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24 de junho de 2009

A QUESTÃO DE “CONTRATO” COM GAROTOS DA BASE.


Uma questão de difícil entendimento, há pouco tivemos o problema com 3 dos jovens atletas do Sport Club do Recife , que abandonaram o clube com a desculpa de que o Clube estaria sem recolher as obrigações trabalhistas e ainda, até sem recolhe-las e que é muito mal administrada tal divisão, faltando um acompanhamento por parte da Diretoria; que alguns requisitos básicos tem como; auxílio transporte; refeitório com pelo menos as 3 refeições diárias e outras não existem, irregularidades estas que fazem com que a condição de Formador de Atletas das Divisões de Base seja “cancelada” pela FIFA . Escutamos declarações do presidente da instituição que esclarece que é muito oneroso você manter 100 jovens ou mais com Carteira de Trabalho assinado e obrigações Trabalhistas recolhidas (entendam-se INSS), esperando que algumas destas jovens promessas despontem como um futuro jogador, e que venham a fazer parte da divisão principal do Clube como “profissional”.


Concordo em gênero número e grau e que realmente é difícil e complicado para alguém que não tem formação profissional do que está se propondo a fazer, ou seja, for o mandatário de um Clube onde seu carro mestre é o “Futebol Profissional” entender e achar uma maneira de regularizar isto. Que é diferente ter uma Divisão de Base num clube Brasileiro do que na Europa, é uma verdade, infelizmente estas “obrigações” Trabalhistas imposta pela burocracia e Legislação arcaica Brasileira, oneram e atrapalham, não resta à menor dúvida.


Já é tempo de se juntarem (os Dirigentes dos Clubes Profissionais Brasileiros) e chegarem junto ao Ministro Orlando Silva com esta reivindicação de ter uma Legislação específica para isto ou porque não dizer um pedido de “SOCORRO” para que possam existir e cumprir o que se é imposto pela FIFA de um lado e pelo Ministério do Trabalho de outro; sei e alguns vão dizer, que o problema é do Ministro do Trabalho. Porque então e conversar com o Ministério dos Esportes. Acontece que, os Clubes são entidades desportivas e estão “linkados” diretamente com o Ministério dos Esportes Brasileiro, que poderá e deverá dar todo apoio necessários para que o Ministro do Trabalho entenda a situação e modifique esta condição ou pelo menos que encaminhe a Câmera de Deputados e Senadores para que possam fazer esta modificação na nossa Constituição Federal .


Da maneira que está, fica quase impossível trabalhar com as divisões de base do futebol “amador” do futebol brasileiro, porque isto não passa de um departamento “amador” e que para atender os ditames da FIFA passa a ser “profissional”.


Tai a meu ver, os problemas que são originados para se conseguir manter e administrar estas categorias de base. Uma coisa não bate com a outra aqui no Brasil, pela nossa condição de ter que assinar carteira de Trabalho, recolher impostos, etc., e quando se faz isto, torna-se então um departamento amador em profissional. Urge que se modifique esta Legislação Trabalhista arcaica e em desuso no Mundo globalizado de hoje.


Da mesma maneira que se vem mudando e adequando a maneira de se trabalhar com o esporte e no esporte do futebol, principalmente, tem-se que estruturar as determinações que emanam da FIFA no seu desejo de corrigir as diferenças e até falhas do sistema em nosso País. Tivemos o começo destas mudanças com a Lei Pelé que hoje em seu bojo principal, ficaram apenas 5% do original, depois tivemos a Lei ZICO, mais a do Maguito Vilela e outras, que nunca olharam para este grande problema oriundo de legislações européias e brasileiras de diferentes mundos, diferentes condições de vida e diferente educação.


Hoje e de acordo com a FIFA, somente se pode ter “escolinha formadora” um clube que tenha departamento Profissional de Futebol e que aí vem o nó do problema e da questão, para não perder os meninos formados nesta divisão, tem que tê-los sob a régide do Ministério do Trabalho que torna até para os próprios Clubes Profissionais de Futebol uma questão difícil e problemática de se conseguir fazer e bastante onerosa.


Não sei como é que outros clubes Brasileiros conseguem ter e manter suas divisões de base e o que é mais importante, seus garotos não debandam em busca de “promessas” de empresários de jogadores, que se diga, não tem mais legitimidade e condições de existirem, mas que continuam no pedaço até pela falta de conhecimento dos próprios dirigentes “amadores” do nosso futebol profissional.


Se eles cumprissem as determinações da própria FIFA, estes “cancros” já teriam sido extirpados, porque é proibido pela Board of Equalization da FIFA este tipo de relacionamento, nenhuma “procuração” feita ou não em Cartório, é válida e dão direitos a esta pessoa, sobre o garoto, mesmo que possa parecer legal tal medida. O próprio clube poderá ser punido com até a cassação de sua Licença de Clube Profissional de Futebol, mas cadê a CBF para mostrar, regulamentar e fazer serem cumpridas estas determinações.


Sei que existem Clubes que “pagam” aos Pais de garotos, altas e proibitivas somas de dinheiro para que os mesmos permaneçam no Clube e no Brasil. Mas isto não resolve o problema, ao contrário, inflaciona o sistema e torna as coisas muito piores, é atirar no próprio pé.


E que também pela falta de conhecimento, muitos Pais aceitam as propostas indecentes de Clubes do exterior para mudarem do País, ou até deixam seus filhos saírem do País, não sabem que a FIFA tem orientação e regulamentação para esta situação.


Faz-se necessário uma ação imediata e urgente do Ministério dos Esportes e da CBF no nosso País. Este é o País que qualquer garoto pode querer para aprender e ter todos os níveis do futebol alcançados em sua carreira, indo até um mestrado no futebol e se tornar um fora de série. Quando você sai com idade de aprendizado para ir estudar “futebol” lá fora e aprender a jogar este esporte em um lugar que não tem o mesmo nível do nosso, você perde ao invés de ganhar e em sã consciência ninguém pode negar que nosso País é o melhor no futebol mundial.


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