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14 de outubro de 2013

Regional x Global - Um dilema no mercado de patrocínios esportivos

Vender patrocínios regionais é um desafio para os detentores de direitos porque eles estão tentando aumentar o valor daquilo que, historicamente, tem sido apenas acordo de licenciamento. Algumas equipes somente podem sair em turnê uma ou duas vezes por temporada e não podem passar em todas as regiões onde possuem patrocinador, eles precisam ser inteligentes em ativar formas de patrocínio usando ídolos do passado e programas de responsabilidade social corporativa (CSR), um ativo disponível naqueles territórios que se elevarem acima do nível de um simples acordo de licenciamento.
Hoje em dia, as principais marcas estão buscando valores significativos em direitos. Se o Manchester United está recebendo 50 milhões de libras por ano da Chevrolet, então isto mostra que é uma propriedade premium. Mas se a marca se torna muito acessível em um nível regional, há o risco de que patrocinadores globais olhem para seu investimento e comecem a questionar o valor que tem.
Detentores de direitos devem ser claros sobre a importância que os patrocinadores globais têm em comparação aos regionais. Eles também tem a responsabilidade de executar esta separação na hora da entrega.
Se falarmos especificamente de ativos digitais, eles têm que investir em infra-estrutura e tecnologia para garantir que podem entregar o que estão vendendo. No atual momento, há uma tendência dos clubes da Premier League Inglesa de terem um parceiro oficial de apostas na Europa e outro na Ásia.
Então, para os clubes serem capazes de entregar os resultados aos patrocinadores eles precisam, antes, serem capazes de entregar um nível correto de posicionamento geográfico dos visitantes de seu site.
Por exemplo: Se eu estiver no Reino Unido e acessar o site do Liverpool eu devo ver a marca da Paddy Power (empresa britânica de apostas), se eu estiver acessando da Ásia, devo ver a 188Bet, que é o patrocinador oficial para apostas neste continente.
Equipes menores precisam ser estratégicas e pensar com inteligência neste espaço. Um clube como o Sunderland, por exemplo, tem mirado o mercado africano, enquanto outros estão de olho na América do Norte e na Ásia. O patrocinador de camisa do Sunderland (BFS Group) é uma empresa Sul-Africana de distribuição de alimentos, e o clube também mantém uma parceria de responsabilidade social corporativa na África.
Fazer os mesmos negócios que equipes como Manchester United e Liverpool fazem pode não ser a melhor estratégia para equipes como o Sunderland. E aqui em nosso País, algum clube por acaso já pensou nisto? Estamos vendo os clubes Europeus, invadirem a India, a China, A Russia, o Golfo e do nosso futebol, nada.
Já é tempo de pensarmos grande e agirmos grandemente neste universo globalizado, ou será que isto só ficará legado ao futebol jogado dentro do campo. Somos disparado a maior potência no futebol (nos falta uma medalha de ouro nas Olimpíadas), mas, e dái, isto não pode impedir de entrarmos nos mercados emergentes do futebol, ou será que nenhum clube pensou ainda em entrar na China, já pensaram o quanto podem vender ou captar patrocínios internacionais.
O presidente Fernando Henrique Cardoso ficou conhecido como o presidente que voava muito, depois, chegou LULA que até trocou seu transporte, por um mais econômico e mais ágil, e lá se foi, caminhar pelo mundo e vender a imagem do Brasil. E o nosso futebol fica acanhado, dormindo em berço esplêndido, pois a própria CBF, vende os direitos a uma empresa Suiça para promover os jogos de nossa seleção nacional.
Isto sim é pensar pequeno e se contentar com as migalhas que caem, esquecem que o mundo todo adora o futebol brasileiro e infelizmente ninguém acorda para isto. Poderia começar pelos clubes, o Santos de Pelé, este é um dos que poderia está nadando em dinheiro, vendendo a imagem do Rei e agora do novo príncipe Neymar que dentro de pouco será o melhor do mundo, será que nenhum assistiu o jogo da seleção neste domingo e viu um estádio lotado, já pensaram o que deixaram de ganhar? Sem falar nos sites dos clubes brasileiros, que só vendem camisas.
Esta é a visão de Carl Woodman, Diretor da Sportfive Agency no Reino Unido e nossa.

Uma versão deste artigo está na edição de outubro da revista SportBusiness International, a publicação líder na cobertura da indústria do esporte global.
Fonte: Soccerex. Comentário: Roberto Queiroz.


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