicado receber o repasse nossa comissão.

Assim é o futebol profissional brasileiro.

Fonte: Isto é DINHEIRO e DIS “Grupo Sonda. Fotos: divulgação.
Comentário: Roberto Queiroz. Tradução: Roberto Queiroz e Roberto Queiroz Junior.

Delcir Sonda owns part of the passes of Neymar and Ganso, whose valuation is above the three digits. And they (still) not have been invited to the World Cup (this article was made it before the Africa World Cup).

No investor who has applied to the Stock Exchange, between February 2008 and May this year, won more money than Delcir Sonda, the owner of the SONDA Network, a company with 24 supermarkets and five thousand employees. During this period, the largest application of the entrepreneur has risen a staggering 1025% - 9% against the IBOVESPA.

The difference is that while the BOVESPA index includes actions of companies like Petrobras, Bradesco or AmBev, Sonda bet his money on Paulo Henrique de Souza, better known as “Ganso”, today, from Santos Football Club. Sonda paid 2.2 million euros for 45% of the player pass (federative rights) and today, if any European club want to get the number 10 shirt from Vila Belmiro (today at São Paulo FC) have to pay € 50 million in fines for breach of contract. And not is only this.

Sonda has a 40% pass of the "golden boy" of Santos, Neymar, which cost $ 3 million of euro in early 2008. Today, the star is valued at $ 50 million. "Now Neymar is unanimity, but when we buy, said it was crazy," recalls Thiago Ferro, a partner in the Delcir Sonda, Sonda Ide 
Delcir, means, DIS, the company of sports of Delcir Sonda.

Sonda is passionate about football – and fan “sick” of Internacional and Santos - and started investing more money in sports to help the Internacional team heart than to make money, they say some people close to the entrepreneur (friends of Delcir). In 2007, Delcir, as it is called, bought the pass from attacking winger Nilmar and transferred to the Internacional. 

Detail: Nilmar had just made the second knee surgery, he was sidelined and nobody would have bet a penny that the star shines again.

Nilmar was sold to the Spanish Villarreal last year for 11 million euros, according to the market of the ball. People close to the businessman say the Sonda family and group executives were warned against and Sonda about the "rotten world" of football. But the Delcir went ahead and proved that he was on the right track when he negotiated the sale of central defender Breno, then in São Paulo.

He paid $ 600,000 for 30% of the player's federative rights. Eight months later, Bayern Munich offered and took the promising young player for no less than 12 million euros. Today, the investment portfolio of the entrepreneur is full of stars like Dentinho, Boquita and Bruno Cesar of Corinthians, or Tyson, D'Alessandro and Juan, from Internacional of Porto Alegre.

The successful entrepreneur lies in the failure of the Brazilian clubs administrations. The DIS only finds space because much of the football teams are in a poor financial situation, with debts millionaires. They have no cash on hand, so, the only option to survive of the these clubs is left to resort to names like Delcir Sonda or J. Havilla, owner of Traffic, to fill the midfield and strengthen the defense of the clubs.

For now, the DIS is only in São Paulo State and Rio Grande do Sul, they left Rio de Janeiro by the level of disorganization of local football. Before the exceptional profitability of ball world awaken greed of professional investors, it is good to say that, like any investment, the risks are high. "One minute your player may have a torn cruciate ligament. And, then forget the money, "said Thiago.

And more, forget the short term to make money. "We joke that is now reaping the harvest of 1991, which is exactly the year of birth of our superstars." Since they joined the company, Thiago and Guilherme Miranda, two young graduates in business administration from the Fundação Getulio Vargas, tried to change the profile of the portfolio of DIS.

First reduced the average age, which is now between 16 and 18 years, then wiped the portfolio of almost 100 athletes for no more than 60 players. In addition to the partners, the DIS has a team of 15 professionals - only three of them take care of the operational area of ​​the company and others traveling through Brazil watching tournaments of the basic categories of big clubs.

The focus is on the South region is not by chance. "The players in the South have more sales potential by physical size, the cultural aspect, including there the possibility to obtain European passports," said Thiago, to complete then: "Of course there are exceptions. Paulo Henrique is from the North of Brazil and when we arrived was very skinny. Talent is the first item evaluated. "

Anyone who is following our comments at the last years can now tell the difference between an Agent FIFA and an "entrepreneur" that uses its capital to invest in buying and selling players. Of course with the permission of the directors, because it's very complicated the relationship between the current FIFA rules and the federal body agencies that regulate the market labor and the Brazilian institutions clubs that was formed a long time, and does not have an owner, moreover, are nonprofits businesses and are without beginning, middle and end, anyone can enter, lobbying and within no time, became president, and rest everyone can imagine.

The news that the FIFA will leave the market opens, taking 'their' own agents out of the market. The situation is already a concrete jungle must come in God help us, because after these data, who will want to apply in the stock market, gold, or even savings, nobody, even who wash money, will come more.

So is the Brazilian professional football.

Source: DIS, “Group Sonda” and This is Money. Photos: disclosure. Comment: Roberto Queiroz. Translation: Roberto Queiroz and  Roberto Queiroz Junior.

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