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10 de março de 2010

DESFALQUE NO GOIÁS.


Conselho comprova desvios.

Raimundo Queiroz depositou cheque do clube em conta de sua empresa, sacou dinheiro em cartão corporativo e deu prejuízo milionário ao clube.

Diante das contradições existentes entre o que as suspeitas apontavam e o que o ex-presidente alegava o conselho deliberou por nomear uma comissão para investigar e dar chance de defesa a Raimundo. A comissão formada pelos conselheiros Emídio de Souza, Rogério Santana Ferreira e Joneval Gomes de Carvalho esgotou o tema. O expressivo montante do passivo deixado por Raimundo no clube — R$?16 milhões — é suficiente para montar um time de ponta e disputar em igualdade de condições campeonatos de envergadura nacional.

Segundo conselheiros ouvidos pela reportagem, o resultado das investigações é contundente e apontam para responsabilidade do ex-presidente. "A situação de Raimundo é quase indefensável", disse um conselheiro que teve acesso ao relatório e que se impressionou com o volume de provas colhidas. Os conselheiros deliberaram por encaminhar o relatório final para a direção do clube e tomar providências mais enérgicas como representação criminal e responsabilização civil do ex-presidente. Em resumo, o Goiás Esporte Clube quer levar seu ex-presidente às barras da Justiça e fazer com que ele pague o que deve.

Raimundo assumiu a presidência do clube em 2003 e elevou sua remuneração para R$?35 mil, fora as benesses que o cargo lhe proporcionava. Ele chegou a comprar uma caminhonete cabine dupla com todos os itens de luxo para servir a si próprio, com dinheiro do clube, é claro.

A desorganização administrativa do período Raimundo Queiroz no Goiás beira a primariedade, avaliaram os técnicos que fizeram a auditoria. Contratos com jogadores que não eram registrados na contabilidade oficial do clube, empréstimos feitos sem critério e sem autorização da diretoria, confissão de dívidas inexplicáveis e liberação de atletas que provocaram rombos milionários foram constantes nos quatro anos de sua gestão.

A auditoria constatou que atletas de renome como o goleiro Harlei e outros foram liberados pelo clube para firmar contratos com outros sem a menor justificativa e isso simplesmente não foi registrado na contabilidade.

Raimundo Queiroz cometeu um ato para com o clube que presidiu que deixou os conselheiros de queixo caído. O atleta Rodrigo de Souza Cardoso, que havia sido artilheiro do campeonato brasileiro da série A, a elite do futebol nacional, considerado um dos mais difíceis do mundo, recebeu um prêmio de Raimundo: foi liberado para jogar onde quisesse, firmando um contrato pelo valor que bem entendesse por um preço risível: 5% do que fosse vendido futuramente.

O ex-presidente liberou o artilheiro do campeonato de graça por pura bondade para com o atleta e seu empresário. Não se sabe se a bondade foi somente com os dois ou alguém mais lucrou com isso. O que se sabe é que o Flamengo, clube para o qual Souza foi liberado, negociou o passe do atleta com um clube da Grécia por 7 milhões de euros. Conselheiros do Goiás dizem que Raimundo Queiroz poderia ter negociado diretamente e que o ex-presidente optou por liberar pura e simplesmente o direito federativo de Souza e ganhar apenas os 5% que o clube até hoje não recebeu.

Em sua defesa perante a comissão de sindicância Raimundo disse que enquanto presidente-executivo do clube possuía plenos poderes para fazer todas as negociações que envolvessem liberação dos atletas. O prejuízo causado somente nesse ato foi de aproximadamente R$ 15 milhões, se levado em conta apenas a multa rescisória a que o Goiás teria direito pela liberação que favoreceu apenas ao jogador. Raimundo literalmente "jogou contra o patrimônio", utilizando de uma linguagem futebolística.

Mistura — O advogado Igor Queiroz, filho do ex-presidente Raimundo Queiroz, acompanhou o pai na condução dos negócios do clube, de forma bem miscigenada. Igor, que era contratado do clube como advogado, foi também constituído procurador de alguns atletas que tinham contrato com o Goiás Esporte Clube. Ou seja, o filho do presidente era procurador de atletas que também recebiam do clube.

Para Raimundo Queiroz essa atitude é integralmente ética e legítima.

Link para toda a reportagem acima:

http://www.jornalopcao.com.br/index.asp?secao=Manchete&idjornal=317


Fonte: Jornal Opção.

Como estamos sempre falando, a mesmice dói. Temos pessoas aqui de Pernambuco com competência suficiente para assumir este cargo do Santa Cruz e mesmo que este cidadão prove sua inocência, não aprovamos esta atitude “amadora” dos dirigentes corais em trazer alguém sem identificação com o futebol Pernambucano, alguém que sobre si pesa acusações que no mínimo são preocupantes.

Este problema de administração errônea e sem falta de princípios (quando se contrata um filho para ser procurador), um Advogado; de jogadores sob seu comando; seu filho tem conhecimento causídico suficiente para saber que isto além de imoral é ilegal (mesmo tendo ele a licença de como Advogado poder representar qualquer atleta profissional), não se pode legislar em causa própria e muito menos defender seu genitor.

Tudo muito estranho e para o bem da gestão do atual presidente do Santa Cruz, isto merece ser esclarecido e bem explicado. Mas, este é o retrato do descaso com nosso futebol profissional que anda merecendo respeito há muito tempo.

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